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Luis Filipe Vieira: “Acha mesmo que um árbitro se deixa corromper por 300, 400 ou 500 euros?”

 

“Quem provocou esta situação [o caso dos “vouchers”] magoou-nos bastante. A nossa marca ficou manchada, mas chegará o dia e a hora em que nos sentaremos no sítio certo”, afirma Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, em entrevista ao “Correio da Manhã” esta quarta-feira. Sem nunca pronunciar o nome de Bruno de Carvalho, Vieira deixa fortes críticas ao líder de Alvalade. “Quando um determinado clube tem um resultado negativo, surgem essas tempestades dos ‘vouchers’”, afirma.

O presidente do Benfica diz que a sua única preocupação, neste momento, é que “o caso seja rapidamente resolvido”. A gestão do clube é “transparente”, defende. “Não queremos ganhar a qualquer preço, queremos ganhar limpo. Acha mesmo que um árbitro se deixa corromper por 300, 400 ou 500 euros? É difícil incomodarem-nos. Essas tempestades são agitadas e temos de estar unidos. O discurso para estas situações é o silêncio. Há quem pense muito em nós. Há quem vá para a cama a pensar no Benfica”, diz.

“Tempestades” é um dos termos mais utilizados por Luís Filipe Vieira, para falar do caso dos “vouchers”. “Tempestades” que são distrações criadas por outro clube – o Sporting, neste caso – para tirarem o foco dos seus próprios resultados negativos. “É que ao mínimo resultado negativo, lá vêm falar dos ‘vouchers’, sempre os ‘vouchers’”, diz.

Então, como será possível manter relações com os grandes rivais? “O Benfica já deu exemplos de que para discutir futebol senta-se à mesa com todos. Não tem qualquer problema. Agora, no dia a dia não vamos ser hipócritas. Se me pergunta se me sentava à mesa com o presidente do Sporting, respondia-lhe: para discutir o quê? O presidente do Sporting é um problema dos sportinguistas.”

A investigação do caso dos “vouchers” iniciou-se em outubro de 2015, depois de o presidente leonino Bruno de Carvalho, no programa “Prolongamento”, ter acusado o Benfica de corrupção desportiva. O dirigente disse ter conhecimento de que os encarnados davam “prendas” aos quatro árbitros de cada jogo, aos dois delegados da Liga e ao observador dos árbitros em todos os jogos.

Oferecer trinta euros por refeição a cada um dos quatro elementos das equipas de arbitragem, em convites dentro das caixas conhecidas por ‘Kit Eusébio’, eram práticas regulares também nos encontros da equipa A e B do Benfica.

(fonte: tribunaexpresso.pt)