Qual foi o impacto na Polónia das contratações de Bednarek e Kiwior pelo FC Porto?
Pelo que sei, teve um impacto considerável. Como não domino o polaco, nem sempre consigo acompanhar os comentários dos canais desportivos, mas a perceção é claramente positiva e benéfica para o futebol polaco. Há muita qualidade nos jogadores polacos, sobretudo nos centrais e nos guarda‑redes. Um exemplo é o Miszta, que passou pelo Radomiak e fez uma boa época no Rio Ave – infelizmente nunca trabalhei com ele. Os jogadores polacos estão a atingir patamares muito elevados no contexto mundial, como demonstra o caso do Lewandowski, o que indica que o trabalho desenvolvido no país está a dar frutos. A maioria dos recentemente convocados para a seleção joga nas cinco grandes ligas ou em Portugal, em clubes com dimensão europeia, pelo que o impacto é, efectivamente, notável.
Acha que estes exemplos podem abrir portas aos jogadores polacos em Portugal?
Diria que sim, de forma semelhante ao que sucedeu com jogadores portugueses na Polónia. No caso de Bednarek e Kiwior o efeito é ainda mais evidente, dado o elevado grau de visibilidade e o estatuto de internacionais. O Miszta teve uma época de destaque no Rio Ave e está bem valorizado. Os centrais do FC Porto apresentam uma qualidade muito elevada e deverão ter uma grande época, o que servirá de chamariz para outros clubes portugueses – não apenas os de topo, mas também equipas de dimensão média e mesmo da Liga 2. Creio que existe também um avançado polaco no Torreense. É, portanto, um mercado a que os clubes portugueses devem estar atentos, pois oferece jogadores com atributos físicos excecionais.
