Duarte Gomes, director técnico nacional de arbitragem, comentou publicamente as recentes polémicas envolvendo os confrontos Benfica–Casa Pia e FC Porto–SC Braga, reafirmando a total confiança e o orgulho no trabalho dos árbitros portugueses.
Questionado sobre os relatórios de Fábio Veríssimo e Gustavo Correia, o dirigente realçou a importância da verdade e da responsabilidade: “O que sentimos quando os nossos árbitros dizem a sua verdade é orgulho, mas também sentido de missão. Eles estão obrigados a relatar tudo o que acontece, dentro e fora do campo. Quando o Fábio, o Gustavo ou qualquer outro árbitro escreve o que presenciou, sentimos que cumpriu o seu dever. Depois, há situações que passam da esfera da arbitragem para a disciplinar. A justiça tem o seu tempo e fará prevalecer a verdade.”
Relativamente à expressão “jarra”, frequentemente usada para designar afastamentos de árbitros, Duarte Gomes foi incisivo: “Não falamos em jarras nem mostramos a ninguém que vamos fazer isso. Os primeiros a saber quando vão ser responsabilizados são os próprios árbitros, não a imprensa nem os clubes. Qualquer outra coisa que ouçam não é oficial.”
O ex-árbitro esclareceu ainda que a falta de nomeações nem sempre corresponde a uma sanção, podendo constituir antes uma medida de protecção: a gestão de desempenhos visa muitas vezes resguardar o árbitro da exposição pública. Um erro tem consequências profissionais e familiares, e os árbitros são responsabilizados – inclusivamente ao nível classificativo, económico e da autoestima.
Por fim, Duarte Gomes sublinhou que a transparência e o sentido de responsabilidade são essenciais para a credibilidade da arbitragem portuguesa.

