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Benfica pretendia “influenciar” arbitragem, políticos e imprensa, notícia a Sábado

A SÁBADO, noticia hoje uma mensagem apresentada em “powerpoint”, que terá sido apresentado aos quadros da SAD do Benfica a 18 de Junho de 2012, documento este que consta de um novo conjunto de emails divulgados pelo blog “mercadodebenficapolvo.wordpress.com”.

Cinco anos antes de rebentar o escândalo dos emails, que levaram a buscas ao estádio da Luz no chamado “caso dos emails” (Outubro de 2017), já responsáveis e quadros do Benfica conspirariam em exercer “pressão” e “influência junto de responsáveis da arbitragem e de outras estruturas do futebol nacional”, tendo assumido tal objectivo como um “desafio” para o futuro.  

Os documentos revelados de Domingos Soares Oliveira, administrador da SAD do Benfica, e os emails situam-se entre 2009 e 2012. Terá sido em 2012, no início do mês de junho, que Domingos Soares Oliveira e outros elementos da SAD trocaram correspondência sobre a apresentação a ser feita na reunião de quadros, que teve lugar no dia 18 daquele mês. O documento em “powerpoint”, além de metas desportivas e financeiras, estabeleceu ainda “desafios” na “vertente externa”, os quais passariam por, em primeiro lugar, “definir e implementar uma estratégia coerente a cinco anos”.

Dos tais desafios a cinco anos, faziam parte o “reforço do controlo/influência nas diferentes áreas do poder na indústria“; o aumento da “influência/controlo sobre o poder“, nomeadamente, na “Federação e respectivos conselhos de arbitragem“, “poder político“, “meios de comunicação/media” e, por fim, “judicial“. A página terminou com a mensagem “conquistar capacidade de influência

Soares de Oliveira, por outro lado, também terá tido outra linha de actuação para consolidar o poder do Benfica no futebol português quando, a 23 de Março de 2012, partilhou com o presidente da SAD, Luís Filipe Vieira, um “pensamento perverso”. Neste email, que falava da centralização dos direitos televisivos, Domingos Soares de Oliveira começou por dizer que para a garantir o clube teria que “comprar” os clubes médios e pequenos e remover o “louco” do presidente da Liga na altura, que era Mário Figueiredo. Sendo assim, o CEO do Benfica equacionou a hipótese do clube aceitar a tal centralização das negociações, pagando até 500 mil euros a cada um dos clubes pequenos.

Os novos emails revelados pelo blogue revelam ainda indícios de que foi o próprio Benfica a pagar as despesas judiciais de dois funcionários da empresa de segurança “Prossegur”, envolvidos no chamado “caso do túnel”, que se envolveram em agressões com cinco jogadores do FC Porto – estes acabaram por ser condenado pelo Tribunal da Relação de Lisboa a penas de multa.

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