http://www.ojogo.pt/Futebol/1a_liga/Porto/interior.aspx?content_id=5130167
Nuno Antas de Campos, ex-dirigente do FC Porto, comentou a O JOGO o que espera do novo mandato de Pinto da Costa como presidente do clube, vincando que é necessário "regressar ao ADN Porto".
"Sócio há quase meio século e tendo a tido honra de ter servido o clube sem qualquer retribuição - a honra de o servir já bastava - sou uma voz de um mundo que já lá vai. No entanto, e antes do mais, gostava que a platónica ideia do provedor do sócio, agora anunciada pelo atual presidente depois de mais de três décadas de sucessivos mandatos e em hora de aperto, fosse substituída pelo incentivo da Direção à criação de uma Associação de Adeptos e torná-la parceira dos corpos gerentes, juntando-nos ao movimento europeu em curso - Football Supporters Europe - e já com clubes aderentes em Portugal.
Depois, gostaria de ver aprovado em assembleia geral um código deontológico para as relações com o mercado futebolístico em geral - e com os empresários em particular - pois o excesso de consanguinidade e familiaridade em vigor - e para ficar pelo eufemismo - não me parece salutar. Cada euro pago em comissões é um euro de imposto pago em detrimento da qualidade competitiva do clube.
Em terceiro lugar, uma maior intervenção nas políticas da superestrutura do futebol pátrio: um presidente de um clube como o Futebol Clube do Porto não pode ter estados de alma. E as más relações que tem com o presidente da FPF são-nos mais do que prejudiciais.
Já sofremos - e continuamos a sofrer! - com as sequelas da vida privada do atual presidente. Já é mais do que tempo que deite para trás das costas os seus sentimentos pessoais.
Depois, regressar ao ADN Porto, com acento tónico na formação. Há um par de anos, no auge dos anos "Porto entreposto de jogadores" dizia o atual presidente - e cito de cor: "a estrutura está montada; agora, é preciso não a estragar!" Estragou-a ele... ao não se aperceber da mudança de paradigma.
Para a voltar a arranjar, tem um ano. E só ele, isolado, sozinho e pela sua cabeça, o pode fazer. Se falhar, confirma-se o que todos nós, ele incluído, suspeitamos: parafraseando o que dizia, em italiano, um ex-treinador sobre uma glória desportiva de então, agora, e de novo, em odor de santidade: "Pinto da Costa è finito", afirmou.
Nuno Antas de Campos, ex-dirigente do FC Porto, comentou a O JOGO o que espera do novo mandato de Pinto da Costa como presidente do clube, vincando que é necessário "regressar ao ADN Porto".
"Sócio há quase meio século e tendo a tido honra de ter servido o clube sem qualquer retribuição - a honra de o servir já bastava - sou uma voz de um mundo que já lá vai. No entanto, e antes do mais, gostava que a platónica ideia do provedor do sócio, agora anunciada pelo atual presidente depois de mais de três décadas de sucessivos mandatos e em hora de aperto, fosse substituída pelo incentivo da Direção à criação de uma Associação de Adeptos e torná-la parceira dos corpos gerentes, juntando-nos ao movimento europeu em curso - Football Supporters Europe - e já com clubes aderentes em Portugal.
Depois, gostaria de ver aprovado em assembleia geral um código deontológico para as relações com o mercado futebolístico em geral - e com os empresários em particular - pois o excesso de consanguinidade e familiaridade em vigor - e para ficar pelo eufemismo - não me parece salutar. Cada euro pago em comissões é um euro de imposto pago em detrimento da qualidade competitiva do clube.
Em terceiro lugar, uma maior intervenção nas políticas da superestrutura do futebol pátrio: um presidente de um clube como o Futebol Clube do Porto não pode ter estados de alma. E as más relações que tem com o presidente da FPF são-nos mais do que prejudiciais.
Já sofremos - e continuamos a sofrer! - com as sequelas da vida privada do atual presidente. Já é mais do que tempo que deite para trás das costas os seus sentimentos pessoais.
Depois, regressar ao ADN Porto, com acento tónico na formação. Há um par de anos, no auge dos anos "Porto entreposto de jogadores" dizia o atual presidente - e cito de cor: "a estrutura está montada; agora, é preciso não a estragar!" Estragou-a ele... ao não se aperceber da mudança de paradigma.
Para a voltar a arranjar, tem um ano. E só ele, isolado, sozinho e pela sua cabeça, o pode fazer. Se falhar, confirma-se o que todos nós, ele incluído, suspeitamos: parafraseando o que dizia, em italiano, um ex-treinador sobre uma glória desportiva de então, agora, e de novo, em odor de santidade: "Pinto da Costa è finito", afirmou.