Música

  • Iniciador de Tópicos Equilibrium
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radiohead

Arquibancada
9 Julho 2025
232
277
Pior estou eu que ando há mais de 40 anos a tentar decidir se isto é uma grande canção ou apenas uma melodia fácil com uma letra bem boa, e até agora nada. Alguém me ajuda? :confused:
Porque não ambos? Mas olha que a produção é fora do comum para uma música pop, especialmente a parte do saxofone.

O Breakfast in America mais parece uma compilação de greatest hits do que um álbum original. É impressionante.
 

Edgar Siska

Presidente da Associação Ódio Eterno ao Panelas
9 Julho 2016
83,742
147,097
Conquistas
8
Ao pé da praia
  • Alfredo Quintana
  • Maio/21
  • Junho/22
  • Agosto/22
Pior estou eu que ando há mais de 40 anos a tentar decidir se isto é uma grande canção ou apenas uma melodia fácil com uma letra bem boa, e até agora nada. Alguém me ajuda? :confused:
É uma grande canção, porque agora te parece isso, mas teve de ser criada pelos artistas, ou seja é quando as coisas parecem entrar nos ouvidos sem esforço que denotas que a composição foi qualquer coisa.
 

Dagerman

Tribuna Presidencial
1 Abril 2015
5,792
6,212
É uma grande canção, porque agora te parece isso, mas teve de ser criada pelos artistas, ou seja é quando as coisas parecem entrar nos ouvidos sem esforço que denotas que a composição foi qualquer coisa.
Sei que a arte de fazer de canções orelhudas não é tão fácil como parece, senão em vez de uns ABBA havia cem ABBAS... por década. E nada contra os abba, que naquilo que faziam eram geniais.
Mas aos 15-16 anos comecei a achar que quanto mais facilmente melódica é uma canção, mais depressa enjoa, ao fim de meia dúzia de audições está gasta.
Para mim o disco de viragem, seminal, foi Soul Mining dos The The, que ouvi em Junho de 1985. A partir daí nunca mais olhei para trás (tipo, para Tears for Fears ou Duran Duran). E a partir daí comecei a valorizar mais a pop independente, com as suas surpresas e asperezas e rugosidades e subversões do esperável. O tipo de canções (e peço desculpa por ser um bocado técnico agora) que da primeira vez que as ouves dizes fdx que é isto?, da segunda vez dizes ok começo a perceber, e a partir da terceira dizes pqp, brutal! Os Tuxedomoon têm uma definição engraçada: music you can't hum, que em parte subscrevo. E essa impossibilidade de trautear que une duas das minhas bandas preferidas, que à parte isso têm muito pouco em comum: os Tuxedo e os Fall. E para mim não há música mais detestável do que a destes neo-Paiões actuais, as Deslandes, os Zambujos e os Araújos, com as suas cançõezinhas de supermercado. :mad::mad::mad:
 

Edgar Siska

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Ao pé da praia
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Sei que a arte de fazer de canções orelhudas não é tão fácil como parece, senão em vez de uns ABBA havia cem ABBAS... por década. E nada contra os abba, que naquilo que faziam eram geniais.
Mas aos 15-16 anos comecei a achar que quanto mais facilmente melódica é uma canção, mais depressa enjoa, ao fim de meia dúzia de audições está gasta.
Para mim o disco de viragem, seminal, foi Soul Mining dos The The, que ouvi em Junho de 1985. A partir daí nunca mais olhei para trás (tipo, para Tears for Fears ou Duran Duran). E a partir daí comecei a valorizar mais a pop independente, com as suas surpresas e asperezas e rugosidades e subversões do esperável. O tipo de canções (e peço desculpa por ser um bocado técnico agora) que da primeira vez que as ouves dizes fdx que é isto?, da segunda vez dizes ok começo a perceber, e a partir da terceira dizes pqp, brutal! Os Tuxedomoon têm uma definição engraçada: music you can't hum, que em parte subscrevo. E essa impossibilidade de trautear que une duas das minhas bandas preferidas, que à parte isso têm muito pouco em comum: os Tuxedo e os Fall. E para mim não há música mais detestável do que a destes neo-Paiões actuais, as Deslandes, os Zambujos e os Araújos, com as suas cançõezinhas de supermercado. :mad::mad::mad:
Eu também gosto de uns slow-burners, que primeiro se estranham e depois se entranham, tal como gosto de muitas canções orelhudas e que colam logo.
Mas eu sempre consumi a música "ao álbum", isso ajudou a construir uma forma de não me pegar só às canções principais, aos hits de cada artista, às suas canções mais hypadas, mesmo que adore muitas, descubro as músicas de autor dos artistas, aprendo a apreciar as mesmas e as suas subjetividades isso ajuda a criar um bom equilíbrio.

Existe muita gente que só consome música "ao hit", e tem todo o direito de o fazer, nada contra. Mas tenho a opinião que isso acaba por fazer as pessoas perder muita coisa, e muita coisa boa mesmo, e acaba até a "compreender" menos os artistas ou bandas, mais facilmente a taxar os mesmos ou a ver sobre um prisma redutor etc.
 

Dagerman

Tribuna Presidencial
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Eu também gosto de uns slow-burners, que primeiro se estranham e depois se entranham, tal como gosto de muitas canções orelhudas e que colam logo.
Mas eu sempre consumi a música "ao álbum", isso ajudou a construir uma forma de não me pegar só às canções principais, aos hits de cada artista, às suas canções mais hypadas, mesmo que adore muitas, descubro as músicas de autor dos artistas, aprendo a apreciar as mesmas e as suas subjetividades isso ajuda a criar um bom equilíbrio.

Existe muita gente que só consome música "ao hit", e tem todo o direito de o fazer, nada contra. Mas tenho a opinião que isso acaba por fazer as pessoas perder muita coisa, e muita coisa boa mesmo, e acaba até a "compreender" menos os artistas ou bandas, mais facilmente a taxar os mesmos ou a ver sobre um prisma redutor etc.
Quem só ouve hit songs tem uma relação muito superficial com a música, mas não tem mal nenhum, e o facto é que alguns hits dos anos 80 são extraordinários. Aliás, um dos meus guilty pleasures preferidos é ouvir, aí uma vez por ano, coisas como Flock of Seagulls, Talk Talk, Madness ou Spandau Ballet. Mas também é verdade que nunca ouvi nenhum álbum inteiro destas bandas. Não sou maluco como tu.
 
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Quem só ouve hit songs tem uma relação muito superficial com a música, mas não tem mal nenhum, e o facto é que alguns hits dos anos 80 são extraordinários. Aliás, um dos meus guilty pleasures preferidos é ouvir, aí uma vez por ano, coisas como Flock of Seagulls, Talk Talk, Madness ou Spandau Ballet. Mas também é verdade que nunca ouvi nenhum álbum inteiro destas bandas. Não sou maluco como tu.
Os Talk Talk têm albuns muito bons como o The Colour of Spring e principalmente o Spirit of Eden que é esse tipo de álbum "canhoto" em que uma banda pop mas já com um feeling de arte faz um álbum totalmente inesperado e experimental e é muito bom mesmo.
Spandau Ballet é hit and miss, tem albuns bons como o True ou o Diamond, ou quase inaudíveis fora dos hits de cada um como o Journeys to Glory ou o Through the Barricades.
Madness tem o The Rise&Fall como bom, o resto no geral é jeitoso mas não chega perto.

Eu sou um maluco curtido na minha insuspeita opinião.
 

Dagerman

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Os Talk Talk têm albuns muito bons como o The Colour of Spring e principalmente o Spirit of Eden que é esse tipo de álbum "canhoto" em que uma banda pop mas já com um feeling de arte faz um álbum totalmente inesperado e experimental e é muito bom mesmo.
Spandau Ballet é hit and miss, tem albuns bons como o True ou o Diamond, ou quase inaudíveis fora dos hits de cada um como o Journeys to Glory ou o Through the Barricades.
Madness tem o The Rise&Fall como bom, o resto no geral é jeitoso mas não chega perto.

Eu sou um maluco curtido na minha insuspeita opinião.
Tu és um fenómeno, sinceramente. Se me disseres que além de teres ouvido todos os álbuns alguma vez publicados ainda tiveste tempo para ler Kafka e Tolstoi, e ver Kubrick e Scorsese e PT Anderson, eu atiro-me da janela e acabo já com esta merda! :mad:
 

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Sei que a arte de fazer de canções orelhudas não é tão fácil como parece, senão em vez de uns ABBA havia cem ABBAS... por década. E nada contra os abba, que naquilo que faziam eram geniais.
Mas aos 15-16 anos comecei a achar que quanto mais facilmente melódica é uma canção, mais depressa enjoa, ao fim de meia dúzia de audições está gasta.
Para mim o disco de viragem, seminal, foi Soul Mining dos The The, que ouvi em Junho de 1985. A partir daí nunca mais olhei para trás (tipo, para Tears for Fears ou Duran Duran). E a partir daí comecei a valorizar mais a pop independente, com as suas surpresas e asperezas e rugosidades e subversões do esperável. O tipo de canções (e peço desculpa por ser um bocado técnico agora) que da primeira vez que as ouves dizes fdx que é isto?, da segunda vez dizes ok começo a perceber, e a partir da terceira dizes pqp, brutal! Os Tuxedomoon têm uma definição engraçada: music you can't hum, que em parte subscrevo. E essa impossibilidade de trautear que une duas das minhas bandas preferidas, que à parte isso têm muito pouco em comum: os Tuxedo e os Fall. E para mim não há música mais detestável do que a destes neo-Paiões actuais, as Deslandes, os Zambujos e os Araújos, com as suas cançõezinhas de supermercado. :mad::mad::mad:
Olha que o Paião era um tipo muito talentoso, embora as músicas pudessem ser tidas como "foleiras" por muitos.

Só um tipo talentoso para conseguir colocar a Amália a cantar algo próximo do pop.
 
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Arquibancada
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Tu és um fenómeno, sinceramente. Se me disseres que além de teres ouvido todos os álbuns alguma vez publicados ainda tiveste tempo para ler Kafka e Tolstoi, e ver Kubrick e Scorsese e PT Anderson, eu atiro-me da janela e acabo já com esta merda! :mad:
Por falar em Tolstoi, ouvi dizer recentemente que o grande tradutor António Pescada morreu recentemente. Não sei se é verdade ou não, mas se for, é uma grande perda.

O meu Guerra e Paz tem a sua tradução.
 

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Tu és um fenómeno, sinceramente. Se me disseres que além de teres ouvido todos os álbuns alguma vez publicados ainda tiveste tempo para ler Kafka e Tolstoi, e ver Kubrick e Scorsese e PT Anderson, eu atiro-me da janela e acabo já com esta merda! :mad:
Não ouvi, nem perto, há muita merda que nem tenho coragem de meter a dar e colocar os auscultadores nos ouvidos :LOL:
Kafka e Tolstoi já li, e filmes de Kubrick, Scorsese e Paul Thomas Anderson também vi, mas isso é comum, se perguntares ao meu irmão ele terá feito 90% do mesmo e a muitos outros colegas do fórum idem e ainda mais, hão de ter visto a obra toda do Ingmar Bergman ou do Werner Herzog até sei lá.


Podes-te atirar se garantires que moras no R/C :LOL:
É só como ir à rua mas sair pela janela.
 

Edgar Siska

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Por falar em Tolstoi, ouvi dizer recentemente que o grande tradutor António Pescada morreu recentemente. Não sei se é verdade ou não, mas se for, é uma grande perda.

O meu Guerra e Paz tem a sua tradução.
Traduziu de tudo, Tolstoi, Dostoevsky, Bulgakov, Pasternak, Turgenev...

Faleceu?
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Dagerman

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Era mesmo nessa que estava a pensar!

O meu pai, que ama fado, odiava essa música e dizia que era uma nódoa negra na discografia da Amália.

Por outro lado, eu adorava essa música, achava-lhe muita piada e ainda hoje, quando a ouço, fico alegre.
Eh pá, honestamente, eu detesto fado (a sério), mas adoro a Amália. Não suporto os carlos do carmo e as mísias e os camanés e o crl, mas pela Amália tenho um fraquinho que não se explica.
 
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