Obviamente que haverá sempre umas centenas de acólitos aos Madureira. Os que directa e indirectamente faziam parte da rede que os sustentava. Essa gente não andava cá por portismo, mas sim pelo negócio. Pelo sustento. Pelo meter ao bolso. E o negocio madureira ia de vento em popa, bilhetes, merchandising (tráfico on the side), com a protecção do nosso eterno, que, como todos sabemos, era rei e senhor da cidade. E quem estava sob a alçada do eterno, estava com deus. Controlava a cidade. O que quisesse. Impunemente. Em troca, o eterno queria protecção e, quiçá, um "trabalhinho" feito aqui ou ali. E, como é óbvio, cobraria sempre também a sua fatia do bolo do negócio dos bilhetes.
O grande grosso era o negócio das compras e vendas dos jogadores. E depois os agenciamentos e as intermediações. Isso ficava para a cúpula. Jorrava guito. Mas guito!
Os bilhetes era apenas o biscoito dado ao cão. A esmola. Mas essa esmola, ao longo de muitos anos, deu lugar a uma moradia de 2M em Gaia, carros de alta cilindrada, viagens de luxo, educar os filhos da melhor forma, dando-lhes todas as oportunidades de ter um fututo, e um estilo de vida acima da media. Um luxo, para quem veio do nada.
Como não defender até à morte a mão de quem nos sustenta desta forma? Como não dar a vida por ele?
Esta é a estória dos madureira. Devem a vida, a educação dos filhos e a segurança financeira a um homem.
Esta sandra, é uma vaca. O marido, coitado, está preso. Era esperto mas pouco inteligente. Era apenas um miúdo da ribeira quando o nosso eterno pegou dele. E até acho (mesmo) que ama o Clube. Mas o que fez, por estar atado e grato ao chefe, na fatídica assembleia, levou-o ao fundo do poço. Nem ele tinha outra saída. O líder estava velho e fraco, já não podia mais. E já não controlava as coisas como outrora. O macaco, ao ver isso, achou-se forçado a tomar as rédeas e a agir, e levou desesperadamente a coisa ao extremo, tentando preservar o homem no poleiro e, por conseguinte, preservar o seu próprio sustento. O homem morreu, o macaco foi preso, o negócio ruiu e a comandita foi expulsa do Dragão.
O que fica é que a casa está comprada, os negócios em andamento, os filhos educados, e o guito deve estar todo ali guardadinho em notas de 20, 50 e de 100 em caixas de sapatos num buraco qualquer. Terem sido expulsos (falta ele) é um mal menor.