O estilo de jogo de Samu – mais forte na exploração da profundidade e menos refinado tecnicamente – pode dividir opiniões entre os adeptos do azul e branco, mas, em ano e meio no FC Porto, há uma realidade incontornável: os golos. No domingo, frente ao Tondela, o número 9 dos dragões assinou o 11.º golo da época, destacando-se largamente dos colegas no capítulo da finalização – William Gomes, o segundo melhor marcador, soma seis tentos.
A veia goleadora de Samu é única no grupo orientado por Francesco Farioli e assume um papel determinante no sucesso da equipa. Esse peso aumentou com a grave lesão de Luuk de Jong, que privou o treinador italiano de uma opção ofensiva importante.
Sem o internacional neerlandês, a responsabilidade dos golos deverá recair sobretudo sobre o avançado espanhol, embora Deniz Gul já tenha demonstrado ser alternativa válida nesta temporada. Samu, de 21 anos, não se apanha desprevenido: vive a ambição e não esconde a frustração quando as coisas não correm como espera – traços competitivos que agradam aos adeptos, a Farioli e à estrutura do clube, e que o impulsionam a fixar objetivos claros para o restante da época.
O avançado ambiciona superar os 27 golos que marcou na temporada anterior, uma meta exigente mas plausível, dado o tempo que falta e a sua intenção de subir de nível na segunda metade do campeonato. Se não igualar a marca de 2024/25, não haverá alarme, mas Samu quer enviar um recado claro a Luis de la Fuente, selecionador de Espanha: garantir presença no Mundial-2026 é, juntamente com o título nacional, um dos seus grandes objetivos. O jogador tem sido chamado com regularidade a La Roja, mas pretende não deixar dúvidas quando chegar o momento decisivo.
Perante concorrência como Oyarzabal, Borja Iglesias e Morata, entre outros, Samu sabe que não pode abrandar com a camisola azul e branca. Marcou nos últimos quatro jogos em duas ocasiões – contra o Nice e o Tondela – e, salvo a chegada de um novo ponta de lança no mercado de inverno, terá minutos suficientes para aumentar a sua conta. Não é certo, porém, que comece como titular frente ao Malmö; Deniz Gul recuperou totalmente, entrou 12 minutos contra o Tondela e é hipótese para ocupar a posição de referência no trio ofensivo de Farioli. A prioridade do FC Porto é o campeonato e, entre o duelo com os suecos e o fim do ano, os dragões enfrentam ainda quatro desafios – pelo que é vital ter o seu principal artilheiro em plena forma.
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