É impossível abordar o Arouca-FC Porto, da 7.ª jornada da I Liga (20h00), sem referir a polémica sobre a marcação do encontro, que envolveu incumprimentos regulatórios por parte da própria Liga, ameaças de boicote e de recurso aos tribunais por parte dos Dragões.
No sorteio da I Liga, o Arouca não se opôs a receber na data prevista da 7.ª ronda. Só no início de setembro é que a Câmara Municipal de Arouca e a Proteção Civil anunciaram que não havia condições para disputar a partida no domingo, dia 28, devido à Feira das Colheitas, uma festa que atrai milhares de pessoas à vila, deixando os Bombeiros, a Polícia e a Proteção Civil empenhados no evento e incapazes de assegurar a segurança do jogo.
O FC Porto propôs o dia 30 de outubro, proposta que o Arouca recusou. Perante a falta de acordo entre clubes, a Liga reagendou o jogo para segunda-feira, 29, marcada com menos de 72 horas de antecedência relativamente ao encontro em que o FC Porto receberia o Estrela Vermelha, sabendo-se que no domingo seguinte a equipa da invicta casa jogaria com o Benfica. A decisão da Liga não teve em conta a participação do FC Porto nas provas da UEFA, ao contrário do que fez noutros casos esta época, facto que os azuis e brancos criticaram.
Essa calendarização obrigará o FC Porto a disputar três jogos em seis dias, com intervalos de 70 e 71 horas entre eles, não respeitando o mínimo de 72 horas entre partidas.
Após ameaças de recurso aos tribunais e de impugnações, o FC Porto acabou por aceitar disputar o encontro.
Na Serra da Freita, a perseguição aos Lobos pode proporcionar a Farioli a melhor série de vitórias da sua carreira, ultrapassando as oito seguidas que obteve no Ajax na época anterior.
Este FC Porto, autor do melhor arranque da I Liga nas últimas três décadas (18 pontos e diferença positiva de 14 golos), pretende vencer para chegar ao clássico com o Benfica no comando.
Martim Fernandes e William Gomes já regressaram, com o brasileiro em destaque como se viu na Áustria. Alberto Costa também já está recuperado. Continua em dúvida Luuk de Jong, que ainda alimenta esperanças de ficar disponível para o dérbi. Nehuém Pérez, fora da época, é a única baixa confirmada.
Farioli deverá alinhar a melhor equipa possível, com Alberto Costa na lateral direita e Francisco Moura na esquerda; Alan Varela, Froholdt e Gabri Veiga no miolo; e Borja Sainz, Pepê e Samu no ataque. A gestão da equipa antes do encontro com o Benfica será feita no jogo de quinta-feira frente ao Estrela Vermelha, onde são esperadas várias alterações para preservação dos mais utilizados. A prioridade número um dos azuis e brancos continua a ser a I Liga.
No Arouca, as únicas ausências são o castigado José Fontán e o lesionado Mateo Flores.
Momento de forma: Dragão imparável frente a uns Lobos sedentos de pontos
Os azuis e brancos sobem à Serra da Freita embalados, após vencerem todos os sete jogos disputados esta época. Além das seis vitórias na I Liga, com 15 golos marcados e apenas um sofrido, os Dragões conseguiram um sofrido mas precioso triunfo em Salzburgo na estreia na Liga Europa 2025/26, com William Gomes a decidir aos 90+3 minutos com um grande golo.
A liderança do novo FC Porto na I Liga assenta em seis triunfos nas seis jornadas, numa equipa que evoluiu sobretudo a nível defensivo. O Rio Ave foi o último a ceder, em casa, na ronda anterior, por 3-0.
Marcar perante este FC Porto orientado por Francesco Farioli tem sido tarefa árdua. O Arouca procura fazer aquilo que Vitória de Guimarães, Sporting, Rio Ave, Salzburgo, Gil Vicente, Nacional e Casa Pia não conseguiram: bater Diogo Costa. O único golo consentido esta época foi um autogolo de Nehuén Pérez, em Alvalade.
A equipa de Vasco Seabra chega de uma importante vitória em casa do Nacional, obtida já nos descontos, depois de quatro jogos sem vencer. O Arouca iniciou a I Liga com um triunfo sobre o AVS, perdeu com o Sporting e com o Casa Pia, e empatou com Rio Ave e Vitória SC.
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