Para perpetuar o legado e a memória de Jorge Costa, atribuindo o seu nome ao Centro de Treinos e Formação Desportiva do Olival e mantendo o seu exemplo presente no dia a dia do plantel, a direção do FC Porto decidiu assumir, de forma integral e mensal, o pagamento do contrato do falecido diretor do futebol profissional.
A família de Jorge Costa – os filhos David, Guilherme e Salvador, a viúva Estela Ritu e um neto – tem sido uma prioridade para o clube desde o primeiro momento, que tem procurado dar todo o apoio necessário e garantir que não lhes falta nada numa fase tão difícil. Para formalizar este apoio, está agendada para a próxima semana uma reunião no Estádio do Dragão com os familiares do eterno Bicho, num gesto semelhante ao que o Liverpool teve para com a esposa e filhos de Diogo Jota.
Na homenagem recente realizada no Olival ao antigo capitão, André Villas-Boas convidou a família de Jorge Costa e não conseguiu conter as lágrimas pela perda de um amigo e aliado tão leal. «Um homem que nunca me deixou só», recordou, evocando o apoio do Bicho nos momentos mais difíceis da época passada.
Jorge Costa mantinha uma ligação muito próxima ao plantel, contribuindo para a coesão e motivação da equipa. Muitos reforços foram recebidos e apresentados ao universo portista pelo antigo diretor do futebol profissional. «É uma força da natureza, o nosso Bicho, e vai ser um exemplo para as nossas conquistas, que nos inspire», disse o grupo e também Farioli, que frequentemente invoca a memória do lendário número 2 ao falar dos valores do clube.
Ao serviço dos dragões, Jorge Costa conquistou oito campeonatos nacionais, cinco Taças de Portugal, oito Supertaças, uma Taça UEFA, uma Liga dos Campeões e uma Taça Intercontinental – um percurso notável de uma das figuras maiores da história do FC Porto. O seu coração deixou de bater a 5 de agosto, no Olival, vítima de uma paragem cardiorrespiratória que nem o corpo clínico do clube nem os especialistas de urgência do Hospital de São João conseguiram reverter, apesar de todos os esforços, deixando a família portista e o futebol português em profundo luto. «Era um dirigente como poucos. Dos primeiros a chegar, dos últimos a sair, preocupado com todos. Aos mais experientes, injetava ânimo, aos mais novos ensinava-os a caminhar de cabeça erguida», afirmou André Villas-Boas quando o centro de treinos recebeu o nome do antigo diretor.

