O bom dessa ferramenta no fórum é esse: Like nos comentários que concordamos, smiles naqueles que achamos engraçados e outras tantas opções. Não sigo ninguém, já espalhei vários "gostos" ao longo do tópico. Coragem.
Guerra Rússia - Ucrânia
- Iniciador de Tópicos ixnay
- Data de início
Privar-nos-á então do seu contributo. Não posso deixar de lamentar, embora não me surpreenda. Não sou especial apreciador de sonsices. Se foram esses os valores e a educação que lhe passaram, compadeço-me pelo colega. Em todo o caso, tem a minha solidariedade. Tome o reparo como uma oportunidade pedagógica.
Não seja mesquinho, não lhe fica bem, nem mesmo num fórum de internet, entre anónimos. Estamos aqui de boa-fé a discutir temas que nos interessam, sinta-se à-vontade para participar como uma pessoa crescida, um igual. A trollice é engraçada, mas talvez mais adequada para outro tipo de fórum que não este, uma comunidade que procura manter algum respeito pelos participantes e pelo próprio espaço. Vá lá, seja razoável, aproveite o facto de ter em mim um user paciente e compreensivo. Quem sabe não aprende alguma coisa e corrige a sua postura.
À atenção da moderação @apocalypto Um comportamento infantil não será crime ou especial agravo, mas as crianças devem ser supervisionadas.
Última edição:
B
BSilva
Guest
E o que é que tu sabes ao certo, acerca da CS na Rússia, que não te seja dado pela CS ocidental?
Sabemos que a UE, por intermédio da Ursa ban de Laia, a proibiu no espaço europeu, por alegadamente, esses canais russos, "difundirem fake news, desinformação, e a propaganda russa!"
Esta é a versão dos burocratas de Bruxelas!
Será esta a democracia do mundo livre, que "exige" ter acesso à informação que "vende" o pluralismo das ideias, das opiniões, das várias versões, dos lados diferentes da história, que nos apresentamos perante o resto do mundo??
Ou será antes uma "censura" boa, benigna, que afinal só nos protege da malignidade?
Na verdade, quando ligamos as TVs, os noticiários, o que vemos?
Deixaram de falar na COVID, ( já não é mau!) agora temos a guerra!
Vendem a emoção, as imagens e os testemunhos chocantes, o horror do sofrimento de civis!
A comoção geral, a exploração dos nossos instintos mais primitivos - no repúdio que sentimos pelo que vemos, somos direcionados, "arrebanhados" para o desejo de destruição, de aniquilação!
Massas de gente enfurecidas, exigem acção! A opinião pública exige repostas! Retaliação! Já!
Forte, rápida, decisiva! Sem contemplações!
Há um herói, um herói que está sozinho, que luta estoicamente!
"Precisa da nossa ajuda! Por que esperam? "
"Mexam-se!"
E do outro lado?
"O Ocidente quer a nossa destruição!
A NATO aproxima-se perigosamente das nossas fronteiras!
E estão a fazê-lo há 20 anos!
Temos compatriotas russos que vivem na Geórgia, na Ucrânia, etc. em perigo! Temos de os resgatar ocupando esses territórios para os proteger!"
"Temos nazis na Ucrânia! A Ucrânia é nossa!
Bem vistas as coisas, a Ucrânia nem é bem um país..."
Aquele mundo ocidental é degenerado!
Corremos o risco de sermos "invadidos" por esta cultura ocidental perigosa e degenerada!
Temos de atacar! Já!
Enquanto é tempo!"
A mesma alienação, o mesmo arrebanhamento, a mesma manipulação!
Na narrativa deles, claro!
Mas o princípio que subjaz é o mesmo, a mesma manipulação, a mesma propaganda!
B
BSilva
Guest
Última edição por um moderador:
Eu sei que não tem nada a ver com o tópico mas ele transformou-se numa espécie de silly season do extra Porto no fórum, mas é tão bom ( quase orgasmico ) ver os recordes de bilheteira que o Top Gun tem batido em todos os países depois da choradeira dos wokes a quando da estreia do mesmo.
O mundo ainda gira na direcção certa.
O mundo ainda gira na direcção certa.
B
BSilva
Guest
Breaking News em todos os canais!
O nosso PM: "O petróleo russo tem os dias contados na UE"
Entretanto a único canal que não fala na guerra, é a CMTV!
Bateu-se no fundo...
O nosso PM: "O petróleo russo tem os dias contados na UE"
Entretanto a único canal que não fala na guerra, é a CMTV!
Bateu-se no fundo...
Já reparaste que sempre que alguém discorda de ti, é um fundamentalista de esquerda a debitar cartilha? Escreves essa frase várias vezes por mês neste fórum, acusando a torto e a direito pessoas de diferentes ideologias.
A tua opinião, porque é isso que é, uma opinião, não é soberana. Nem a tua visão pró-EUA do capitalismo bom vs comunismo mau que desculpa qualquer atrocidade que o Ocidente possa fazer é minimamente aceitável para quem se preocupa, acima de tudo, com valores de vida digna, empatia e harmonia humanista.
Mas já sei o que estás a pensar: sou comuna e devo estar a citar o avô Jerónimo. Ou o Castro. Possivelmente algum manifesto do Marx.
Tu que lês 56292 livros por dia certamente já os leste a todos e saberás que o que eu disse vinha no catálogo da La Redoute.
Estou um bocado a leste.Eu sei que não tem nada a ver com o tópico mas ele transformou-se numa espécie de silly season do extra Porto no fórum, mas é tão bom ( quase orgasmico ) ver os recordes de bilheteira que o Top Gun tem batido em todos os países depois da choradeira dos wokes a quando da estreia do mesmo.
O mundo ainda gira na direcção certa.
Visualizar anexo 8617
O Top Gun criou choradeira entre a comunidade woke? Desenvolve!
Dá-se o caso, infelizmente, de a maior parte dos países fornecedores de energia ou de matérias-primas serem ditaduras ou autocracias do pior, desde a China, à Arábia Saudita. Congo, Catar, Nigéria, etc., etc.
Enfim, se quiséssemos ser eticamente coerentes, só podíamos comprar petróleo à Noruega, ao Canadá e aos EUA. O que significaria que... iríamos a pé para o trabalho, se houvesse trabalho.
Isto para dizer que é muito bonito defender essas posições morais, mas como é óbvio, a moral nunca teve cabimento na esfera da economia e da geopolítica. Se tivesse, países como a Arábia Saudita nunca poderiam ser vistos como aliados do Ocidente.
A questão, é que no assunto "palestiniano" o grosso percentual das pessoas que defende a narrativa de "Israel mau, atrocidades planeadas governamentalmente, invasão, palestina boa, inocentes mortos, terroristas são uns rogues que nada têm a ver com os palestinos" é por norma pessoal que está entre a velha esquerda petrificada e sobretudo a "new far left". Não quer obviamente dizer que uma minoria de pessoas que não militam nesses mesmos grupos ideologicamente não tenham ou possam ter essa forma de pensar. Mas serão uma minoria de franja.Já reparaste que sempre que alguém discorda de ti, é um fundamentalista de esquerda a debitar cartilha? Escreves essa frase várias vezes por mês neste fórum, acusando a torto e a direito pessoas de diferentes ideologias.
A tua opinião, porque é isso que é, uma opinião, não é soberana. Nem a tua visão pró-EUA do capitalismo bom vs comunismo mau que desculpa qualquer atrocidade que o Ocidente possa fazer é minimamente aceitável para quem se preocupa, acima de tudo, com valores de vida digna, empatia e harmonia humanista.
Mas já sei o que estás a pensar: sou comuna e devo estar a citar o avô Jerónimo. Ou o Castro. Possivelmente algum manifesto do Marx.
Eu, já o disse aqui convivo com duas pessoas em círculos de amigos que são militantes do PCP com alguma responsabilidade no PCP do distrito do Porto.
São quadros jovens para o habitual do partido, uma traz a nova narrativa da "new far left", uma espécie de bloquização do PCP e o outro é um jovem estalinista da velha guarda. No entanto ambos empunham essa bandeira com um fervor que se torna difícil falar com eles e tira-los da dicotomia que criaram e que não tem reflexo na realidade.
Isso e são "champions" do whataboutismo, que é algo que a certa altura pulula neste tópico.
Quando alguém está numa discordância, quando acontece um conflito vem logo "e a Palestina? E o Iémen? E Santa C*** do Assobio?"
Tudo para criar algum relativismo nas suas posições e fazer um jogo de condenar um bocadinho a Rússia mas "o Ocidente é mau e somos todos racistas ou não nos preocupamos com X porque são muçulmanos".
Como alguém disse aqui, é o chamado quente e frio.
E vou continuar a escrever. E vocês escrevem o que quiserem sobre mim e sobre a minha ideologia desde que dentro da Lei. É assim que funciona numa democracia liberal.Já reparaste que sempre que alguém discorda de ti, é um fundamentalista de esquerda a debitar cartilha? Escreves essa frase várias vezes por mês neste fórum, acusando a torto e a direito pessoas de diferentes ideologias.
A tua opinião, porque é isso que é, uma opinião, não é soberana. Nem a tua visão pró-EUA do capitalismo bom vs comunismo mau que desculpa qualquer atrocidade que o Ocidente possa fazer é minimamente aceitável para quem se preocupa, acima de tudo, com valores de vida digna, empatia e harmonia humanista.
Mas já sei o que estás a pensar: sou comuna e devo estar a citar o avô Jerónimo. Ou o Castro. Possivelmente algum manifesto do Marx.
Eu compreendo que seja difícil intuir porque os regimes que vos inspiram regurgitam esse tipo de coisas de " Inimigo do Estado ", " Traidor da causa comunista " e o meu preferido " já não é comunista o suficiente ".
Portanto defendem, como é que é, vida digna, humanista e unicórnios e depois exibem fotografias do Lenin, Stalin, Marx e outros? Marx esse feminista que respeitava os direitos das mulheres... Menos a dele.
Ou tentam defender os Talibãs esses progressistas que retiraram as mulheres de toda e qualquer vida civil reduzindo-as à simples existência para servir o homem. Mas os maus, vilões, canalhas, imperialistas, era a coligação anglo saxonica que tentou dar uma vida digna às jovens afegãs, dando-lhes oportunidade de serem aquilo que elas bem entenderem.
Defendem a vida digna, humanista e os unicórnios, e depois criticam a intervenção dos EUA na Sérvia quando ela foi implorada por tudo o que era nação ( menos, brilho nos olhos, a Rússia ) por estarem a massacrar os seus rivais e a cometer hora a hora crimes contra a humanidade.
Posso continuar?
E quanto ao capitalismo, só a forma de o usar diz logo ao que vens, bates na porta errada.
Não posso estar mais longe dos liberais na economia. Aliás em matérias de direitos dos trabalhadores e na questão dos bancos, grande capital e etc estou mais próximo do PCP do que tu imaginas. Então quando se passa um certo nível de riqueza sou Jerónimo do que o próprio Jerónimo. E na saúde já agora.
Sou tudo menos um capitalista. Nos anos 60 nos EUA estaria certamente naquelas listas de espiões soviéticos que o senador McCarthy fazia.
Agora fora isso, quando mete comparação entre países, liberdades, culturas e questões civilizacionais salto imediatamente o muro.
E não percebo o acinte por eu ler. Não percebo mesmo.
Parece que um tipo de casaco de cabedal, óculos rayban e que sabe pilotar um caça é masculinidade tóxica.
Não preciso de desenvolver muito pois não?
Foi es amigues do Diogo Faro?
(usando determinantes inclusivos pois podem não se rever em nenhum género)
Só não sei pilotar o caça, de resto tenho e gosto do kit masculinidade tóxica.
Vou direitinho para o gulag woke
Por cá não tenho visto muito. Também não sigo esse ser. Mas no Brasil e nos EUA tem sido um festival.
Um texto interessante sobre filosofias russas em que segundo o autor Putin se inspira.
A invasão da Ucrânia é mais do que uma guerra por território no intento de reconstruir o império russo. A sua lógica é mais ambiciosa. “É uma guerra de civilização. [Putin] procura alargar o domínio russo sobre o continente euroasiático.” Estas são duas teses desenvolvidas pelo ensaísta e filósofo francês Michel Eltchaninoff, no livro Dans la Tête de Vladimir Poutine, Actes Sud, 2015, e cuja tradução portuguesa, Na Cabeça de Putin (Ed. Zigurate), chegará às livrarias no dia 9 de Junho.
No auge da maior guerra na Europa desde o fim da II Guerra Mundial, é imperioso tentar perceber Vladimir Putin. Se é difícil penetrar na sua personalidade, resta conhecer as ideias que estão por trás da sua estratégia imperial. O livro foi escrito logo a seguir à anexação da Crimeia perante a dificuldade de perceber os objectivos e as intenções de Putin. A análise permanece actual e o autor acrescentou um curto capítulo final após a invasão da Ucrânia em 2022.
A filosofia russa de Putin ajudaria a compreender a estratégia de um líder que gosta de se mostrar enigmático. É um realista e, ao mesmo tempo, um homem que passou a ignorar a realidade, como se verifica na aventura ucraniana.
Numa entrevista recente ao diário Le Monde, Eltchaninoff reafirma que a ideologia de Putin assenta em quatro pilares: neosovietismo, eslavofilia, euroasiatismo e conservadorismo. “Putin nunca acreditou no comunismo mas é sensível ao patriotismo sacrificial do sovietismo.” Estaline pode ser apreciado como vencedor da Alemanha nazi e da “grande guerra patriótica”, mas o revolucionarismo de Lenine deve ser apagado.
Outro pilar é a eslavofilia, encarnada por pensadores como Nikolai Danilevski (1822-1885), leitura obrigatória para os responsáveis putinistas. Danilevsk acrescenta à eslavofilia tradicional “a ideia de um desenvolvimento orgânico da Rússia e de um confronto inevitável com o Ocidente, caracterizado pelo primado do Direito, pela predominância do comércio e por um materialismo que se opõe frontalmente a uma Rússia impregnada de cristianismo”.
O euro-asiatismo nasceu nos anos 1920 entre os imigrados “brancos” e nega que a Rússia seja próxima do mundo romano-germânico e da Europa Ocidental. É mais próxima das populações asiáticas: a Eurásia tem como vocação virar-se para o Oriente. Putin foi muito influenciado pelo filósofo Ivan Iline (1883-1954), que imaginava já uma “ditadura nacional como remédio para o caos separatista que se seguiria ao comunismo”.
A partir de 2013, Putin lança uma viragem conservadora, que reforça a sua aliança com a Igreja Ortodoxa. Faz a apologia da família tradicional e assume o confronto com a ofensiva liberal e o politicamente correcto: “A Rússia deve atrair os conservadores do mundo inteiro e fazer da Rússia o pólo mundial do conservadorismo.”
“Putin trava no seu espírito, cada vez mais fechado na ideologia, uma guerra de civilização. O objectivo é estender a dominação russa ao continente euro-asiático.” Sonha tornar-se líder da Europa quando os países europeus façam chegar ao poder os partidos nacional-populistas que Moscovo apoia e financia.
No seu discurso de 21 de Fevereiro sobre a visão histórica da Rússia e da Ucrânia, disse Putin: “Eles detestam-nos apenas porque existimos. A Rússia é fundamentalmente diferente da civilização ocidental.” Evocou a “ameaça existencial” que paira sobre a Rússia.
A Ucrânia tornou-se numa obsessão para Putin: ele não tolera a existência, ao lado da Rússia, de um Estado que proclamou a sua independência e começou a virar-se para a Europa ocidental. Retoma as teses de Ivan Iline a um nível quase apocalíptico: “Não seria exagero dizer que este impulso para uma assimilação violenta, para a formação de um Estado ucraniano etnicamente puro, agressivo em relação à Rússia, é comparável nas suas consequências ao uso contra nós de armas de destruição em massa.”
“Ninguém sabe, repitamo-lo, se Vladimir Putin enlouqueceu.” Mas a loucura dos ditadores costuma ser de outra ordem. “Esta sequência, na qual funde um passado mitificado num presente reinventado, sugere que ele caiu num mundo paralelo”, escreve Eltchaninoff na derradeira página do livro.
As “raízes ideológicas” ajudam a perceber a estratégia russa, mas não a decisão de fazer a guerra. Nem explicam a “cabeça de Putin” nem o seu desfasamento da realidade, facto que o torna particularmente perigoso.
Resta um ensinamento: a guerra decorre na Ucrânia, mas é mais do que geopolítica. Após a anexação da Crimeia em 2014, um marco histórico, “Putin preparou-se para o grande confronto com o Ocidente”. O imperialismo putiniano é dobrado por uma tentativa de restauração conservadora e de imposição do “Estado forte” no Continente. Por isso, a Ucrânia se tornou palco de uma guerra sobre a identidade da Europa.»
Jorge Almeida Fernandes - Público
A invasão da Ucrânia é mais do que uma guerra por território no intento de reconstruir o império russo. A sua lógica é mais ambiciosa. “É uma guerra de civilização. [Putin] procura alargar o domínio russo sobre o continente euroasiático.” Estas são duas teses desenvolvidas pelo ensaísta e filósofo francês Michel Eltchaninoff, no livro Dans la Tête de Vladimir Poutine, Actes Sud, 2015, e cuja tradução portuguesa, Na Cabeça de Putin (Ed. Zigurate), chegará às livrarias no dia 9 de Junho.
No auge da maior guerra na Europa desde o fim da II Guerra Mundial, é imperioso tentar perceber Vladimir Putin. Se é difícil penetrar na sua personalidade, resta conhecer as ideias que estão por trás da sua estratégia imperial. O livro foi escrito logo a seguir à anexação da Crimeia perante a dificuldade de perceber os objectivos e as intenções de Putin. A análise permanece actual e o autor acrescentou um curto capítulo final após a invasão da Ucrânia em 2022.
A filosofia russa de Putin ajudaria a compreender a estratégia de um líder que gosta de se mostrar enigmático. É um realista e, ao mesmo tempo, um homem que passou a ignorar a realidade, como se verifica na aventura ucraniana.
Numa entrevista recente ao diário Le Monde, Eltchaninoff reafirma que a ideologia de Putin assenta em quatro pilares: neosovietismo, eslavofilia, euroasiatismo e conservadorismo. “Putin nunca acreditou no comunismo mas é sensível ao patriotismo sacrificial do sovietismo.” Estaline pode ser apreciado como vencedor da Alemanha nazi e da “grande guerra patriótica”, mas o revolucionarismo de Lenine deve ser apagado.
Outro pilar é a eslavofilia, encarnada por pensadores como Nikolai Danilevski (1822-1885), leitura obrigatória para os responsáveis putinistas. Danilevsk acrescenta à eslavofilia tradicional “a ideia de um desenvolvimento orgânico da Rússia e de um confronto inevitável com o Ocidente, caracterizado pelo primado do Direito, pela predominância do comércio e por um materialismo que se opõe frontalmente a uma Rússia impregnada de cristianismo”.
O euro-asiatismo nasceu nos anos 1920 entre os imigrados “brancos” e nega que a Rússia seja próxima do mundo romano-germânico e da Europa Ocidental. É mais próxima das populações asiáticas: a Eurásia tem como vocação virar-se para o Oriente. Putin foi muito influenciado pelo filósofo Ivan Iline (1883-1954), que imaginava já uma “ditadura nacional como remédio para o caos separatista que se seguiria ao comunismo”.
A partir de 2013, Putin lança uma viragem conservadora, que reforça a sua aliança com a Igreja Ortodoxa. Faz a apologia da família tradicional e assume o confronto com a ofensiva liberal e o politicamente correcto: “A Rússia deve atrair os conservadores do mundo inteiro e fazer da Rússia o pólo mundial do conservadorismo.”
“Putin trava no seu espírito, cada vez mais fechado na ideologia, uma guerra de civilização. O objectivo é estender a dominação russa ao continente euro-asiático.” Sonha tornar-se líder da Europa quando os países europeus façam chegar ao poder os partidos nacional-populistas que Moscovo apoia e financia.
No seu discurso de 21 de Fevereiro sobre a visão histórica da Rússia e da Ucrânia, disse Putin: “Eles detestam-nos apenas porque existimos. A Rússia é fundamentalmente diferente da civilização ocidental.” Evocou a “ameaça existencial” que paira sobre a Rússia.
A Ucrânia tornou-se numa obsessão para Putin: ele não tolera a existência, ao lado da Rússia, de um Estado que proclamou a sua independência e começou a virar-se para a Europa ocidental. Retoma as teses de Ivan Iline a um nível quase apocalíptico: “Não seria exagero dizer que este impulso para uma assimilação violenta, para a formação de um Estado ucraniano etnicamente puro, agressivo em relação à Rússia, é comparável nas suas consequências ao uso contra nós de armas de destruição em massa.”
“Ninguém sabe, repitamo-lo, se Vladimir Putin enlouqueceu.” Mas a loucura dos ditadores costuma ser de outra ordem. “Esta sequência, na qual funde um passado mitificado num presente reinventado, sugere que ele caiu num mundo paralelo”, escreve Eltchaninoff na derradeira página do livro.
As “raízes ideológicas” ajudam a perceber a estratégia russa, mas não a decisão de fazer a guerra. Nem explicam a “cabeça de Putin” nem o seu desfasamento da realidade, facto que o torna particularmente perigoso.
Resta um ensinamento: a guerra decorre na Ucrânia, mas é mais do que geopolítica. Após a anexação da Crimeia em 2014, um marco histórico, “Putin preparou-se para o grande confronto com o Ocidente”. O imperialismo putiniano é dobrado por uma tentativa de restauração conservadora e de imposição do “Estado forte” no Continente. Por isso, a Ucrânia se tornou palco de uma guerra sobre a identidade da Europa.»
Jorge Almeida Fernandes - Público
A ironia é o teu discurso ser alinhado com o comunismo mais radical.
Aquela ideia de não haver Suíças, ou estão do lado do proletariado. ou estão do lado do capitalismo está tão presente no teu discurso. Mesmo que estejas nos antípodas.
Ou estão comigo, no lado da superioridade intelectual de quem lê 48384848 livros por dia e domina a arte do copy paste de artigos de opinião alinhados com a tua linha de pensamento, ou são maoístas, trotskistas que usam t-shirts do Guevara e querem mandar os ricos para gulags. Mais redutor não há. Não há zonas cinzentas, só o carimbo do comuna radical.
Sabes, eu brinco contigo com o erro de apreciação do Vitinha, mas pensando bem foi o momento que te melhor definiu neste fórum, o absolutismo total da tua opinião sobre o jogador e a incapacidade de assumires o teu erro, diz mais de ti do que outra coisa que tenhas escrito por cá.
Parece que tenho defeitos.
Quem diria.
B
BSilva
Guest
Eu sei que não tem nada a ver com o tópico mas ele transformou-se numa espécie de silly season do extra Porto no fórum, mas é tão bom ( quase orgasmico ) ver os recordes de bilheteira que o Top Gun tem batido em todos os países depois da choradeira dos wokes a quando da estreia do mesmo.
O mundo ainda gira na direcção certa.
Deixa lá, não vais sozinho.
Eu já tirei a senha, também...
E eis que nas entrelinhas, num outro tópico li e bem a cartilha russa plasmada com um meio escondido "E.U.A a criar guerras para valorizar a sua moeda".
It never ever ever ends.
It never ever ever ends.