Na véspera do arranque da fase de qualificação para o Mundial 2026, a seleção nacional procedeu a uma alteração na lista de convocados: Nuno Tavares (Lazio) foi chamado para substituir o lesionado Diogo Dalot (Manchester United).
A escolha de um lateral-esquerdo para colmatar a ausência de um defesa-direito suscitou surpresa, sobretudo por existirem jogadores nessa posição a demonstrar um rendimento elevado neste início de temporada.
Um exemplo é Alberto Costa, que lidera as assistências do FC Porto com quatro em quatro jogos. Recorde-se que o selecionador Roberto Martínez já tinha admitido que o jogador, de 21 anos, estava perto de integrar a equipa das quinas.
Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, Rui Quinta comentou a decisão do técnico português, cujo lugar no comando ganhou mais estabilidade após a conquista da Liga das Nações este verão na Alemanha.
“Normalmente, as seleções andam à volta dos jogadores habituais, dos principais e dos secundários. Causa alguma estranheza esta opção, mas entendo na lógica do ambiente de seleção, distinto de um clube. É fácil tecer comentários sobre este assunto. Quem é do FC Porto, vai defender a chamada do Alberto Costa por aquilo que tem feito. Quem é neutro como eu, digo que o selecionador toma as duas decisões em função de quem já conhece, com quem já trabalhou e há que saber aceitar. Não está em causa o valor do Alberto Costa. Está no radar e se continuar o que tem feito, chegará a sua oportunidade” começou por dizer o antigo treinador-adjunto dos dragões, ao lado de Vítor Pereira entre 2011 e 2013.
“O Alberto Costa tem surpreendido neste arranque de temporada. Ao serviço do Vitória SC, notava-se que havia ali potencial, mas a experiência em Itália, na Juventus, fez lhe crescer sobretudo a nível defensivo. Esta ausência dos trabalhos da seleção servirá como estimulo para a sua evolução”, prosseguiu o português.
A menos de um ano do Mundial, coorganizado por Estados Unidos, Canadá e México, a concorrência é intensa: João Cancelo (Al Hilal), Nélson Semedo (Fenerbahçe) e Diogo Dalot partem à frente do jogador dos azuis e brancos.
“Ele está em desvantagem, mas o seu rendimento será o seu maior aliado. No sistema do técnico Farioli, o Alberto tem uma dimensão ofensiva muito preponderante. O foco tem de estar no clube, na equipa. Está a jogar numa equipa que o permite crescer em contexto de alta exigência. Compete para vencer todos os dias e para ganhar troféus. A seleção é um acrescento, não pode funcionar como desgosto e ser um empecilho ao seu desenvolvimento. Uma hipotética convocatória para o Mundial vai depender do que ele fizer ao serviço do FC Porto, um clube de grande expressão a nível europeu e mundial”, completou Rui Quinta.