FC Porto

Martín Anselmi: “Ganhando os duelos vamos estar mais perto de vencer”

O treinador argentino expressou um “sentimento muito especial” ao “disputar um Mundial de Clubes representando o FC Porto, um clube bicampeão do mundo”. Ele destacou que “ter equipas de diferentes partes do mundo, com estilos de jogo variados, contribui para o nosso crescimento”. Ele reafirmou que “o jogo mais importante é sempre o próximo” e que “o resultado não é o que define a identidade da equipa”.

Sobre Gabri Veiga, o treinador o descreveu como “um jovem muito inteligente” que “gosta de jogar e de aspectos táticos”, mas que precisa de “se adaptar ao modelo”, “à metodologia do treinador, aos ritmos e intensidades”. Martín Anselmi sublinhou que “um bom jogador adapta-se mais rapidamente, o que é visível nos treinos”. O lesionado Diogo Costa não estará disponível, mas a equipa confia em Cláudio Ramos, que “tem a mesma grandeza, é um dos capitães e já participou em jogos importantes”: “Confiamos plenamente que ele dará o seu melhor”.

O treinador abordou o Palmeiras, que “ataca bem a profundidade e é eficaz em contra-ataques e transições”, e destacou a presença de jogadores como Estêvão, que “tem a habilidade de criar oportunidades em um contra um”. Anselmi delineou os objetivos da equipa: “Queremos competir em cada jogo, começando já neste. O nosso foco é ser competitivos a maior parte do tempo, estar presente em cada ação, juntos. Devemos ser intensos na pressão, atacar como desejamos e identificar os pontos fracos do adversário, compreendendo os momentos do jogo. O nosso objetivo é concentrar-nos no trabalho e no plano de jogo, o que nos aproxima da vitória em cada partida”.

Assista à conferência de imprensa:

Sem margem para falhar
“Conheço bem a grandeza do Palmeiras, pois venho da América do Sul. Temos a noção de que será um jogo intenso, com um grande treinador que já conquistou muitos títulos. Em competições como esta, cada jogo é crucial e não há espaço para erros. Espero um confronto intenso, bem disputado, com ambas as equipas a lutar pelos três pontos.”

O torneio e o relvado
“Quando alguém aspira a ser treinador, sonha em viver momentos como este. Já estive em finais na América do Sul, em magníficos estádios no México, mas competir num Mundial de Clubes a representar o FC Porto, um clube bicampeão do mundo, será ainda mais especial, especialmente porque é a minha primeira vez. Aproveito muito o dia a dia, pois estar presente e não de férias significa que estamos a realizar o que desejamos. Competir é muito estimulante. Ter equipas de diferentes partes do mundo e estilos de jogo variados é algo que nos faz evoluir. Como treinador, é muito enriquecedor. Ainda não tive a oportunidade de pisar o relvado, que foi montado há poucos dias, e espero que esteja em boas condições. O mesmo se aplica para as outras equipas. Estamos habituados a jogar num relvado mais curto, enquanto o Palmeiras pode estar habituado a sintéticos. A adaptação é parte do nosso trabalho, mas não será uma desculpa.”

Preparação para o Mundial
“Competir é sempre o melhor. O calendário foi estabelecido e conseguimos dar férias aos jogadores. Treinamos bem, realizamos jogos particulares, incluindo um em Marrocos contra uma equipa que disputará o Mundial. Acredito que seremos competitivos.”

O dia a dia
“Prefiro focar no jogo de amanhã. Pensar no futuro não nos beneficia. O presente é o que conseguimos controlar. O mais importante é o jogo de amanhã, seguido do próximo. Definir metas é limitar-nos. O FC Porto deve competir de acordo com a sua grandeza, e a partir daí, veremos até onde conseguimos chegar. Claro que desejamos estar aqui até ao último dia. A época é uma continuidade. Ao longo do processo, conseguimos realizar muito que pode não ser visível no dia a dia. Acredito que nas últimas jornadas já demonstramos um FC Porto mais maduro na sua capacidade de controlar o jogo, sabendo como e quando explorar vantagens e defender quando é necessário, como em situações de expulsão. Tivemos momentos bons, mas outros que mostram que precisamos de melhorar, como no jogo contra o Nacional. O nosso objetivo é melhorar, encontrar esse equilíbrio e ver mais momentos do FC Porto que desejamos. Competir ajudará a alcançar isso.”

Gabri Veiga
“Encontrei um jovem muito inteligente. Ele gosta de jogar e de aspectos táticos, o que é sempre positivo para um treinador. Contudo, precisa de se adaptar ao nosso modelo, assim como os outros jogadores, à nossa metodologia de treino, ritmos e intensidades. Contudo, um bom jogador adapta-se mais rapidamente, o que é visível nos treinos que realizamos. Todos os jogadores que estão a treinar e que estão nos Estados Unidos podem ter esse potencial. É uma questão de tempo.”

Foco no presente
“O próximo jogo é o mais importante. Quando este terminar, o seguinte será o mais importante. Pensar no futuro pode criar pressão, especialmente se não conquistarmos a vitória. Prefiro ver as coisas de uma forma diferente. O presente é o nosso foco, e o resultado não nos define. O que queremos é ser competitivos. Este jogo é o mais importante e deve ser preparado como tal.”

Qualidade na baliza
“Temos Cláudio Ramos, que é um jogador de grande qualidade e já nos representou em diversas situações. É um dos capitães, está preparado e já participou em jogos importantes. É assim que funcionamos como equipa. Quando um jogador da grandeza de Diogo Costa não pode jogar, é o Cláudio que aparece. Confiamos plenamente que ele dará o seu melhor.”

Abel Ferreira
“Enquanto equipa técnica, já nos defrontamos com várias equipas brasileiras. Nunca tive a oportunidade de defrontar o Palmeiras ou o Abel. Ele compreende bem o futebol português e nós o futebol brasileiro, mas do outro lado está um grande treinador, que terá o seu plano de jogo, e nós temos a mesma missão. Medir forças com eles, observar como estão, analisar o trabalho no Brasileirão e na Libertadores, e tentar encontrar padrões de jogo para neutralizá-los.”

Em crescimento constante
“O nosso trabalho é entender as razões e, a partir daí, tentar melhorar e corrigir o que não está a ser bem feito. Cada jogo e cada semana é uma nova oportunidade. Acredito que aqui será diferente. O passado não terá influência. Agora é uma nova competição, o que é suficiente para ter foco e a vontade de dar o nosso melhor.”

Diferenças nas duas realidades
“Acredito que o Brasileirão é uma das ligas mais competitivas do mundo. A cada fim de semana, há jogos muito intensos, com várias equipas que podem ser campeãs. Existe uma hierarquia na liga. Acredito que, neste aspeto, é a competição mais exigente do mundo. A nível financeiro, não há grande diferença, o Palmeiras, por exemplo, gastou recentemente quase 90 milhões de dólares. O Brasil conseguiu atenuar essas diferenças. É uma das equipas mais importantes da América do Sul. Contudo, nós somos o FC Porto, temos uma grande história e jogadores de qualidade, e com isso em mente, competiremos da melhor forma. Essas comparações não são muito válidas. Em todos os lugares se joga bem, com pontos positivos e negativos. No Brasil, a competitividade é alta, e o Brasileirão é, sem dúvida, uma das melhores ligas do mundo.”

O adversário
“O Palmeiras é uma equipa que ataca bem a profundidade. Temos de estar muito atentos a isso. Eles sabem jogar no contra-ataque e nas transições. É crucial que sejam intensos nos duelos. Estêvão pode ter a capacidade de criar oportunidades em um contra um. Contudo, estamos bem preparados. Queremos concentrar-nos na nossa identidade, que é controlar o jogo, recuperar a bola rapidamente e sermos protagonistas. Somos o FC Porto e temos de lutar pelos três pontos. O nosso foco é em nós. Quanto mais tempo tivermos a bola, menos oportunidades o Palmeiras terá. Queremos controlar o jogo com a posse de bola.”

O futebol brasileiro
“As equipas brasileiras são compostas por jogadores com boas individualidades e precisamos estar focados nos duelos. Eles podem ser perigosos. Gostamos de ter a bola e, quanto mais tempo a tivermos, menos a terão. A partir daí, o nosso objetivo é controlar o jogo. Quando não tivermos a posse, tentaremos recuperá-la o mais rapidamente possível. Acredito que estes serão os pontos-chave para o jogo de amanhã. Que corra bem.”

O plano de jogo
“Queremos competir em cada jogo, começando já neste. A nossa meta é ser competitivos na maior parte do tempo. Devemos estar presentes em cada ação, juntos. Temos de ser intensos na pressão, atacar como desejamos e identificar as fraquezas do adversário, compreendendo os momentos do jogo. O nosso objetivo é concentrar-nos no trabalho e no plano de jogo, para estarmos mais perto de conquistar cada partida.”

A qualidade do futebol português
“Posso partilhar a minha experiência em Portugal. Encontrei um campeonato muito tático, onde as equipas trabalham bem a parte defensiva. É difícil encontrar caminhos para a baliza. Todas as equipas são muito compactas, defendendo em conjunto e a isso dedicando-se de forma eficaz. Contudo, eu gosto de ter a posse de bola e de assumir o jogo. Já nos defrontamos com equipas que, mesmo não tendo o mesmo nível do FC Porto, competiram de igual para igual. Isso é algo que se reflete fora de Portugal. A última edição do Brasileirão foi conquistada por um treinador português, por exemplo. Há portugueses em todo o mundo, e eles são sempre competitivos. A seleção portuguesa venceu recentemente a Liga das Nações. Nesse contexto, estão no centro das atenções. Nós, os argentinos, também temos as nossas qualidades.”