Um dos traços mais evidentes do novo FC Porto são as bolas paradas. Essenciais em partidas renhidas ou contra defesas muito baixas, têm-se traduzido em golos nos três primeiros jogos do campeonato, sempre a partir de pontapés de canto. Só em Alvalade a vitória não decorreu dos esquemas ensaiados no Olival.
Na primeira jornada, diante do V. Guimarães, numa execução curta, Alberto Costa assistiu Samu; no terreno do Gil Vicente, Gabri Veiga cruzou para Froholdt inaugurar o marcador; já na terceira ronda, com 2-0 no placard, a defesa do Casa Pia não conseguiu aliviar o lance e Alberto Costa fuzilou para golo. Nesse encontro houve ainda outras ocasiões de finalização originadas por cantos que criaram dificuldades à defesa.
Em contraste, na época passada, entre os períodos de Vítor Bruno e de Martín Anselmi, os dragões converteram apenas quatro golos de pontapés de canto, triunfando em todos esses jogos: Galeno marcou ao Arouca (4-0), Nico González apontou frente à Estrela da Amadora (2-0) e ao Boavista (4-0), e um cabeceamento de Moura valeu a vitória em Farense (1-0). Mesmo incluindo os pontapés de livre – nenhum direto para a baliza resultou em golo – apenas surgiram mais dois golos ao longo da época anterior: Tiago Djaló contra o Hoffenheim (2-0) e Otávio no empate (1-1) com o Santa Clara.
Para esta ameaça que a equipa de Farioli está a aperfeiçoar, a estatura de alguns reforços é uma mais-valia. O central Bednarek mede 1,90 m, Froholdt, que também executa cantos, é três centímetros mais baixo, e Luuk de Jong, especialista no jogo aéreo, tem 1,88 m. Somam-se Nehuén Pérez, próximo dos 1,90 m, e Samu, que ultrapassa essa marca, além do mais recente reforço, Kiwior, que também ronda os 1,90 m. O resto resulta de trabalho e análise no Olival, a que a equipa técnica dedica sempre uma parte substancial do treino. Os efeitos já são visíveis e a época mal começou.