Equipa B

Fede Varela: “Admirava o Lucho e não hesitei em vir”

Conheça melhor o jovem médio hispano-argentino que brilha ao serviço do FC Porto B​​​ na entrevista à DRAGÕES

 

Nasceu na Argentina, mudou-se novo para Espanha, mas foi no Porto que encontrou a felicidade plena. A DRAGÕES foi à procura do Lado B do talentoso médio Fede Varela, que aos 20 anos vai escrevendo, ainda que com os pés, uma história a azul e branco.

Fede Varela é um daqueles jogadores que não engana, como o algodão. E nem é preciso “perder” muito tempo a apreciar o futebol do médio, número 68 do FC Porto B, para chegar a essa conclusão. Nós, por cá, para quem o tempo não conta como desculpa, estamos bematentos ao trabalho do argentino, que desde muito cedo adaptou o castelhano de Buenos Aires ao da Galiza. A mudança, contou à DRAGÕES, deveu-se ao pai, o mesmo que lhe fez chegar aos ouvidos, bem novo, o nome de um clube que muito apreciava (se estava a pensar no FC Porto acertou). Chegou aos 18 anos, sem hesitar um segundo no momento de assinar o contrato e aqui, dizemos nós, poderá chegar tão alto quanto quiser.

Nasceu na Argentina, mas cedo se mudou para a Europa, para Espanha. Quer contar-nos um pouco sobre esse percurso?
Cheguei a Espanha aos oito anos e os primeiros passos no futebol dei no Lugo, num clube local na Galiza. Comecei a jogar aos poucos e acabei por ser chamado para representar aseleção da Comunidade da Galiza. Nessa fase tive o convite de algumas equipas e foi aí que optei pelo Celta de Vigo, também por estar mais perto de casa. Estive lá até aos 18 e foram anos muito bons, até que decidi ir à procura de novos desafios.

Quais os motivos dessa mudança tão precoce?
Vim para Espanha devido ao meu pai. Ele tinha lá trabalho, veio primeiro sozinho, mas depois acabámos por vir nós também: eu, a minha mãe, o meu irmão e a minha irmã. Ele preparou tudo para nós, estando quase um ano cá sozinho. Fez a formação no Celta de Vigo num percurso sempre ascendente. O Celta de Vigo já é um clube com uma estrutura grande. É o clube grande da Galiza, que neste momento tem um bom desempenho na Liga espanhola.Entrei para as camadas jovens e fiz o meu percurso até aos juvenis,​ depois de ter dado os primeiros passos no Lugo. Foi uma etapa muito positiva, fiz muitos amigos.​
(…)

 
Já na equipa B do Celta acabou ainda muito novo por mudar-se para a Suíça. Foi uma opção sua?
Houve alguns assuntos que não foram bem interpretados no Celta de Vigo. Sabendo disso, tive a oportunidade de ir para a Suíça e não hesitei. Fui conhecer outro país, outra cultura e outro futebol e por isso mesmo foi uma etapa positiva. No final, acabei bem ali [fez 21 jogos e apontou 3 golos ao serviço do Stade Nyonnais, da 3.ª divisão suíça], ganhei experiência e alguns amigos. Mas ao início tenho que admitir que foi complicado estar longe da minha família.

É depois de terminada essatemporada que surge a hipótese FC Porto, então com 18 anos.Demorou muito a aceitar?
Não. Não demorei nada, mesmo tendo propostas de outros clubes bons. O FC Porto é um clube muito grande. Foi tudo bom. Aqui, no Porto, estou muito perto da minha família, o que não acontecia na Suíça. Praticamente em duas horasde carro estou em casa dos meus país [na região de Vigo], ou eles na minha, e isso é muito importante para mim.

O que é que um argentino, que passou por Espanha e pela Suíça, sabia sobre Portugal e sobre o FC Porto?
Quando estava na Argentina sempre gostei deste clube. O meu pai era um seguidor atento e eu ouvia-o falar muito no FC Porto. E a verdade é que esse meu gosto foi crescendo nos anos em que viviem Espanha. Isto porque também havia bons argentinos que nessa altura jogavam no FC Porto e o meu pai seguia-os muito. Eu admirava o Lucho, mais do que todos, porque jogava no meio campo, mas também o Lisandro.

Este texto é um excerto de uma entrevista com Fede Varela publicada na edição de abril da Dragões, já disponível nas bancas. Pode aceder aqui à versão digital da revista oficial do FC Porto, que inclui conteúdos multimédia exclusivos.