Futebol

Sérgio Conceição: “É o concretizar de um sonho”

Treinador assumiu estar “preparadíssimo” para o desafio e garantiu uma equipa determinada a lutar por títulos

É o coração azul e branco que o traz de volta. Traz a raça, a determinação e a ambição que tanto o definiam como futebolista e também a exigência, o rigor e a disciplina que o caracterizam como treinador. Essa é a base de trabalho que acredita que o levará ao sucesso, aos títulos, de forma a proporcionar aos adeptos as mesmas alegrias que deu enquanto jogador do clube, três vezes campeão nacional, vencedor de uma Taça de Portugal e de uma Supertaça, anos depois de ter sido campeão nacional de Juniores A.

A segunda vida de Sérgio Conceição no FC Porto começou esta quinta-feira quando, na galeria do Estádio do Dragão, foi apresentado por Jorge Nuno Pinto da Costa como novo técnico para as duas próximas temporadas.

“É o concretizar de um sonho, de uma etapa. Foram buscar um ex-atleta de raça, de grande ambição. É verdade, são características associadas à minha qualidade de trabalho. É com esse espírito que vimos aqui dar o melhor, sermos exigentes, rigorosos, disciplinados, para, no fim, dar à nossa massa adepta a alegria dos títulos. Vim pelo enorme amor ao clube que sinto e estou convencido de que vou conseguir estar feliz, em maio e dar essa alegria aos meus pais”, disse Sérgio Conceição, que começou por agradecer a toda estrutura do clube a confiança nele depositada e por falar do orgulho que os pais, já falecidos, estão a ter no novo desafio que agora abraça.

Acompanhado pelos restantes elementos da equipa técnica – Siramana Dembélé, Diamantino Figueiredo, Vítor Bruno e Eduardo Oliveira -, o novo técnico dos azuis e brancos não quis falar do que está para trás, preferiu focar-se no presente e no futuro, naquilo que pretende para o FC Porto: uma equipa “muito competitiva, determinada” para ganhar todos os jogos em todas as competições em que entrará, uma equipa “com estatuto e com força para lutar pelos títulos. “Temos de começar a falar no FC Porto de hoje, de uma nova era, começar do zero. Não sou melhor nem pior, sou um treinador diferente dos outros que cá estiveram nos últimos quatro anos. Não me apetece falar do passado. Quero olhar para o presente e para o futuro e nisso já estamos a trabalhar. O passado não me interessa, os últimos quatro anos são anos tristes para mim, porque sou portista como todos sabem”.

Sérgio Conceição não vem para aprender, vem “para ensinar” uma matriz de jogo que terá que ser diferente daquela que implementou nos franceses do Nantes, que treinou nos primeiros seis meses deste ano, ou nas outras equipas por que passou enquanto treinador: “Isto de se ganhar no grito já não existe. Ter raça é importante, ter ambição é importante, mas é preciso mais do que isso, é preciso inteligência para ler o jogo, no dia a dia do trabalho, é preciso que os jogadores interiorizem a mensagem do treinador e a mensagem é o trabalho. E nós estamos preparadíssimos para este desafio”.

O novo treinador assegurou ainda estar muito atento e dar “muita importância à formação”, ela própria “associada aos valores do FC Porto” – e que já começou a fazer o trabalho de casa, estudando “os jogadores que podem ser incluídos na equipa principal”.

Frontal, determinado e destemido, Sérgio Conceição prometeu ainda que não vai ter problemas em dizer o que pensa, como aliás não teve quando lhe perguntaram durante a conferência de imprensa se a conquista do campeonato era uma obsessão. “Essa pergunta nem devia ser feita. Não é uma questão de obsessão. Perguntar a um treinador do FC Porto se pensa ganhar uma Taça de Portugal… Isso é o mínimo que tem de acontecer nesta casa. De qualquer forma, há essa vontade de conseguir o campeonato, esse é o título principal e, obviamente, chegar o mais longe possível na Liga dos Campeões”.

(Fonte fcporto.pt)