Futebol

Sérgio Conceição: «Têm que me meter numa jaula ou algo do género»

O treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, abordou a sua expulsão no Bessa e não entende por que razão o caso foi tão empolado. O treinador do FC Porto, que compareceu na sala de imprensa para fazer a antevisão do encontro de amanhã, com o Portimonense, diz que se limitou a soltar um palavrão num momento efusivo.

Como viveu o jogo no Bessa? “Começar por dizer que ninguém fica contente por ser expulso. Estas três expulsões que tanto invocam, não apanhei castigo porque não fiz nada de grave para que isso acontecesse. Estou a falar de uma vez que foi o fiscal de linha que me expulsou por sair da área técnica. De uma outra vez foi a mesma coisa. Desta vez foi, pelos vistos, por causa dos festejos, por festejar efusivamente o golo. Quero dizer que o jogo contra o Boavista foi um jogo, como disse na antevisão, difícil, um dérbi muito intenso e que estávamos precavidos para isso. Não contava, sinceramente, que o Boavista não jogasse futebol. Vou dar um exemplo de um candidato ao título que foi, no início da época, ao Bessa e o Boavista fez 12 faltas. Contra nós fez mais do dobro. E só das que foram assinaladas, porque houve outras tantas. Foi nos primeiros 15 minutos que o árbitro começou a perder o jogo, nos 15 primeiros minutos houve três ou quatro minutos de tempo útil. Isso resume bem o jogo.

Isto para dizer que, olhando para o lado e conhecendo o ambiente do Bessa, tendo nas minhas costas quatro ou cinco amigos meus dizendo palavras bonitas, que gostam muito de mim, e ver o banco do Bessa constantemente levantado, faltas para amarelo, uma batalha… Quando fizemos o golo, com tudo o que se estava a passar, aos 95 minutos de jogo, comemoro com um palavrão pelo meio e parece que foi a coisa mais grave que aconteceu. Acho isso inadmissível. E depois estende-se pelos programas de televisão, onde ouvi dizer que era uma vergonha e não falaram sequer do tempo útil de jogo. Dos amarelos que não foram exibidos. Dois ou três jogadores do Boavista que não jogavam a segunda parte. Ouvi falar apenas da expulsão e de um possível penálti contra nós. Do golo do Héctor [anulado], ouvi pouco”.

Exemplo de Éder: “Dou-vos um pequeno exemplo. Antes de vir para aqui estava a pensar no golo do Éder. Nós que somos portugueses, ninguém soltou um palavrão quando festejámos? São capazes de dizer que não? Só se estivessem na missa… Não é normal? Claro. Num momento mais efusivo, os golos do Éder, para mim, são todos os jogos do FC Porto. É vivido com emoção, com paixão. Que querem que eu faça? Não consigo ser de outra forma. Têm que me meter numa jaula ou algo do género. O que é que eu fiz de mal? Saltei, soltei um palavrão, mas o que é que eu disse de mais? “Tomem”, qualquer coisa…”.