Quase um mês depois de ter contribuído para que a seleção nacional conquistasse a Liga das Nações frente à campeã europeia Espanha – somando esse triunfo ao título de campeão inglês obtido pelo Liverpool – o avançado Diogo Jota faleceu em julho num acidente de viação em Espanha, que também vitimou o irmão André Silva, jogador do Penafiel, da II Liga.
Jota, de 28 anos, preparava-se para a sexta época pelos ‘reds’, pelos quais conquistou quatro troféus, mas não sobreviveu – tal como André, de 25 – e deixou viúva a esposa Rute Cardoso, com quem se casara onze dias antes, após o nascimento dos três filhos.
A morte dos dois irmãos teve grande destaque mediático e suscitou comoção entre personalidades portuguesas e internacionais do futebol, da política e da música, que marcaram presença nas cerimónias fúnebres em Gondomar; as homenagens prolongaram-se nos meses seguintes, sobretudo junto ao estádio do Liverpool, onde foi erguido um memorial.
O Liverpool retirou a camisola ’20’ de todas as suas equipas, num dos vários tributos a Diogo Jota, que usava esse número no clube desde a sua chegada a Anfield, em 2020, e participou na conquista do 20.º título de campeão inglês na época passada.
Vencedor de duas Ligas das Nações com Portugal, com um total de 14 golos em 49 jogos, o avançado jogou ainda, enquanto sénior, nos ingleses Wolverhampton e no Paços de Ferreira e no FC Porto, que este ano se despediu de duas das suas maiores referências.
Jorge Nuno Pinto da Costa morreu em fevereiro, aos 87 anos, vítima de cancro, cerca de dez meses depois da derrota nas eleições do clube frente ao antigo treinador André Villas-Boas, por quem foi apelidado de o “presidente dos presidentes”, depois de se ter afirmado como dirigente mais titulado e antigo do futebol mundial entre 1982 e 2024, com 69 troféus a nível sénior, incluindo sete internacionais – no total, festejou 2.591 troféus em 21 modalidades.
Por respeito ao pedido feito em vida pelo seu antecessor – cuja morte não suscitou reacções institucionais dos rivais lisboetas Benfica e Sporting – Villas-Boas ausentou-se do funeral, que reuniu centenas de figuras do desporto e de outros sectores e recordou uma personalidade influente na afirmação da cidade do Porto e da região Norte.
Os adeptos do FC Porto criaram um memorial em redor do Estádio do Dragão, tal como aconteceu em agosto, quando o antigo defesa-central e capitão Jorge Costa morreu aos 53 anos, depois de se ter sentido mal no centro de estágios do clube, no Olival, em Vila Nova de Gaia.
Com 50 jogos e dois golos pela seleção nacional, campeão do mundo sub-20 em 1991, Jorge Costa liderou o futebol profissional dos ‘dragões’, conquistando 21 troféus entre 1992 e 2005, destacando-se oito edições da I Liga, uma Liga dos Campeões e uma Taça UEFA.
O futebol português perdeu também Joaquim Oliveira, de 78 anos, presidente do conselho de administração da Olivedesportos e do canal SportTV, figura central na promoção dos direitos televisivos, da publicidade e do marketing desportivo.
Um ano mais novo era Aurélio Pereira, responsável pelo departamento de prospeção do Sporting, que revelou jogadores como Paulo Futre, Luís Figo e Cristiano Ronaldo.
Em 2025, o país despediu-se igualmente de Artur Santos (94 anos), Morato (88), Cruz (85), José Carlos (83), Osvaldinho (79) e Baltazar (77), todos antigos internacionais ‘AA’.
Manuel Sérgio morreu aos 91 anos, após uma carreira como professor universitário, deputado, filósofo e autor de obras sobre desporto e motricidade humana, enquanto, no hóquei em patins, Júlio Rendeiro, que representou o Sporting e comandou a seleção portuguesa, faleceu aos 83 anos.

