Muito gosta o Martinez de ter um plano B, C e D que quase se esquece que não há plano A.
A variabilidade tática que ele tanto gosta de apregoar é uma falácia.
Com a qualidade que temos um plano A bem executado é mais que suficiente para ganhar a 95% das selecções. A selecção tem pouco tempo de trabalho e deveria ter princípios simples: aproveitar as micro-parcerias dos clubes (sendo o melhor exemplo disso o Vitinha + Neves) e aproveitar ao máximo o tempo de treino a optimizar um plano A e um plano de recurso que fosse mais contido. Em caso de precisarmos de um plano mais ofensivo que o normal, tem de se confiar na qualidade dos jogadores para desiquilibrarem no último terço. Daí ser mais relevante o trabalho defensivo colectivo.
Não faz sentido nenhum a opção pelo Neves num jogo destes. Primeiro porque o que se ganha ofensivamente não é significativo tendo em conta que temos o meio-campo que temos, segundo porque o Inácio não é inapto a contruir - longe disso -, terceiro porque mostra aos centrais que ficam no banco que nem segunda opção são. Parece sempre que o Martinez define os estatutos que têm que jogar e depois tenta encaixar à força toda os perfis diferentes no mesmo onze, por muito que isso implique o Neves a DD ou o Rúben Neves a DC.
Se tivessemos um seleccionador que tivesse como único critério para as suas escolhas o que fosse melhor para a equipa estavamos muito melhor. Podia haver gente chateada por jogar menos do que queria mas essa atitude não faz falta à selecção. Farto das contradições e das mentiras do Martinez. Farto dele por andar a fazer fretes só para se proteger e, ao mesmo tempo, tentar valorizar-se ao fazer parecer que isto é tudo mais complicado do que tem de ser.