O Porto dos inícios dos anos 90, e mesmo após ter sido campeão europeu poucos anos antes, ainda fazia da sua cantera a sua grande força. Ia buscar jogadores aos clubes nortenhos, jogadores humildes, com esse perfil de garra e coragem. Ainda ia buscar Vinhas. Ainda ia buscar as sobras que o Benfica não queria (Yuran e Kulkov).
Mantinha-se focado, humilde, trabalhador. Fazia do carácter dos seus jogadores a sua força. Era o coração do Clube e o esqueleto da equipa. Depois, com o pouco dinheiro que tínhamos, iamos ao mercado buscar um bom avançado estrangeiro. Funcionámos nesse modelo durante anos. Os da casa, formavam a alma (a mística), os estrangeiros, adicionavam qualidade.
É preciso recuar ao passado, para percebermos o que nos fez vencer. Foi a união e a coesão. Foi uma mentalidade humilde e trabalhadora, de garra e coragem. Um núcleo duro que se foi formando, mantendo o espírito e fazendo passar a tocha e a cultura de jogo a quem chegava ao Clube depois. Escolhermos com quem queremos ir para as trincheiras é fundamental. É fundamental ir buscar o perfil certo. É fundamental criar e manter um núcleo duro e vincar os nossos valores. Em fase de maturação, trará vitórias e conquistas.