Crónicas

Nacional 0 – 4 FC Porto: O futebol não é difícil.

 

Longe de ser o paraíso dos “resets” do Football Manager, o futebol é mais fácil do que o que parece. Então quando jogam os melhores, ainda mais fácil fica.

Depois de todas as (merecidas) críticas ao treinador no pós-jogo de Leicester há que também reconhecer que soube avaliar o nosso melhor período em Inglaterra e colocou esses jogadores no ataque a um adversário sempre difícil. 
O sistema foi o mesmo, com ligeiras nuances que apreciei, como o Danilo isolado à frente da defesa e não com um companheiro ao lado, o que permitiu soltar mais o Herrera no apoio ao ataque – é assim que surge o 1º golo; e a comprovação que o André Silva funciona muito melhor com alguém que se mexa, pelo menos, tanto como ele. É melhor para ele, para o jogador que está ao lado dele que pode aproveitar as movimentações do André para ganhar espaço e para a equipa que funciona muito melhor.

Falemos então de Diogo Jota. Toda a gente sabia que tinha talento (quem marca 12 golos na sua 1ª temporada na Liga com 19 anos, tem de ser um jogador especial) , o próprio Simeone esteve tentado a torcer o nariz ao seu empréstimo. Alguns de nós torcíamos o nosso nariz porque o rapaz há uns anos tinha escrito umas indecências nas redes sociais. Depois deste jogo quem começa a torcer o nariz são os nossos cofres, ou até os do Atlético (se o quiserem de volta). A finalização no 2º golo é de craque, daqueles pormenores que diferenciam os “bons” dos “muito bons”.

Precisávamos de um jogo assim. Um jogo com a melhor equipa, em que mostrássemos aos adversários (não necessariamente os que estão à nossa frente) que estamos aqui para lutar e para fazer a vida difícil aos profissionais dos trevos de quatro folhas e de encontrarem sempre gatos pretos onde eles parecem não existir.

Do início ao fim vimos um FC Porto dominador, com e sem posse de bola, a tentar condicionar a saída de bola do Nacional e sempre com muita mobilidade na dupla da frente + Otávio. 
O resultado ao intervalo era perfeitamente aceitável e após os 90 minutos ainda nos podemos queixar um pouco da falta de eficácia da nossa parte. 
Deu para dar uns minutos ao Maxi e para mostrar ao Nuno que chega de mudar de 11 e de táticas jogo sim, jogo sim. Este é o nosso melhor 11, pendente alguma alteração pontual. 
E como, novamente, o futebol não é difícil, o teu trabalho fica bem mais facilitado se jogarmos com esta vitalidade, esta energia e esta entrega em todos os jogos e não só quando queremos dar murros na mesa. 

O jogo correu muito bem, cabe agora ao NES não começar a dar tiros nos pés na preparação do próximo.

por Nuchae