António Tavares, presidente da Mesa da Assembleia Geral do FC Porto, esteve presente na apresentação do livro Capitão de Abril, de Octávio Lousada Oliveira, realizada esta quinta-feira.
No lançamento da obra, dedicada a André Villas-Boas, António Tavares descreveu o livro «equilibrado» e antecipa que o mesmo «não terá grande polémica.»
«É um livro que procura fazer a ponte entre o que foi o anterior e o novo mandato na presidência do FC Porto, tenta dar a conhecer aspetos do que aconteceu na campanha, alguns que tive oportunidade de presenciar, outros não. O livro está equilibrado, foi feito com seriedade intelectual e espero que contribua acima de tudo para unir a família portista. Creio que não terá grande polémica e é o primeiro de muitos que surgirão no futuro sobre esta nova fase do FC Porto», frisou.
Sobre a escolha do título, o presidente da MAG azul e branca admitiu que teria preferido outro: «O autor é que deu o título, eu pessoalmente teria dado um outro título. Mas tentamos fazer polémica de coisas que não merecem essa polémica. O intuito do autor foi dar um contributo pela positiva e o livro, acima de tudo, veio mostrar que o FC Porto é um grande clube e tem um grande presidente neste momento.»
«Título alternativo? Não é fácil, não lhe chamaria uma revolução mas sim um tempo de mudança, que foi o que efetivamente aconteceu. Há um tempo para tudo, o mundo está mudar e o futebol também mudou. Acho que é indiscutível que o FC Porto mudou para melhor. Os resultados desportivos dão-nos uma mensagem muito importante de otimismo e de certeza de que temos uma grande equipa, como se viu no último jogo. Que o jogo se dispute dentro das quatro linhas e não em coisas fora que não são boas para ninguém», completou.
«Título parte de uma premissa metafórica»
Octávio Lousada Oliveira, autor da obra, clarificou a razão por detrás do título Capitão de Abril: «O título parte de uma premissa metafórica, que tem a ver com a data das eleições, em abril de 2024, para mais nos 50 anos do 25 de Abril. Obviamente que com isto não digo que André Villas-Boas seja o Salgueiro Maia ou que Pinto da Costa fosse a figura de um regime autocrático, o FC Porto é uma instituição democrática, mas a verdade é que havia um reinado, uma liderança uma presidência com 42 anos.»
«Só forçando um pouco as coisas é que se pode imputar um regime não democrático ao FC Porto, o que não quer dizer, como se percebe pelo livro, que não existissem alguma coisas perversas para a saúde de uma instituição e, para o caso, do FC Porto. Não me parece normal termos situações como a que tivemos na Assembleia Geral de 2023, não é um bom sintoma. Aquela Assembleia Geral e todo o processo eleitoral acabou por dar expressão à tal maioria silenciosa. E essa é a prova do cariz democrático do FC Porto, com 80% dos adeptos a dizerem que o caminho, que tinha sido feito com muito sucesso e glória, chegou a uma fase em que a gestão era mais atabalhoada, mais feita à vista. Os adeptos quiseram outro rumo e por isso é que digo que esta é uma revolução inacabada, porque o primeiro ano esteve muito longe daquilo que é a exigência do clube», prosseguiu.
O autor acrescentou ainda que contactou Villas-Boas apenas uma vez no decurso da elaboração do livro: «Falei uma vez com ele. Não o conhecia antes de fazer o livro, fui em que tive a iniciativa de o fazer e fiz essa proposta à editora. Este é um livro completamente independente, não tem a chancela de ninguém, não passou pelo crivo de ninguém. Foi um livro feito por mim, a editora fez a sua avaliação editorial e comercial. Conversei informalmente com o presidente do FC Porto, como conversei com dezenas de pessoas. Houve um cruzamento de muitos testemunhos, muitos documentos… Queria mesmo evitar as polémicas, pois o responsável sobre o que está no livro é minha. O que quero é que o FC Porto festeje aqui [Avenida dos Aliados] mais um título.»
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