Ian Cathro teceu elogios efusivos aos jogadores do Estoril que, apesar da derrota no Estádio do Dragão (0-1), entregaram, na sua perspetiva, uma exibição de grande nível. Em declarações à Sport TV, o treinador da equipa canarinha abordou também a confusão com o banco do FC Porto após o apito final e terminou com uma mensagem dirigida a quem tentou intimidá‑lo.
“Não sabemos fazer outra coisa [que não jogar olhos nos olhos]. A minha escolha de vir para Portugal e trabalhar aqui era a de fazer algo diferente. E foi ‘não vamos jogar com medo’. Infelizmente temos pontos que não refletem a qualidade que temos, mas acho que hoje foi muito importante para que a malta no estúdio, e para quem escreve as coisas, que não falem… Estou à espera de muitas palavras sobre o jogo [do FC Porto] de quinta-feira, jogadores cansados, que isso talvez tenha permitido ao Estoril ter bola, até porque jogam mais ou menos bem. Espero que não seja assim. Nunca vou falar em justiça em função do resultado. A vida não é justa, eu sei. Mas tem de haver justiça na análise da qualidade do jogo e do trabalho dos jogadores. E espero que haja justiça nestas análises”, referiu, inicialmente
O Estoril surpreendeu taticamente – poderá isso ser um novo rosto da equipa? “Como disse antes do jogo: a minha responsabilidade aqui é tentar melhorar sempre. Vamos enfrentar outros adversários diferentes, com rotinas diferentes. Talvez tenhamos tentado jogar como um grande, mas não somos grandes. Não temos esses recursos. O que temos é muita humildade, muito trabalho durante a semana e capacidade para ajustar. E tirar o máximo do plantel e dos jogadores. É preciso ter um treinador com a capacidade de ser versátil para tirar o máximo dos jogadores”.
Fica a ideia de que Guitane teria qualidade para jogar num grande… Ter jogadores com essa competência traz‑lhe segurança? “Pode colocar mais nomes aí… Percebo a pergunta, mas para mim seria absurdo não fazer isso. É difícil responder com outra explicação. Sou assim. Não consigo ver outro lado”.
No final da partida, e já na 1.ª parte, aplaudiu várias vezes a sua equipa. Não existe vitória moral, mas deixa o Dragão orgulhoso? “Saio muito curioso para ver como é que as pessoas falam deste jogo. E sinceramente não quero ver notícias a falar do cansaço da equipa adversária, que permitiu ao Estoril crescer e fazer um jogo mais ou menos. Quero ler sobre a qualidade do nosso jogo e dos nossos jogadores”.
Registou‑se algum incidente entre os bancos? “Não… Queria mesmo dizer ao mister Farioli que fiquei mesmo impressionado com o trabalho dele. Não é nada fácil chegar aqui. Ele tem feito bons trabalhos antes e aqui está a fazer um trabalho excelente. Isso ficou óbvio. Mas quando lhe queria passar à frente, acho que ele sentiu que eu lhe tinha dado um empurrão. E depois começaram as discussões e não gosto quando me tocam na cara. É uma coisa mais latina. Do outro lado, havia outras pessoas, e tenho alguns problemas com essas pessoas. Queriam intimidar‑me e acho que fizeram um grande erro. Talvez não saibam que isso é impossível”.

