FC Porto

Ex-jogador é agora treinador no Salzburgo: “Devo muito a Villas-Boas. Chamou-me e disse: ‘Comigo, tu vais jogar'”

Os menos atentos podem não recordar Markus Berger. Ex-defesa-central de 40 anos, atuou por três emblemas em Portugal – com destaque para a Académica – e teve passagens pelo Gil Vicente e pela Tondela, somando quatro anos e meio na Briosa. Actualmente reside em Salzburgo, a sua terra natal, que será palco da estreia do FC Porto na edição 2025/26 da Liga Europa. A BOLA falou com o antigo futebolista, que, em português impecável, mostrou-se afável. «A Académica é o meu clube do coração, mas, em Portugal, o meu segundo clube é o FC Porto», revela.

Antes de mais, reconhecimento ao clube que «lhe deu muito». «Fui muito feliz na Académica, que foi o clube que me deu a oportunidade de jogar na Liga portuguesa. Sou muito grato ao clube. E sempre gostei do FC Porto. Guardo um jogo na cabeça, quando lhes ganhámos na Taça de Portugal, em 2011. Vencemos 3-0 e eles tinham grandes jogadores. O Otamendi, o Hulk, o Varela, o Belluschi… Eram muito bons e eu lembro-me desse jogo na Taça, em que ganhámos sem dar hipótese», recorda.

A ligação curiosa de Berger aos dragões passa também por um nome: André Villas-Boas. Actualmente treinador das camadas jovens do Salzburgo, o ex-defesa foi orientado por Villas-Boas na Académica, em 2009/10. «Devo-lhe muito», afirma. «Eu estava a passar um período muito difícil na Académica. Jogava pouco, mas veio o André e, numa pausa da FIFA, em que tínhamos duas semanas para preparar o jogo seguinte, ele chamou-me e disse-me: ‘Markus, comigo, tu vais jogar’. E comecei logo a jogar com ele. Tenho muito a agradecer ao André, ainda tenho contacto com ele», conta, exprimindo vontade de «reencontrar» o antigo treinador quando o FC Porto estiver na Áustria. «Se houver tempo… Na última vez que o vi, ainda estava no Marselha. Fizeram um estágio em Munique e fui visitá-lo quando estava a fazer a formação de treinador», recorda Markus.

Berger garante que, nessa altura, Villas-Boas ainda não clareava como presidente, mas salientava outras qualidades: «Naquela altura, não podia adivinhar que o André seria presidente, mas, como treinador, era fantástico. Um dos pontos fortes dele era a relação com as pessoas. É simpático e consegue dar aquele clique às equipas. Toda a gente fica ao lado dele e isso é muito importante. Tem um grande coração e mostra isso às pessoas. Na altura, ele chegou depois de ser adjunto do José Mourinho e tinha muito conhecimento do futebol. É o pacote completo. É assim que se diz, não é?»

Markus Berger é treinador nas camadas jovens do Salzburgo, adversário do FC Porto esta quinta-feira

«Froholdt é um grande jogador e gosto muito de Alberto»

Markus segue com atenção o futebol em Portugal e, com base no que viu, não hesita: frente ao Salzburgo, o favorito é «claramente» o FC Porto. «Vi o jogo com o Sporting, há pouco tempo, e foi uma grande exibição. Fizeram grandes contratações. Adoro o Froholdt, é um grande jogador. Também gosto muito do Alberto Costa, mas o mais importante é que, nos dois últimos anos, não vi esta atitude na equipa. A forma como defendem, o espírito colectivo… Mostra muita alma. Ganharam todos os jogos até agora, mas essa atitude faz a diferença», destaca o austríaco, que deixa ainda observações sobre o adversário dos dragões.

«É difícil falar em estrelas… Temos um bom avançado, o Konaté, mas acho que ainda está lesionado. A força do Salzburgo é o colectivo. É uma equipa jovem, à imagem do que foi sempre. O clube aposta muito nos jovens e é nessa filosofia que eu também trabalho. Adoro o que faço», diz, antes de referir nomes. «Gosto do Kitano, um japonês que chegou este verão, e o Bidstrup é um 6 que trabalha muito. O Kjaergaard também. O meio-campo acaba por ser o sector mais forte da equipa», conclui Berger.

: