A "partida" decisiva que se vai jogar no próximo dia 27 de abril é uma das mais importantes dos últimos 20 anos do FC Porto. Desde a final de 2004 da CL que não me sentia tão ansioso, tão nervoso perante um desafio próximo. No dia 27 de abril muito se vai definir sobre o que vai ser o nosso clube no futuro, e o que mais nos deixa nervosos, penso, é sabermos que não haverá outra oportunidade como esta. Não haverá.
Claro que hoje muitos consideram afinal possível algo que há bem pouco tempo se tinha como impossível: vencer Pinto da Costa nas urnas.
Como já disse alguém, não me lembro em Portugal, contando eleições Presidenciais, Legislativas e Municipais - e, obviamente, as eleições dos principais clubes de futebol em Portugal - de ver uma campanha tão bem construída, preparada e executada. Não me lembro de ver as sucessivas escolhas para os diferentes cargos e pensar na sorte que temos de haver gente com currículos tão ricos, dispostos a fazer este esforço de salvar o clube da bancarrota e impedir que este deixe de ser um clube de sócios para passar a ser um clube dependente de fundos de investimento pouco transparentes.
O que o AVB está a fazer é histórico, corajoso, gigantesco e merece uma resposta inquestionável nas urnas no dia 27 de abril.
Não sou anjinho e nunca festejei campeonatos antes de matematicamente estar tudo resolvido ou vitórias em jogos, antes do apito final. Mas são muitos os sinais. Isto já não se justifica com "ah, mas isso é na tua bolha, vai para o mundo real e verás que é diferente". Aqui no Fórum - o maior centro virtual de debate e convívio de portistas existente, desde há muito tempo e a grande distância - a grande maioria carrega esta esperança na mudança personalizada em AVB. Nas redes sociais - no meu caso é o Twitter que acompanho mais - em termos de comentários a apoiar uns e outros, a grande maioria está claramente do lado de AVB. A todos os amigos com quem eu falo que são sócios e tem familares e amigos sócios, eu tenho perguntado: "e contigo e com os teus próximos, como é?". A resposta tem sido SEMPRE a mesma "a grande maioria, para não dizer praticamente todos, vão votar e vão votar no André."
E hoje, Afurada.
Ah a tal bolha que ninguém iria ousar furar. O bastião do pintismo. A varanda das lágrimas que juntava Rei e Povo a festejar juntos os títulos do clube. O que se viu hoje é mais um sinal, dos muitos outros. Assim como é um sinal o desespero na procura de argumentos, no jogo sujo das redes, no multiplicar de ações de gestão em cima do joelho (algumas de teor duvidoso, para não dizer outra coisa), a azáfama de quem "nunca precisou de fazer campanha" e afinal, está num desespero, a querer mostrar que está ali para as curvas, sendo que o maior problema é que o que antes era uma ardilosa e irónica argumentação contra inimigos comuns hoje se transformou numa inenarrável verborreia contra os que defendem a casa comum.
Dia 27 de abril é o dia. Importante como há muito não se via. Digno de uma final europeia. E hoje, depois de Afurada, só consigo dizer: Obrigado, André!