Voltando ao tópico do treinador da equipa B. Não nos podemos esquecer do, na minha, opinião brilhante trabalho que o António Folha realizou na sua primeira passagem pelo FCP. Tanto nos escalões de formação como na equipa B. Damos muito mérito ao Luis Castro pela conquista da segunda liga mas esquecemo-nos do trabalho que o Folha realizou nos juniores com alguns desses jovens. Uma quantidade significativa desses jovens nunca voltaram a demonstrar o futebol que apresentaram sobre o comando do António Folha tanto nos juniores como na equipa B.
Os títulos na formação não são o principal objetivo mas não deixam de ser importantes e muito dificilmente (como já foi referido aqui) veremos outro treinador como o Folha a nivel de títulos na formação.
Quanto à primeira passagem do Folha pela equipa B, acho que foi extremamente positiva. Tanto a nivel de resultados como a nivel de projeção de jogadores não só para a equipa A como "alimentar" equipas mais modestas do nosso campeonato e de divisões estrangeiras.
Quanto ao futebol jogado (que sempre foi de grande qualidade desde os tempos dos juniores) o que salta à vista é a primeira metade da época 17/18. Porventura o melhor futebol praticado pela nossa equipa B desde a sua reimplementação. Não fosse ter perdido a espinha dorsal da equipa em Janeiro, assim de repente lembro-me do Dalot (equipa A), Jorge Fernandes (Tondela), André Pereira (Setúbal), Galeno e Fede Varela (Portimonense) e Rui Pires (lesão grave), e muito provavelmente teríamos sido campeões. No entanto isso não é o mais importante e o objetivo da equipa B foi atingido (assim como esta época mas já lá vamos) projetando vários jogadores para a primeira liga não só em Janeiro como no final da época.
No Portimonense, ao contrário do que se diz, realizou um excelente trabalho enquanto lhe deram condições para isso. Mas não vou aprofundar mais porque não nos diz respeito a nós portistas.
Neste regresso à equipa B, na minha opinião, o Folha tem feito o trabalho possível.
Se analisarmos a nossa formação por gerações acho que é consensual que as gerações de 2001 e de 2002 são as mais parcas em talento. Gerações que em teoria deveriam neste momento ser a base da equipa B. Torna-se ainda mais preocupante esta situação visto que alguns dos jogadores mais talentosos destas gerações saíram para outros patamares (Fábio Silva, Francisco Conceição) e a SAD falhou redondamente em acrescentar reais opções a uma equipa já de si fraca (não podemos ter medo das palavras) e desfalcada das suas melhores individualidades. Posto isto, e não tirando culpas ao Folha porque ele também teve culpas por certas opções tomadas, não vejo como alguém poderia fazer substancialmente melhor tendo em conta as limitações do plantel. Talvez isto ajude a explicar o estilo de jogo pragmático adotado pelo treinador em grande parte da época contrastando com o que mostrou na sua primeira passagem no clube.
No entanto, não podemos dizer que o objetivo da equipa B esta época não foi cumprido visto que foram vários os jogadores chamados à equipa A e alguns até foram utilizados. Na próxima pré época da equipa A certamente também estarão presentes 2/3 jogadores que pontificaram esta época na equipa B.
Posto isto, sinceramente não percebo inúmeras criticas que fazem ao António Folha. Muitas delas desrespeitosas até. Não fez um trabalho brilhante mas fez um trabalho competente dentro das enormes limitações.