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“Conceição tinha contrato com o Nantes, mas deu-lhes de tal maneira cabo da cabeça…”

Pinto da Costa abordou a escolha do seu primeiro treinador como dirigente do FC Porto, José Maria Pedroto, e do último, Sérgio Conceição.

“Vou dizer a verdade. Não escolhi Pedroto. Queria que fosse treinador do FC Porto. Era do Boavista, o meu amigo Pinto Sousa era dirigente do Boavista e eles gozavam de maneira extraordinária porque o Boavista estava em segundo e o FC Porto em nono. Um dia levei com eles, gozaram tanto – e eu não era nada no FC Porto -, que levantei-me e disse para o professor Hernâni Gonçalves: ‘profe, fixe o que vou dizer. Largos dias têm 100 anos'”, começou por contar, no Thinking Football Summit.

“Isto foi a 28 de janeiro e no dia 29 de janeiro, às nove da manhã, estava em casa de Pedroto a convidá-lo para ser treinador do FC Porto. Apresentei-o ao senhor Alfredo Basto, o homem das massas, o homem forte, pessoa fantástica, e eu não tinha intenções nenhumas de assumir qualquer cargo na Direção. Depois esbarrámos num assunto. Ele disse: ‘Eu só vou se Jorge Nuno for o diretor, não vou com outra pessoa’. Eu fiquei entalado. Adiámos uns dias para consumar o contrato. O Boavista fez uns ataques, não como na Ucrânia, mas parecido. E eu perante a possibilidade de perder o treinador que era o meu sonho de ver no FC Porto, eu disse ‘eu vou!’. Pronto. Assinámos o contrato, que só foi conhecido em junho, no dia 23”, revelou Pinto da Costa, antes de falar de Sérgio Conceição.

“Eu queria o Pedroto porque era o melhor, e provou-o, venceu logo dois campeonatos. O Sérgio Conceição foi diferente, foi escolha minha, foi difícil porque tinha contrato com o Nantes por mais dois ou três anos. Mas já o conhecia, desde os 16 anos quando veio para o FC Porto. Ele tinha uma determinação e feitio que era necessário compreendê-lo para se poder dar bem, como nos damos, foi a minha opção. Veio 17 de maio, dia em que estávamos a comemorar a vitória de Viena dos Campeões europeus, e nesse dia ficou assente que ele seria o treinador do FC Porto. A determinação dele foi tal, que ele tinha contrato com o Nantes, mas deu-lhes de tal maneira cabo da cabeça que acabaram por libertá-lo. Quando há mérito é meu e dos que me acompanham. Quando não há mérito a responsabilidade também é minha”, finalizou.