Confirmado como reforço do FC Porto no último dia do mercado, Kiwior – cujo percurso inclui uma passagem pelo Arsenal – seguiu um caminho pouco habitual para chegar ao Dragão. Destacou-se no futebol eslovaco entre a Podbrezová e o Žilina, migrou depois para o Spezia, em Itália, e só mais tarde integrou os gunners. Aos 25 anos, este internacional polaco viu o seu papel reduzir-se no clube londrino, depois de ter participado em 68 partidas sob o comando de Arteta ao longo de três épocas. O reencontro com Bednarek, já alvo de atenção por parte do FC Porto, concretizou-se através de um empréstimo com opção de compra.
Quem representa o Arsenal costuma dispensar apresentações, mas a afirmação de Kiwior ao nível sénior na Eslováquia despertou interesse, em especial durante a sua passagem pelo Žilina entre 2019 e 2022. Foi aí que consolidou o seu valor antes de rumar ao Calcio, a convite do Spezia. Pavol Stano, atualmente de regresso ao Žilina, acompanhou essa evolução e elogia as qualidades do novo reforço defensivo dos azuis-e-brancos.
“Kiwior distinguiu-se por ser muito trabalhador, com grande ética. Em cada treino, ele estava focado a cem por cento. Durante o seu período connosco, éramos a equipa com média mais baixa de idade nas provas europeias e ele, mesmo assim, fez-se nosso líder silencioso”, elogia Pavol Stano, recuando ao impacto do polaco aos 20 anos. “Percebíamos que ele tinha grandes condições para chegar a alguma das cinco ligas de topo, mas o seu sucesso foi muito rápido e, quando chegou ao Arsenal, deixou-nos agradavelmente surpreendidos”, relatou.
O técnico eslovaco realçou ainda a evolução e o amadurecimento do jogador: considerou que o FC Porto contrata um central, mas salientou que, pela sua experiência, Kiwior também pode actuar como lateral-esquerdo quando necessário. Destacou os progressos rápidos que o defesa teve, descrevendo-o como um atleta naturalmente inclinado a pensar ofensivamente, o que aumenta a sua utilidade na faixa esquerda. Stano sublinhou que o principal objectivo do jogador é competir mais e ter maior presença em campo, vendo o FC Porto como a escolha adequada para garantir essa continuidade. Brincou, ainda, com uma memória pessoal sobre o confronto entre o seu Artmedia e o FC Porto em tempos de Co Adriaanse, antes de concluir: “Como eu joguei na Liga dos Campeões contra o FC Porto, sei que Kiwior vai adorar o clube, o estádio e a cidade”.
Imponência de Mlynarczyk
Bednarek e Kiwior, as mais recentes contratações dos dragões, estão a integrar-se num ambiente propício para absorverem a mística azul e branca, tendo a oportunidade de trabalhar com Jozef Mlynarczyk, o lendário guarda-redes do FC Porto campeão europeu em 1987. Figura de referência também na história da selecção polaca – tendo defendido a baliza nos Mundiais de 1982 e 1986 – Mlynarczyk voltou recentemente à actividade no seu país e assume um papel de embaixador, ligando grandes momentos da Polónia e do FC Porto aos dois defesas portistas.
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