A circunstância invulgar de ter os filhos no clube acaba por conferir uma especial sensibilidade ao caso. Parece-me natural que se reflicta sobre a posição de Conceição-pai relativamente a Conceição-filho. Que influenciará terá no rumo profissional do jogador. ... e é evidente que tem alguma, mais do que alguma até, pois encontra-se na singular posição de definir quem joga e quem não joga. E daqui nada se retira de escorregadio ou ilegítimo, somente se deita contas à realidade. Será também expectável... ou não será improvável que Sérgio aconselhe Francisco em matéria profissional. Tudo isto é delicado. Que papel desempenhou o treinador na vinda do jogador para as nossas equipas de formação? Se exerceu alguma influência nesse sentido, terá também dado algum contributo no momento da definição do contrato? Diria que são questões mais ou menos expectáveis. Julgo que será até possível acolher quaisquer respostas sem rasgar vestes nem saltar da ponte abaixo. Bem sabemos que os tempos não estão para atitudes moderadas e compreensivas, mas enfim, haja esperança. Diria mais, que o melhor mesmo será essa descoincidência entre treinador pai e jogadores filhos no mesmo clube. E de relações familiares em geral, embora a sua existência não deva suscitar certezas de desvarios ou de falhas. ... e de nada vale termos posição excessivamente firmes quando se desconhece o que tem vindo a acontecer. Coisa que fez o nosso excelso líder de claque, sem grande surpresa.
Há que aguardar, pois certamente todos os intervenientes compreenderão a excepcionalidade da situação e quererão prestar um qualquer esclarecimento. Tanto quanto sabemos, treinador e presidente mantêm uma relação de respeito e confiança. A sua continuidade no clube, e nada se diz no sentido contrário, poderá indicar que existe algum tipo de entendimento quanto à situação do jogador. Embora seja tentador retirar conclusões sobre o pouco que se sabe, creio que será prudente aguardar.