Futebol

FC Porto 3 – Boavista 1: “Primeiro a confiança, depois a convicção”

Depois de uma série de resultados desapontantes (para dizer o mínimo) era imperativo um regresso às vitórias, quanto mais convincente fosse melhor.
Pedia-se um equilíbrio e uma melhor definição do sistema tático, setores mais equilibrados, controlo do jogo se estivéssemos em vantagem no marcador.
Pedia-se agressividade com e sem a bola.
Pedia-se tudo aquilo que o treinador promete nas conferências de imprensa.
Pedia-se uma arbitragem decente. Sim, decente. Os erros são humanos, coitadinhos. Só são bons a manter o critério, prejudicar sempre para o mesmo lado. O resto é tudo fruto da natureza humana e difícil de alterar. Especialmente quando as mesmas personagens já têm ideias pré-concebidas e um livre-arbítrio para decidirem como querem atuar.

O jogo começa da pior maneira, com um golo irregular dos visitantes numa falta completamente desnecessária. Difícil de tirar ilações quando nos vemos logo em desvantagem. Mais importante do que nunca fazer a reviravolta, por meios mais ou menos convincentes. Aumentar a confiança aos poucos é muito melhor do que a aumentar num jogo só e esvaziar o balão logo a seguir.

O 11 apresentado, com Óliver, Otávio e André André a deambularem atrás da dupla de avançados composta por Ádrian – bons apontamentos – e André Silva, permitia uma boa dinâmica de ataque frente a um Boavista ainda mais recolhido com a vantagem no marcador e a tentar diminuir o ritmo de jogo a qualquer oportunidade que tivesse.

A primeira parte foi, no geral, bem conseguida. Constantes aproximações à área adversária, tentativa de jogo interior e jogo lateral e envolvendo quase todos os nossos jogadores, excetuando os centrais que se limitavam a distribuir jogo. E naturalmente conseguimos a reviravolta, com um bis do nosso André Silva. É importante que ele não passe de bestial, a besta e a bestial novamente conforme nos apetece. Precisa de mais lucidez em alguns momentos, certo. Mas também precisa que nós confiemos na sua evolução! Natural a reviravolta e natural o André voltar aos golos. Talento nato.

Voltamos a entrar numa toada positiva na 2ª parte, com Ádrian em destaque pelo “touch and go” sempre preciso e muito eficaz, que não resultou em nada de mais perigoso porque se algo falhou neste jogo, esse algo foi o último passe. Muita indefinição no momento da decisão, a rever.

O momento pior foi entre os 65 e os 75 minutos. O Boavista ficou perigoso, com mais homens em zonas de ataque e ficamos algo frágeis no meio-campo, levando a rápidas perdas de bola e a algum nervosismo sem necessidade nenhuma. A equipa melhorou substancialmente com a entrada do Herrera e apesar do 3º golo surgir da maneira que surgiu, foi absolutamente merecido e pena que não tenha chegado mais cedo para acalmar as hostes.

Nota positiva para o encontro, como disse anteriormente, o mais importante era sempre os 3 pontos e uma reviravolta que começa num golo irregular só pode saber ainda melhor.
Há que por para trás das costas este momento de negativismo, começar a compreender melhor o que o jogo pede, para podermos reagir eficazmente e com prontidão. 
Contestou-se no passado recente as opções do treinador antes e durante o jogo, não poderia ter respondido da melhor maneira. O 11 escalado deu uma boa resposta, a dupla Ádrian – André Silva parece bem mais oleada do que André Silva e Depoitre e as substituições foram oportunas e com impacto positivo no decorrer do jogo.

A luta continua já com outro desafio pela frente: tentar ganhar pela 1ª vez em provas oficiais em Inglaterra!

por Nuchae