Ex-treinador Morten Eskesen elogia profissionalismo e espírito de sacrifício de Froholdt

Froholdt demonstrou desde cedo apetência para o sucesso. O jovem loiro de 19 anos, que hoje domina e dinamiza o meio‑campo do FC Porto, saiu da formação do Copenhaga e destacou‑se precocemente, atraindo a atenção da federação dinamarquesa.

«Treinei a geração 2005 nos sub-19 da Dinamarca e o Victor era um ano mais novo. Era o melhor jogador da geração 2006 e foi o mais novo a entrar naquele grupo. Já dominava por completo nos sub-19 e começou a ter tempo de jogo na equipa principal do Copenhaga», recorda Morten Eskesen, antigo selecionador jovem dinamarquês, em conversa com A BOLA.

«Super profissional, sempre a trabalhar. Eu estava em contacto constante com o clube e até comentávamos que ele precisava de relaxar um pouco, porque até nas folgas ia treinar», relata o treinador, agora inserido na equipa técnica do Midtjylland, com alguns sorrisos à mistura.

Os que conviveram com Froholdt realçam a sua postura. «Exemplar dentro e fora de campo», vinca Eskesen, «nada surpreendido» com a rapidez com que o jovem Victor se impôs «num clube histórico, como é o FC Porto».

«Não me surpreende, nada mesmo. Ele corre muito mais do que os outros jogadores, aí é que está a questão. Tem uma capacidade fantástica a nível físico. Quando os jogadores são jovens, é diferente, a nível físico, teres 17 ou 18 anos, Não é fácil, mas o Victor já era o melhor. Consegue correr o jogo todo», enaltece o treinador, de 57 anos, que gaba outra qualidade ao portista: a polivalência.

«Conseguia jogar em posições diferentes. Aliás, perdemos algum tempo a discutir qual a melhor posição para ele. É médio, mas podíamos pô-lo na ala direita. Sabíamos que, se tivesse algum imprevisto, até podíamos colocar o Victor a lateral-direito. Também trabalhei com o Conrad Harder, que é um jogador que vocês, portugueses, conhecem bem e ele podia jogar no centro do ataque ou mais pela ala, mas não em tantas posições como o Victor», recorda Eskesen.

Diante de tantas qualidades, o antigo seleccionador vê o futuro de Froholdt bem encaminhado. «Fico surpreendido se ele não acabar por ir para a Premier League!», atira Morten Eskesen, a par dos rumores que já começaram a surgir. «Se não me engano, ele não jogou na primeira vez que o convoquei. No fim do jogo, veio pedir-me uma bola, queria só senti-la, estar a trabalhar com ela. Era quase de noite e ele faz-me este pedido… Por aqui é possível ver o perfil dele. Aceitava quando não jogava, porque, de facto, tínhamos uma grande colheita de jogadores», remata.