Ciclismo

FC Porto é líder no recorde de vitórias da Volta a Portugal

A 80.ª edição da Volta a Portugal terminou este domingo com Raúl Alarcón a garantir a vitória individual e o W52-FC Porto a coletiva, o que reforça a liderança portista no histórico da prova. Este foi o 15.º triunfo de um ciclista azul e branco na geral individual (à frente de Sporting e Benfica, com nove) e também o 15.º em termos coletivos (logo atrás vem o Sporting, com 12).

O primeiro triunfo data de 1948, por Fernando Moreira, e depois Dias dos Santos foi primeiro em duas edições consecutivas (1949 e 1950), sendo até ontem o único portista a bisar. Seguiram-se vitórias de Moreira de Sá (1952), Carlos Carvalho (1959), Sousa Cardoso (1960), Mário Silva (1961), José Pacheco (1962), Joaquim Leão (1964), Joaquim Sousa Santos (1979), Manuel Zeferino (1981) e Marco Chagas (1982). Nesta era moderna, em associação com a W52, os azuis e brancos regressaram ao lugar mais alto do pódio 34 anos depois, com Rui Vinhas, em 2016.

O domínio azul e branco tem sido exercido por blocos: além do primeiro tri, entre 1948 e 1950, houve um tetra, entre 1959 e 1962. E entre 1979 e 1982 garantiram-se quatro camisolas amarelas. Entre 2016 e 2018, novo tri para o FC Porto.

Em termos coletivos, o primeiro lugar da geral foi atingido em 1948, 1949, 1950, 1952, 1955, 1958, 1959, 1964, 1969, 1979, 1980, 1981, 2016, 2017 e, agora, em 2018. Ou seja, por quatro vezes os títulos individual e coletivo não coincidiram, se bem que seja impossível um corredor ser líder sem o apoio dos colegas. Em 1960, 1961, 1962 e 1982, Sousa Cardoso, Mário Silva, José Pacheco e Marco Chagas, respetivamente, venceram sem que a equipa o fizesse coletivamente. E em 1955, 1958, 1969 e 1980, a vitória coletiva não correspondeu à camisola amarela no fim da volta.

O espanhol Raúl Alarcón foi o primeiro corredor estrangeiro do FC Porto a triunfar na Volta a Portugal, sendo que, até agora, para além de portugueses, todos tinham nascido a norte de Santa Maria da Feira, com a exceção de Marco Chagas. Alarcón é natural de Alicante, no sul de Espanha, e sucede a protagonistas de conquistas épicas como Dias dos Santos (o tal que um dia disse “Limpámos o sarampo à gajada de Lisboa”), Mário Silva (apesar da intoxicação alimentar que prejudicou os azuis e brancos em 1961) e Manuel Zeferino (cuja fuga na primeira etapa, em 1981, lhe garantiu logo um avanço de 12 minutos e 28 segundos).