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“Admirado por não ter sido o Maniche”: neto de Pinto da Costa diz que não foi convidado para receber Dragão de Honra do avô

O Dragão de Honra atribuído ontem, a título póstumo, a Jorge Nuno Pinto da Costa suscitou forte contestação familiar. O seu neto prosseguiu esta terça-feira a crítica à actual direção do clube, afirmando que não foi respeitada a vontade do antepassado.

Num vídeo publicado no Instagram, e referindo-se novamente ao livro ‘Azul até ao fim’, Nuno Pinto da Costa explicou as razões da mensagem:

“Eu estou a fazer este vídeo apenas para esclarecer alguma da desinformação que tem sido passada por aí, como já é habitual nos dias de hoje, relativamente aos Dragões de Ouro, e em particular ao Dragão de Honra que o meu avô Jorge Nuno Pinto da Costa venceu ontem à noite, para vos dar conta que não, não fui convidado para a gala dos Dragões de Ouro, e também não fui convidado para receber o Dragão de Honra em nome do meu avô. Para quem leu o seu último livro, o ‘Azul até ao fim’, sabe que é uma vontade que ele deixa explicitamente clara, que não quer que nenhum dos seus familiares ou amigos recebam qualquer tipo de prémio ou condecoração após a sua morte, porque acreditava ele, e bem, no meu entender, que deveria ser bem tratado em vida e não depois de morrer. E deixa também claro que o único prémio que ele gostaria de receber depois da sua morte, que era precisamente um Dragão de Ouro, e que fazia questão que fosse o seu neto Nuno, que sou eu, a recebê-lo”, situou o neto do falecido ex-líder portista.

De seguida reafirmou que nem ele nem outros membros da família foram convidados para a cerimónia:

“Novamente, apenas para deixar claro que não fui convidado para o receber, também a sua mulher não foi convidada, bem como a sua filha não foi convidada. Eu tenho a certeza que não fariam isto com mais ninguém. Foi-nos feito a nós, e tenho apenas pena que, mais uma vez, uma vontade do presidente não seja cumprida. Mas eu percebo, até porque a homenagem de ontem não foi para cumprir a vontade do presidente, foi apenas e só, mais uma vez, utilizado como arremesso político para agradar às massas, para ficarem bem na fotografia, não importando quais eram as suas vontades.”

Nuno Pinto da Costa garantiu que a actual direcção tinha conhecimento da vontade do seu avô e acusou-a de ferir intencionalmente os mais próximos:

“Dizer também que, obviamente, que o comum adepto não tem a obrigação de saber, nem de ter comprado o livro, nem de saber qual era ou não era o seu desejo, mas posso-vos garantir que a atual direção sabia desta vontade que ele tinha. A intenção é também ferir e magoar, porque não somos anjinhos, nem andamos nisto há dois dias, aqueles que lhe são próximos, e em particular a mim.”

Por fim, criticou a presença e a postura de antigos intervenientes do clube, apontando a hipocrisia de certas homenagens, com referência direta a Maniche:

“É mais uma daquelas atitudes, daqueles que durante a sua vida o trataram mal, mas que agora vêm com homenagens. Eu já tenho falado nisto, estou farto de falar deste tema, só fico admirado que não tenha sido um Maniche, que tão mal falou do meu avô, e que ontem estava presente, porque foi convidado para a gala, que não tenha sido o Maniche a entregar este Dragão de Honra. Já que estamos no cúmulo da hipocrisia, seria apenas mais um.”