O 3.º filme das prequels (também conhecido por SW Ep. III) é dos melhores de toda a saga...
Por outro lado, o 3.º filme das sequels (aka SW Ep. IX) é dos piores de toda a saga, se é que não é mesmo o pior. E não tem que ver só com o facto de existir uma personagem "Mary Sue"...
Tudo isto dito, Star Wars sempre foi incrivelmente progressista. Eu já disse aqui que não confundo progressismo com wokismo, os métodos empregues são diferentes.
A luta de uma Resistência / Rebelião de jovens contra um Império do Mal, cheio de senhores impecavelmente fardados ou com armaduras brancas e liderados pela figura de um velho rico psicopata, que manipulou os senadores todos para chegar até aí, e um antigo guerreiro com PTSD, consumido pela dor e o ódio.
Nas prequels, ainda mais claro se torna: o menino escravo (com um monte de críticas à escravatura e à desigualdade), inspirado na figura de Jesus Cristo, é resgatado por um bando de religiosos hipócritas, que rejeitam qualquer emoção humana. Entretanto, é manipulado pelo tal velho rico psicopata, que centra o seu discurso contra a insegurança e instabilidade, prometendo uma guerra contra o terror (que ele próprio cria nas sombras). A República é dominada por um conjunto de oligarcas, que estabelecem acordos de armas com empresas externas, chegando ao ponto de criar clones e droids, gerando um complexo militar-industrial sofisticado, e permitem ao Palpatine ascender no poder. A república acaba por cair e com ela qualquer resquício democrático; o novo imperador manda executar uma ordem que aniquila qualquer rival (uma espécie de noite das facas longas). O rapazinho, consumido pelo ódio, perde tudo e torna-se um mero instrumento do poder, ficando preso - literal e figurativamente - a um corpo que não quer, num mundo em que não quer viver.
Posto isto, até dá para ver que as prequels são mais politizadas e mais progressistas do que as sequels. Portanto, o problema não é, nem nunca foi, o progressismo.