Não creio que o número de clubes em competição seja uma mudança de especial importância, sendo algo de natureza conjuntural. 18, 16 equipas... nem sequer é uma novidade, andamos nisto há décadas. A mudança estrutural do futebol português, mais do que alargar ou encurtar o campeonato, deverá passar pela redistribuição equitativa de recursos financeiros por todos os clubes das divisões profissionais, não descurando o que se passa em escalões inferiores. O objectivo não deve ser limitar a competição a um número restrito de equipas (através de barreiras meramente formais), mas sim a criação de condições favoráveis a todas elas. Reforço da capacidade financeira (porque o que assistimos na nossa liga é uma aberração sem igual em países relevantes no futebol europeu) e de regulamentos que promovam gestões sustentáveis e sanções correspondentes.
Há exemplos para todos os gostos; as ligas belga, holandesa e checa, p.e., têm um número de equipas idêntico ao da portuguesa. Outros campeonatos secundários contam com 16 equipas. Na Sérvia competem 20 equipas na primeira divisão, e a população do país é muito inferior â nossa. Existem exemplos de ligas com 10, 12 equipas... mas isso seria contrário à nossa cultura futebolística. Campeonatos nacionais com menos de 16 equipas... talvez recuando até à década de 60.
A medida poderá ter algum impacto, mas longe de ser a questão mais relevante.