Crónicas

“A lei do mais forte”, por Jorge_Dragao_Aveiro

 

Primeiro dado a reter para a crónica de hoje: fui ao estádio ver o jogo. E como todos sabem é diferente uma análise “in loco” para um relato da partida através da TV.

Segundo dado e para mim uma grande surpresa: o 11 inicial utilizado por Nuno.

O Porto jogou praticamente na máxima força, com os habituais titulares que defrontarão já na próxima Terça-feira o Bruges, num jogo muito importante para as nossas aspirações do Grupo G.

Sinceramente não percebo a intenção do treinador. Já li as suas declarações mas não concordo com elas. “Esta equipa não jogava desde 1 de Outubro”. Pois… mas muitos deles estiveram em competição nas selecções. E julgo que esta opção é um exemplo de não saber gerir um grupo.

Por outro lado, o 11 demonstra que o jornal ojogo é cada vez menos um “inside” do nosso clube. Não houve oportunidades para João Carlos Teixeira, por exemplo, entre tantos outros que pura e simplesmente não têm jogado. E a pergunta que faço é: se os habituais suplentes ou não convocados não jogaram hoje… quando jogarão?

Quanto ao jogo em si: a 1ª parte demonstrou que Nuno não retirou grandes dividendos por ter jogado aparentemente “na máxima força”. O Porto alinhava no 4-1-3-2. Dupla da frente formada por Jota e André Silva e Otávio no papel de médio do lado esquerdo e por vezes de 3.º avançado. Digamos que o brasileiro é o jogador mais dinâmico uma vez tanto procura a linha como busca espaços interiores, sempre com o intuito de criar desequilíbrios.

Porto entrou forte com um canto aos 3’ e um remate de André Silva no minuto seguinte, por cima da barra.
A partir daqui, entramos numa toada morna. Para o espectador na bancada… o tempo corria, sem qualquer emoção, sobressalto ou alteração do ritmo cardíaco. O Porto tinha o domínio do jogo (consentido pelo Gafanha) mas como o meio-campo estava pouco inspirado não registei mais oportunidades de perigo para os dragões.

Gafanha limitava-se a defender, Porto tinha a bola mas não “aleijava” o adversário.
Até que, aos 32 minutos, chegou o golo. A jogada começa com um canto favorável ao Gafanha e no contra-ataque, ficam 3 para 1, com Maxi na esquerda (!), faz um compasse de espera, serve Otávio que num movimento perfeito tira dois adversários do caminho e atira a contar.
Estava feito o mais difícil. Porto finalmente na frente do marcador.

Com o golo, o jogo abriu e aos 38’ Jota assistiu André Silva para um cabeceamento que saiu ao lado e aos 41’ foi Otávio quem cruzou para Jota cabecear ao lado.
E foi com o Porto mais perto do segundo golo que o Gafanha quase chegou ao golo: cruzamento da direita com Firmino a rematar ao lado.

Ao intervalo, o resultado era justo. O Porto foi a melhor equipa mesmo sem deslumbrar. Era uma vantagem sem brilho dos dragões, perante um Gafanha que deu uma boa réplica. Defendeu bem, ocupou os espaços, não permitiu grande liberdade aos laterais (que no esquema de Nuno são os responsáveis pela profundidade e largura do jogo ofensivo portista).
Na 2ª parte, a diferença entre as equipas foi notória. O Porto acelerou um pouco, o Gafanha rapidamente chegou ao seu limite, em termos físicos.

Registo para remate de Maxi com recarga de Jota para grandes defesas do guardião (48’) e Jota insistiu aos 52’.

Desta feita, o Gafanha já não conseguia criar perigo, nem em bolas paradas nem no contra-ataque.

Nuno resolve fazer as três substituições ao mesmo tempo. Mais uma vez, em minha opinião, mal. É um risco esgotar as substituições quando ainda estamos nos 60’ e por muito improvável que fosse… existia sempre a possibilidade do intervalo.
A toada de jogo manteve-se (domínio e controlo do jogo do Porto) e Corona ampliou para 2-0, na sequência de um canto.
E praticamente no final da partida, bela jogada do mexicano no lado direito para o golo de cabeça de Depoitre. Estreia a marcar do belga.

Em suma, vitória tranquila do Porto. Não era preciso jogar com tantos titulares. Em minha opinião, era mais importante colocar alguns atletas que tivessem fome de bola.

O ritmo de jogo foi baixo, não houve exibições individuais a destacar. Pormenores de Otávio e Corona à parte.

Da minha parte, espero que o Porto vença contra o Bruges. Jogo fundamental, onde só a vitória interessa.

por Jorge_Dragao_Aveiro