Futebol

André André e Óliver no ponto para o Benfica-FC Porto

Março foi mês de explosão para ambos. A liberdade para trocarem de posição e alternarem na construção agrada-lhes. E a equipa não podia desejar melhor: seis jogos com os dois, seis triunfos.

A fórmula do meio-campo que mais vitórias rendeu ao FC Porto no campeonato vai a teste no clássico da próxima semana, no Estádio da Luz, onde André André e Óliver Torres chegam no melhor momento de forma. Separados ainda numa fase prematura da temporada, pelo facto de terem características físicas (1,74 m) e técnico-táticas bastante semelhantes, os “gémeos” reuniram-se no Bessa e sentem-se cada vez mais confortáveis juntos. Hoje veem-se praticamente inseparáveis, até porque ambos têm a noção de que beneficiam bastante da presença um do outro no relvado. Para isso, porém, tiveram de aprender a coexistir, percebendo que tipo de movimentos podiam realizar sem perturbar as ações do colega, num trabalho realizado longe de olhares indiscretos e aperfeiçoado em jogos teoricamente complicados (Boavista, Nacional e Arouca). A liberdade que Nuno Espírito Santo lhes concede para irem trocando de posição e alternarem na construção do ataque da equipa ao longo do encontro fez o resto.

A aplicação desta fórmula no meio-campo rendeu seis vitórias em seis jornadas, 20 golos marcados, dois sofridos e uma média de posse de bola na casa dos 59 por cento ao FC Porto. Estes resultados, de resto, contribuíram decisivamente para que Nuno fosse aumentando a confiança em André André e Óliver Torres, que tiveram em março o melhor mês esta temporada. O português e o espanhol não só somaram, em média, mais tempo de jogo no terceiro mês de 2017 como ainda tiveram ações decisivas: André uma assistência, Óliver um golo e duas assistências.

A titularidade e o momento de forma que atravessam são resultado do trabalho extra que foram obrigados a fazer depois de, em diferentes fases da temporada, se terem visto de fora das opções do treinador. André, que surge agora fisicamente mais forte, foi relegado para o banco e para a bancada na parte final de 2016 – a Imprensa vimaranense chegou a apontá-lo como eventual moeda de troca no negócio Soares -, enquanto Óliver perdeu momentaneamente o estatuto de indiscutível após o clássico com o Sporting. Só mesmo depois da derrota caseira com a Juventus, para a Liga dos Campeões, que ambos viram a partir do banco, é que se fixaram em definitivo no onze, aproveitando também a ausência de Herrera por lesão.

Com o mexicano na seleção e o regresso à Invicta programado para 24 ou 48 horas antes do clássico, André André e Óliver têm escancaradas as portas da titularidade. Pela frente têm uma semana para melhorar um entendimento que tem roçado a perfeição. Aliás, assim que a dupla se desfez, pelo facto de o português ter forçado o amarelo em Arouca para jogar na Luz -, o FC Porto não venceu (V. Setúbal). O Benfica, porém, será um teste de outro nível. Mas à medida de dois jogadores que estão no ponto.

(Fonte ojogo.pt)