Estranho mundo em que vivemos em que o choque de uma grande Volta em ciclismo não decorrer na normalidade é maior, do que bombardear e matar à fome crianças.
Gosto muito de desporto, de futebol, do FCP, mas estamos a falar de um acto genocida e que atenta contra os direitos mais básicos do homem.
Por muito que essa gente esteja errada na forma de protestar, o acto hediondo não é deles certamente.
Tirando alguns que acham normal o que se está a passar em Gaza, acho que ninguém coloca no mesmo patamar o genocídio palestiniano e um boicote a um evento desportivo.
No entanto, parece-me que os protestos, por muito bem intencionados que sejam (e são!!!), são desproporcionados e estão a atentar contra pessoas que nada têm a ver para o caso.
Desproporcionados porque colocam a segurança dos ciclistas em causa. O Javier Romo (é não foi só ele) foi ao malagueiro porque uns artistas mandaram-se para o meio da estrada durante uma descida.
Também não me parece que atacar o desporto seja a jogada mais inteligente. Primeiro porque se há actividade neste planeta que ainda consegue unir brancos e pretos, judeus e muçulmanos, heteros e gays é o desporto. E porque o desporto é muito mais emotivo que racional, criar anticorpos junto de uma grande fatia de população não me parece muito producente para quem quer ganhar activistas para a causa.
Falo por mim: eu sou pró Palestina e acho que estes manifestantes devem usar estes espectáculos com alcance mundial para marcar uma posição. Mas fiquei nas horas do caralho quando os vi a interferir na prova.