Na segunda‑feira, às 20:00 – último instante do mercado de verão na maioria dos campeonatos europeus – o FC Porto confirmou a chegada de Kiwior por empréstimo do Arsenal até ao final da época. A oficialização ocorreu apenas quatro horas antes do fecho da janela, precisamente depois de quatro meses em que os dragões perseguiram a contratação do central polaco, de 25 anos.
“O presidente André Villas-Boas veio a Londres e reunimo-nos nos últimos dias de abril. Logo aí disse-me o que via no Kiwior, como perspetivava o futuro dele… Foi muito inspirador, entusiasmante, devo admitir. Percebi logo aí que o FC Porto gostava muito dele e que o conhecia muito bem. A partir desse momento houve um acompanhamento, fomos falando, até existir a negociação com o Arsenal e alcançar-se um acordo”, contou Pawel Zymonczyk, ao jornal Record, valorizando a abordagem feita pelos dragões, nomeadamente pelo seu presidente: “Mostrar que queres verdadeiramente um jogador, explicares bem porquê e fazê-lo antecipadamente é muito mais importante do que apareceres com grandes números para lhe oferecer em cima do fecho do mercado. E foi isso que aconteceu com o Kiwior.”
Como se entende, embora a operação tenha sido acompanhada ao longo de quatro meses, só se concretizou numa fase final, uma vez que o Arsenal precisava de garantir Hincapié antes de libertar o jogador. O agente reconhece que “os últimos dias não foram fáceis para ninguém”, tratando‑se de “uma espécie de processo tripartido” entre o FC Porto, os gunners e o Bayer Leverkusen, mas assegura que “havia uma confiança grande de que tudo” iria “decorrer normalmente e foi o que aconteceu”.
Durante esse período, Kiwior acabou por manter uma posição clara sobre o seu futuro. “Ele teve um outro clube do Reino Unido interessado, mas a verdade pura e dura é que o FC Porto foi sempre a sua escolha. Foi trocar um grande clube por outro, onde também lutará por títulos e terá sempre ambições europeias, esta época na Liga Europa mas, se tudo correr como esperado, já na Champions na próxima época”, disse o agente.
Ruptura de ciclo e novo desafio
Ao serviço do Arsenal, em duas temporadas e meia, Kiwior alinhou em 68 partidas, 45 delas como titular. “Ele sempre foi útil e um atleta preparado e profissional. Impressionou no ano passado contra o Real Madrid e o PSG, na Champions, e a verdade é que se não tivessem conseguido o Hincapié não o teriam libertado. Agora, após este tempo, acho que é um excelente desafio para ele mudar de ciclo”, acrescentou o agente.
Na esquerda ao lado de Bednarek
A entrevista com Pawel Zymonczyk teve lugar antes de Kiwior entrar em campo pela Polónia contra a Holanda, na passada quinta‑feira. Ainda assim, o representante já admitia que o jogador poderia ser utilizado como lateral na seleção: “Ele é um central de raiz, mas jogou como lateral no Arsenal e mesmo na seleção da Polónia, que com o antigo selecionador jogava com três centrais. Penso que, com o novo selecionador, devemos voltar a uma linha de quatro e não me espantaria que fosse utilizado como lateral. Mas essas são questões que só dizem respeito ao selecionador e ao técnico do FC Porto”, vincou, mostrando‑se satisfeito por Kiwior partilhar balneário na Invicta com o compatriota Bednarek: “É uma coincidência que pode ser boa para ambos.” No encontro de ontem, Kiwior efetivamente atuou como defesa‑esquerdo numa linha de quatro – que passava a cinco em momento defensivo – com Bednarek como o central mais próximo. O duelo acabou por terminar empatado (1-1).