A história agitada dos tri perdidos

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Mais umas achas para a história do 1º TRI

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JULHO 1996

15 – O FC Porto assegura a contratação do ponta-de-lança brasileiro Mário Jardel, por quatro temporadas, batendo para o efeito o Benfica e o PS Germain, que se encontravam interessados no concurso do atleta.

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Majestade altíssima

Por estranho que pareça, Mário Jardel começou a facturar pelo FC PORTO bem antes de entrar em campo com a camisola Azul e Branca. O simples facto de ter chegado às Antas depois de, numa operação relâmpago, representando invulgar esforço financeiro do presidente Jorge Nuno Pinto da Costa, ter sido arrancado às ambições do Benfica representou, na verdade, o cartão de visita ideal para o goleador brasileiro junto dos Dragões. Por causa do Jardel o FC PORTO ganhou o primeiro braço-de-ferro com o seu maior rival dos últimos anos... ainda antes de começar a época.

É claro que a coisa não ficou por aqui. Se o cartel do brasileiro ao serviço do Grémio já dava que pensar, não foi preciso esperar muito - o recital de golos começou logo à primeira jornada - para ter a confirmação de que o avançado de Fortaleza era mesmo o «cobra» anunciado. De tal maneira que nem a grave lesão de Domingos, no final de Agosto, impediu o ataque Portista de manter o excepcional nível de eficácia revelado na época passada (1995/1996).

Sobram os elogios para definir Jardel: excelente cabeceador (10 golos em 30 foram obtidos desta Forma), farejador de golos por excelência, com notável capacidade de remate e uma técnica específica muito evoluída para um jogador que nunca pretendeu exibir as qualidades estéticas e fantasistas de Domingos, o número 16 do FC PORTO juntou a estas qualidades uma imagem inatacável dentro e fora das quatro linhas.

Os números falam por si: 30 golos em 31 jogos incompletos no Campeonato , à média de 1 golo por cada 86 minutos, mais 4 na Liga dos Campeões - dois dos quais, em S. Siro frente ao Milan, deram o verdadeiro tiro de partida para a grande temporada Azul e Branca - representam o reembolso com altos juros, do forte investimento Portista na sua aquisição e transformaram-no, sem qualquer tipo de favor, na grande figura da época. Além de o tornarem sério candidato ao título oficioso de melhor ponta-de-lança no futebol português da última década, um trono que na época seguinte (a do TETRA) consolidou de vez.

0-5 A ponta da derrocada vermelha

O campeonato dava os primeiros passos, o Benfica de Autuori, embalado por esplendorosa pré-época, ainda não tinha dado parte de fraco, mesmo sem atingir, a sério, o brilhantismo da fase de preparação.

Naquela noite de 18 de Setembro de 1996 tudo estava em aberto para os vermelhos, que se propunham recuperar da derrota nas Antas, por 0-1. Tarefa complicada, sim senhor, mais ainda sabendo que o FC PORTO chegava à Luz moralizado pela vitória em S. Siro sobre o Milan, a contar para a Liga dos Campeões.

... E aconteceu história. O Benfica começou o jogo praticamente a perder, golo do FC PORTO nos primeiros minutos, e, apesar de um grande defesa de Wozniak respondendo a uma cabeçada de Dimas, veria os Portistas aumentarem a vantagem nos derradeiros instante do primeiro tempo.
Dai ao desvario completo foi um pequeno passo, científica e sadicamente explorados pelo FC PORTO até chegar, com requintes de malvadez, aos 5-0 finais. E outros ficaram por marcar. O FC PORTO esfrangalhou o Benfica, completamente entregue à sua sorte e sem disponibilidade quer mental, quer física, para se opor a tão categorizado adversário.
Sobre este resultado se dirá que acontece de dez em dez ou de vinte em vinte anos. Talvez seja verdade. Só que, para mal dos pecados vermelhos, logo havia de suceder frente ao FC Porto.