FC Porto

Felipe: “Tenho o FC Porto e os portistas no coração”

Mais logo (20h00, Sport TV5), no City Ground, com “com uma atmosfera mesmo muito forte” onde “é muito difícil jogar”, o FC Porto mede forças com o Nottingham Forest na terceira jornada do grupo da Liga Europa. Felipe, que representou ambos os clubes, prevê “um grande jogo” entre “dois clubes gigantescos” com “adeptos muito apaixonados”.

Da visita ao Estádio do Dragão no início da época ficou-lhe “o carinho dos adeptos” e a convicção de que existe “muito espaço para evoluir até ao final do ano” numa equipa descrita como “leve e intensa”. O ex‑central aconselha os jogadores a “descansar em casa, hidratar‑se bastante e fazer a própria gestão de esforço”, lembrando que “jogar de três em três dias é muito complicado” e deixa “o corpo em stress constante”.

Em declarações publicadas no Travel Guide destinado aos parceiros que viajaram no avião da comitiva portista, Felipe assegura ter “o FC Porto e os portistas no coração” e salienta que “o Nottingham Forest tem crescido de forma constante nos últimos anos e é uma equipa forte e robusta”, apontando também individualidades adversárias: “O Igor Jesus é muito versátil na movimentação e combina bem com o Gibbs-White, de quem nem é preciso falar porque é o pilar da equipa, flutua pelo último terço, é inteligente e ajuda na marcação”.

Esteve no jogo de apresentação frente ao Atlético de Madrid. O que o impressionou mais?
Apesar de ser pré‑época e do evidente cansaço típico desse período, Felipe considerou o encontro muito dinâmico. Destacou a coordenação entre os jogadores, mesmo com várias caras novas, e elogiou a forma como o FC Porto explorou a posse frente a uma equipa com grande solidez defensiva. Reforçou a ideia de que há “muito espaço para evoluir até ao final do ano”.

Recebeu o carinho dos portistas. Como se construiu essa ligação?
Felipe descreve como especial receber o reconhecimento dos adeptos, fruto de uma trajetória positiva no FC Porto. Foi o seu primeiro clube europeu, permitiu‑lhe atingir a seleção e concretizar sonhos pessoais. O jogador afirma que guarda o Clube no peito e valoriza a experiência de representar uma instituição “gigantesca”.

O FC Porto iniciou a campanha europeia com uma vitória em Salzburgo. Como analisou essa partida?
Reconheceu a dificuldade do jogo, habitual na Liga Europa, e enalteceu a importância do lance decisivo de William Gomes, a quem chama a “chapada” que valeu a vitória, sublinhando a emoção dos festejos colectivos.

Com um calendário tão exigente, como podem os jogadores render ao máximo jogando de três em três dias?
Felipe insiste que “jogar de três em três dias é muito complicado”. O corpo acumula stress e precisa de quase dois dias de recuperação; por isso, apelou à inteligência dos atletas na gestão mental, alimentação e hidratação. Destacou também a relevância da rotatividade operada pelos treinadores e dos meios de recuperação disponibilizados pelo Clube.

O FC Porto tem reputação de crescer em provas internacionais. Qual é o segredo?
Para Felipe, essa característica está enraizada no Clube: mesmo sem experiência directa na Liga Europa, reconhece que o FC Porto traz sempre intensidade, qualidade individual e uma cultura vencedora transmitida por adeptos e equipa técnica. A combinação de jogadores leves, talentosos e adeptos apaixonados explica o desempenho nas competições continentais.

Conhece bem o Nottingham Forest. Como vê o momento do adversário?
O Nottingham tem apresentado crescimento sustentado nos últimos anos, com várias contratações e ajustes internos. Felipe considera o plantel forte e robusto – uma exigência da Premier League – e nota que, apesar da saída de referências, o clube continua a solidificar‑se.

Que peso terá a atmosfera do City Ground?
O ex‑jogador descreve o City Ground como um estádio com “uma atmosfera mesmo muito forte”. Lembra relatos de colegas na Premier League sobre a dificuldade de jogar ali, devido à devoção dos adeptos e à cobertura das bancadas, que amplifica o impacto sonoro. Espera lotação esgotada e um ambiente hostil para as equipas visitantes.

O plantel do Nottingham mantém vários ex‑colegas seus. Esse entrosamento é relevante?
Felipe afirma que a manutenção de pilares como Chris Wood, Morgan Gibbs‑White e Neco Williams foi crucial para a construção de estabilidade. Os elementos mais recentes integram‑se mais facilmente graças ao suporte desses jogadores, o que ajuda o clube a consolidar‑se na elite inglesa.

Na defesa, Murillo tem sido importante. Como antecipa o duelo com os avançados do FC Porto?
Prevê um confronto físico e intenso: descreve Murillo como “um touro” e compara a robustez dos atacantes adversários – incluindo Samu, Deniz Gül e Luuk de Jong -, tornando o embate interessante do ponto de vista físico.

Igor Jesus e William Gomes destacaram‑se no arranque da Liga Europa. Podem fazer a diferença?
Felipe elogia a performance de Igor Jesus, pela versatilidade e ligação com Gibbs‑White, e sublinha o papel decisivo de William Gomes no triunfo portista, valorizando ainda ver jogadores brasileiros em evidência nas competições europeias.

Falou com Willy Boly no Forest. Havia conversas sobre o FC Porto?
Recorda‑o como um grande companheiro, que o acolheu quando chegou a Inglaterra. Os dois costumavam comentar jogos do FC Porto, mantendo uma ligação que Felipe guarda com carinho como parte do legado do Clube.

Quais as diferenças e semelhanças entre Nottingham Forest e FC Porto?
Diferenças notórias existem sobretudo no estilo de jogo: o Nottingham aposta numa forte componente física e ainda define a sua identidade, enquanto o FC Porto privilegia posse, intensidade e paciência. Em comum, têm histórias europeias de grande relevo: ambos conquistaram a Liga dos Campeões por duas vezes e são clubes tradicionais, com adeptos apaixonados e legado consolidado.

Fundado em 1865, o Nottingham Forest é um dos clubes mais antigos do futebol mundial. Felipe considera que, apesar de um período de estagnação, o clube renasceu nos últimos anos, recuperando a imponência na Premier League e reforçando a sua tradição e base de adeptos para os próximos desafios.