Miguel Queiroz, poste natural do Algarve e com mais de dez anos ao serviço do FC Porto, afirmou que liderar a selecção portuguesa de basquetebol – que vai marcar presença no Eurobasket 2025 – é um dos maiores motivos de orgulho da sua vida.
“O que sinto por ser capitão desta equipa? Em primeiro lugar, muito orgulho, tenho mesmo muito orgulho em ser capitão da seleção”, afirmou à agência Lusa o número 11 luso, que chega à fase final do Europeu com 121 jogos pela equipa principal.
A responsabilidade não o sobrecarrega: “Acaba por ser algo natural e ao mesmo tempo fácil, para mim, derivado dos colegas que tenho. É um grupo em que já nos conhecemos muito bem uns aos outros, em que sei, perfeitamente, quando tenho de falar, quando não tenho de falar”.
“Por isso, é um orgulho enorme, é das coisas de que mais me orgulho na minha vida”, sublinhou o jogador de 34 anos, que estreou-se na selecção das quinas a 13 de julho de 2013, pouco depois das anteriores participações lusas em Europeus (2007 e 2011).
Foi preciso percorrer um longo caminho até recolocar Portugal numa quarta fase final, tendo a selecção lusa participado, também a convite, na edição de 1951.
“Passámos muito para chegar aqui. Houve uma altura em que não tínhamos 12 jogadores para jogar um último jogo de qualificação para um Europeu”, recordou, acrescentando que muita coisa mudou, pois “esta nova geração mostrou uma grande ambição, desde o primeiro momento, de voltar a estar no Eurobasket, de subir o nível de Portugal”.
O processo foi exigente: “Foi muito trabalho, muitas derrotas, muitas viagens frustrantes, viagens longas, com derrotas pesadas, o que nos custava sempre. Foram momentos difíceis que me deram bagagem, que nos deram bagagem, para poder ganhar muitos jogos agora nesta fase”.
“Eu não gosto de comparar, mas esta geração realmente tem um orgulho enorme de jogar por Portugal, tem uma ambição muito grande, são jovens e querem fazer algo pelo basquetebol português, e por eles próprios. Para que a equipa suba de nível, ajuda sempre quando queres ser melhor jogador, ajuda sempre se toda a gente fizer isso”, destacou.
A construção deste grupo não ocorreu de um dia para o outro: “os primeiros anos foram difíceis”, mas “de estágio para estágio”, começou a “crescer” e “o nível subiu bastante”, sendo também fundamental ter uma meta definida.
“Acho que o facto mais importante é que tínhamos um objetivo muito claro e toda a gente, desde o início, o assumiu como sendo um grande objetivo. Esse foco foi decisivo para conseguir este apuramento”, reforçou à Lusa.
Portugal garantiu presença na fase final e irá defrontar algumas das melhores selecções europeias: no Grupo A, em Riga, mede forças com Sérvia, Turquia, a anfitriã Letónia, República Checa e Estónia, precisando terminar entre os quatro primeiros para prosseguir, meta que definem claramente.
“O nosso objetivo é passar a fase de grupos”, afirmou, sem hesitar, acrescentando: “Temos de nos focar jogo a jogo, primeiro a República Checa. Se eu for a pensar que vou ganhar três jogos… acho que não é por aí que temos de ir, acho que temos de ir pelo primeiro jogo. E é isso que vamos fazer”.
E sobre a importância do primeiro encontro numa competição curta, salientou: “É importantíssimo, é claro que começar bem é sempre muito bom, dá-nos outra confiança, uma confiança ainda maior, para enfrentar os jogos seguintes. Mas não é decisivo”.
“Temos de jogar, pensar que é mais um jogo de basquetebol, num palco muito grande, e temos de ter essa caixa, temos de ter esse peito de perceber, sem estarmos muito nervosos, mas também de perceber, que temos de dar passos em frente, e acho que a equipa o vai conseguir fazer”, garantiu o capitão à Lusa.
Para tal, não é necessária uma exibição sobrenatural, mas sim atingir o máximo rendimento: “Quando começou o estágio, disse aos meus colegas que o nosso melhor, então, não era o suficiente, mas tinha a certeza absoluta que quando chegasse o Europeu, o nosso melhor no momento ia chegar. E é nisso que eu acredito”.
“Temos de ser melhores todos os dias, temos de dar o nosso melhor todos os dias. Aqui não há 110%, há 100%. Dar 100% todos os dias, para irmos crescendo gradualmente. Não precisamos de crescer muito, é um passinho de cada vez. Vamos estar preparados e tenho a certeza que o nosso melhor no dia 27 de agosto vai ser suficiente”, concluiu Miguel Queiroz.
A fase final do Europeu de 2025, que será a 42.ª edição do torneio, realiza-se na Letónia, Chipre, Finlândia e Polónia, entre 27 de agosto e 14 de setembro.