FC Porto
1
GD Chaves
0
Dec 29, 2023 at 08:45 PM

Dexter2020

Tribuna Presidencial
21 Junho 2019
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  • André Villas-Boas
Para quem ainda tem esperanças e está desesperadamente agarrado à "curta distância de 3 pontos", que é inferior a outras alturas em anos anteriores, sim senhor, lembrem-se que, em futebol, tudo muda numa "Estorilada da vida". E rapidamente 3 passam a 6, e depois 6 passam a 9.

E o contrário não pode acontecer? Pode, se o futebol fosse muito melhor. E todos queremos que o Conceição consiga dar a volta mas, perante o que se tem visto, custa muito mais acreditar que tal vá acontecer do que em anos anteriores.

O @DeepBlue disse tudo no seu sublime post mais atrás.
 

LimaPereira

O Porto é quem somos
14 Julho 2015
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8
46
Porto
  • Artur Jorge
  • Fernando "Bibota" Gomes
  • Madjer
  • Bobby Robson
Este jogo é um espelho do que é esta época.
O post do @DeepBlue devia ser colocado como obrigatório ler.
Pela enésima vez tentamos na corrida e no esforço conseguir o que não se consegue com um futebol de qualidade e fluido. Depois, naturalmente, com o passar do tempo a pressão alivia:
- os 2 da frente, na verdade zero da frente, deixam de fazer pressão;
- os 2 alas/médios ala, que só o são a pressionar pois no ataque tendem para o meio, não ajudam a defender e perdem-se no meio campo adversário;
- os 2 do meio estão estourados e não ganham os duelos e, no ataque, já nem procuram buscar jogo, nem dar apoios, pois na verdade nunca avançam verticalmente, nem pensam ou pausam o jogo pois estão sempre à procura da rapidez, trocando bolas inócuas entre si, os centrais e os laterais.
- os centrais ficam sem proteção dos 2 da frente;
e naturalmente, qualquer adversário nos apanha em contragolpe e nos cria perigo.
Já li diversas analises de jogo e todas se focam nisto. Todos referem que a solução passaria, como também defendo, por fazer entrar um terceiro médio, IJaime, capaz de equilibrar o jogo com Eustáquio e Varela, abdicando de Taremi e jogando com um ala aberto, que teria de ser Galeno/Fconceicao, e outro mais em zonas interiores, Pepê. No ataque tal levaria a que se conseguisse controlar melhor o jogo, que os alas pudessem assumir o 1x1 com o conforto de terem mais um médio a fechar e deixaria mais hipóteses para não ter um meio campo que nada faz senão tentar a recuperação de bola.
Na verdade, eu acho que este sistema de SC sempre foi assim, mas as coisas mudaram ao longo do tempo:
- No ínicio foi pela surpresa: ninguém estava preparado para este futebol agressivo e a dupla da frente Tiquinho e Marega atacavam a profundidade como poucos. Os 2 médios serviam quase apenas para recuperar bolas, mas havia qualidade nas alas e Octávio.
- Depois a qualidade caiu, mas passadas umas épocas surgiu Vitinha. E aqui foi o engano, porque como jogador superlativo que é, conjugado a Octávio e Luís Diaz, conseguia por a equipa no mesmo esquema a ter um meio campo que fazia jogar e não só ver bolas bombeadas. Os adversários bem tentavam pressionar, mas Vitinha e Octávio, mais o primeiro, coloca a bola no pé, rodava, avançava, variava o jogo etc.
- Com a saída de Vitinha voltamos ao habitual. Luta, garra, médios comprometidos mas sem essa capacidade de ultrapassar a inferioridade numérica na zona, limitando-se a jogar seguro e sem risco e a lutar por todas as bolas. E a não se desposicionar.
Por isso, se no início esta táctica se adaptou ao jogadores que tinhamos e apanhou todos de surpresa, hoje ninguém é surpreendido pela mesma: ninguém defende contra nós apenas com 4 defesas, mas 5/6 e uma segunda linha à frente, para poderem sair da pressão de forma confortável e se ajustarem aos nossos 2 avançados. Ninguém se preocupa com os 2 laterais, especialmente o esquerdo, deixam o corredor aberto para cruzarem, até porque o ala cai para dentro, confiando na superioridade na superpovoada área. Todos pressionam os 2 médios, mais à frente ou mais atrás, e, recuperando a bola, procuram as costas dos laterais, em regra o direito, que está sempre subido. E deixam o tempo rolar.
Temos de nos reinventar e há tempo para isso.
Correr menos, pressionar com cabeça, chamar o adversário, temporizar o jogo... Menos vertigem e mais cabeça. E temos (ainda temos) jogadores para isso. Ter qualidade em campo não é sinônimo de falta de compromisso.
Se não o fizermos, acredito que estaremos mais perto de não vencer do que de vencer. E, no fim, o que importa é vencer mas, desta vez, como quase sempre, jogar bem ajuda e não ser casmurro também.
 

pensador

Tribuna Presidencial
29 Maio 2015
8,335
4,271
Acrescentar a uma clara dificuldade em escolher jogadores de qualidade para reforçar o plantel, SC tem outra caraterística que deixa de boca aberta. Estou a falar de pedir coisas aos jogadores que vão contra a sua natureza.
No jogo de ontem na 1º parte estava o João Mário a fazer o corredor todo e quem vinha apoia-lo nos últimos 20 metros na direita ou era Toni Martinez ou as vezes Eustáquio. Quer dizer Martinez é um jogador de área ou então para explorar a profundidade quando existe espaço para isso e estava constantemente na direita a dar apoio a João Mário, isto não cabe na cabeça de ninguém. O próprio Eustáquio não é jogador de andar pela direita a dar apoios.

Depois o que vemos é que jogadores como Toni Martinez que já de si não é nenhum craque, depois ao jogar fora de posição ainda vai render menos.
Compreender a natureza das pessoas/jogadores devia ser algo básico.
 

fcporto1978

Tribuna
15 Junho 2020
4,749
8,507
Quanto às missas, não é novidade!

Quem tem que se preocupar em dizer ou fazer alguma coisa está calado, portanto...

Quem vai ficar sem o poleiro depois de acabarmos este campeonato em 3º e ficarmos fora da Champions não me parece preocupado, portanto...
 
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RXavier10

Tribuna Presidencial
25 Maio 2013
13,135
5,004
E eis que aqui chegamos passados 5 meses (!!!) da época ter começado... jogamos pouco, muito pouco, talvez até menos que nos primeiros jogos desta caminhada, e isso é um facto incontestável. A equipa em vez de melhorar neste período parece que cristalizou e não de uma forma positiva. Não há ideias, improviso, criatividade, arrojo, alegria, chama. Pouco ou nada sai de uma forma natural e fluída, tudo como que perro, preso e o que vai saindo aqui e ali parece em sacrifício e à base do coração.

Descontrolo a roçar a anarquia na fase defensiva em muitos jogos onde a porosidade da nossa defesa é de arrepiar, demasiada lentidão na fase ofensiva, passes laterais e para trás de levar à exaustão, falta de coragem para assumir o 1x1, arriscar, improvisar, quando a coisa aperta lá vem os lançamentos longos dos centrais à procura de profundidade bastantes vezes contra blocos baixos, erros em barda a nível de passe, decisão e finalização, etc... Muitos jogos perdidos, demasiados ganhos em cima da meta e "à rasca" e, acima de tudo, uma qualidade de jogo que deixou a desejar na maioria dos 26 encontros disputados até agora (18 V, 1 E, 7 D, 46 golos marcados, 25 sofridos, Supertaça perdida e eliminados da Taça da Liga).

Infelizmente estamos numa fase em que ver um jogo do FCP é um desconsolo de fazer qualquer um ficar tolo. Sofre-se em demasia. Exasperante. Arrisco mesmo dizer que estamos perante o Porto mais fraco e previsível da vigência do SC no Dragão e até em largos anos.

O que nos levou a isto?

» Saturação do técnico e/ou dos jogadores?​
» A mensagem não passa como passava? Pelo tempo? Pelo estilo de liderança? Pela criação de anti-corpos entre as partes? Pela mudança de jogadores?​
» Estilo de jogo e escolhas demasiado previsíveis?​
» Ausência de planos B e C em termos tácticos devidamente operacionalizados?​
» Falta de qualidade?​
» O não resolver cabalmente dos problemas de lesões do ano anterior e que voltaram a suceder na 1ª metade desta época?​
» Plantel demasiado extenso (30 jogadores mais uma equipa B com outros 30 à disposição e ainda com a possibilidade de chamar atletas dos Sub-19 e Sub-17) para gerir de uma forma estável e sobre carris os egos, ambições, expectativas e até os treinos? Alertei no Verão para os problemas que isto poderia vir a causar em termos de gestão de recursos humanos, já para não falar no despesismo.​
» Falta de investimento ou mau investimento? É que se formos atentar ao que se investiu nas últimas duas épocas quase que chegamos aos 85 M€ gastos. Sinceramente não me parece que se possa chamar a isso tempo de vacas magras. Será que se gastou o dinheiro onde se devia?​
» Mau planeamento da época? Chegada tardia de potenciais elementos chave (Varela, Nico, Iván Jaime) que falharam inclusive o estágio de pré-época, não colmatar de debilidades evidentes do grupo (DC, DE, DD, MC), ir para uma temporada muito exigente com 4 centrais sendo que dois (os putativos titulares, Pepe e Marcano) com 40 e 36 anos e um historial clínico recente preocupante, ir para a competição com 12 jogadores para 4 posições (ED/ED/SA/PL), não antever/precaver uma possível saída de Otávio no mercado de Verão, adquirir um avançado quando já se tinham 4 no plantel e que agora acaba cedido para a Grécia, opção por manter jogadores em fim de contrato e com a cabeça algures, manter outros que se via que iriam ser a 3ª, 4a ou 5a opção na posição e com salários elevados (Grujic, Toni), etc...​
» Foco desviado por Assembleias Gerais e pelas eleições no horizonte?​
...​
Sinceramente já não sei qual das opções acima será a mais acertada nesta fase ou se não serão todas em conjunto...

Uma coisa é certa, este não me parece de todo ser o caminho que acabará em festejos azuis e brancos nos Aliados em Maio. Algo tem de mudar. Apesar dos factores externos existentes, que os há como ainda hoje foi bem visível, temos forçosamente de olhar principalmente para dentro.

Uma introspeção séria e humilde de todos é OBRIGATÓRIA! Não vale de nada continuar a bater com a cabeça na parede nos mesmo preceitos e formas se eles não funcionam como tem sido dolorosamente visível. Temos de encontrar soluções, dentro e fora de portas. Cada um deve assumir as suas responsabilidades, sem sacudir a água do capote. Se assim não for...
É fácil a mensagem passar quando as coisas correm bem.

Quem é que vai questionar o treinador por dar a titularidade ao Taremi, mesmo que numa forma miserável, se a equipa estiver a jogar bem e a ganhar? Ninguém. Mas se a equipa começar a perder pontos, os próprios colegas de posição vão começar a sentir-se frustrados.

O Sérgio sempre preparou melhor a equipa quando tivemos de encarar os jogos na expectativa do que quando tivemos de assumir o jogo. Raramente existiu um plano B e, quando existiu, foi algo pontual. O facto dos nossos jogadores da frente terem dificuldade em definir bem pode ajudar a explicar algum insucesso, mas, de certa forma, o Sérgio sempre preferiu outro tipo de jogador (mais vertical e menos cerebral).

Podemos falar na péssima gestão que tem sido feita, quer pela direção quer pelo treinador. Continuamos a comprar jogadores por catálogo e super inflacionados, deixando muitas vezes posições prioritárias por reforçar. Negócios como o do Carmo ou o do Nakajima já traziam um selo a dizer "negócio ruinoso". Nunca mostraram nada que justificasse o valor pago por eles. Bons jogadores, mas longe de serem fora de série. Com isto, o próprio treinador também foi célere a colocar de lado jogadores que de certa forma não encaixavam na sua maneira de jogar, queimando jogadores que podia ter sido melhor aproveitados e/ou que podiam ter trazido coisas diferentes.

Posto isto, acho que estamos a precisar de uma mudança em todos os sentidos, de cima a baixo. O Sérgio teve um papel muito importante na história recente do clube, trazendo o clube de volta aos títulos e às decisões, apresentando quase sempre equipas competitivas contra quem fosse o adversário, mas de momento parece-me mais um problema que uma solução. O mesmo para quem está acima na hierarquia (presidência e não só). São anos e anos de más decisões, de comissões aos amiguinhos, de compras por catálogo, de má gestão no geral.
 
PO

PO

Tribuna Presidencial
24 Novembro 2013
17,254
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E eis que aqui chegamos passados 5 meses (!!!) da época ter começado... jogamos pouco, muito pouco, talvez até menos que nos primeiros jogos desta caminhada, e isso é um facto incontestável. A equipa em vez de melhorar neste período parece que cristalizou e não de uma forma positiva. Não há ideias, improviso, criatividade, arrojo, alegria, chama. Pouco ou nada sai de uma forma natural e fluída, tudo como que perro, preso e o que vai saindo aqui e ali parece em sacrifício e à base do coração.

Descontrolo a roçar a anarquia na fase defensiva em muitos jogos onde a porosidade da nossa defesa é de arrepiar, demasiada lentidão na fase ofensiva, passes laterais e para trás de levar à exaustão, falta de coragem para assumir o 1x1, arriscar, improvisar, quando a coisa aperta lá vem os lançamentos longos dos centrais à procura de profundidade bastantes vezes contra blocos baixos, erros em barda a nível de passe, decisão e finalização, etc... Muitos jogos perdidos, demasiados ganhos em cima da meta e "à rasca" e, acima de tudo, uma qualidade de jogo que deixou a desejar na maioria dos 26 encontros disputados até agora (18 V, 1 E, 7 D, 46 golos marcados, 25 sofridos, Supertaça perdida e eliminados da Taça da Liga).

Infelizmente estamos numa fase em que ver um jogo do FCP é um desconsolo de fazer qualquer um ficar tolo. Sofre-se em demasia. Exasperante. Arrisco mesmo dizer que estamos perante o Porto mais fraco e previsível da vigência do SC no Dragão e até em largos anos.

O que nos levou a isto?

» Saturação do técnico e/ou dos jogadores?​
» A mensagem não passa como passava? Pelo tempo? Pelo estilo de liderança? Pela criação de anti-corpos entre as partes? Pela mudança de jogadores?​
» Estilo de jogo e escolhas demasiado previsíveis?​
» Ausência de planos B e C em termos tácticos devidamente operacionalizados?​
» Falta de qualidade?​
» O não resolver cabalmente dos problemas de lesões do ano anterior e que voltaram a suceder na 1ª metade desta época?​
» Plantel demasiado extenso (30 jogadores mais uma equipa B com outros 30 à disposição e ainda com a possibilidade de chamar atletas dos Sub-19 e Sub-17) para gerir de uma forma estável e sobre carris os egos, ambições, expectativas e até os treinos? Alertei no Verão para os problemas que isto poderia vir a causar em termos de gestão de recursos humanos, já para não falar no despesismo.​
» Falta de investimento ou mau investimento? É que se formos atentar ao que se investiu nas últimas duas épocas quase que chegamos aos 85 M€ gastos. Sinceramente não me parece que se possa chamar a isso tempo de vacas magras. Será que se gastou o dinheiro onde se devia?​
» Mau planeamento da época? Chegada tardia de potenciais elementos chave (Varela, Nico, Iván Jaime) que falharam inclusive o estágio de pré-época, não colmatar de debilidades evidentes do grupo (DC, DE, DD, MC), ir para uma temporada muito exigente com 4 centrais sendo que dois (os putativos titulares, Pepe e Marcano) com 40 e 36 anos e um historial clínico recente preocupante, ir para a competição com 12 jogadores para 4 posições (ED/ED/SA/PL), não antever/precaver uma possível saída de Otávio no mercado de Verão, adquirir um avançado quando já se tinham 4 no plantel e que agora acaba cedido para a Grécia, opção por manter jogadores em fim de contrato e com a cabeça algures, manter outros que se via que iriam ser a 3ª, 4a ou 5a opção na posição e com salários elevados (Grujic, Toni), etc...​
» Foco desviado por Assembleias Gerais e pelas eleições no horizonte?​
...​
Sinceramente já não sei qual das opções acima será a mais acertada nesta fase ou se não serão todas em conjunto...

Uma coisa é certa, este não me parece de todo ser o caminho que acabará em festejos azuis e brancos nos Aliados em Maio. Algo tem de mudar. Apesar dos factores externos existentes, que os há como ainda hoje foi bem visível, temos forçosamente de olhar principalmente para dentro.

Uma introspeção séria e humilde de todos é OBRIGATÓRIA! Não vale de nada continuar a bater com a cabeça na parede nos mesmo preceitos e formas se eles não funcionam como tem sido dolorosamente visível. Temos de encontrar soluções, dentro e fora de portas. Cada um deve assumir as suas responsabilidades, sem sacudir a água do capote. Se assim não for...

Uma análise muito acertada que fazes e vou tentar dar a minha opinião construtiva dos pontos que levantas.

Em primeiro lugar quero dizer uma coisa. Eu sou dos maiores críticos do Sérgio Conceição neste espaço. Mesmo de tempos em que ele tinha aqui quase uma unanimidade de apoio ao seu futebol. Nunca fui apreciador do seu futebol (sobretudo dos princípios que lhe estão subjacentes) mas acho que trouxe de volta valores fortemente ligados à identidade do NGC e que estiveram perdidos durante muito tempo. Contudo não acredito num estilo de jogo que prevê uma busca vertiginosa da profundidade resultando num jogo partido que faz com que da mesma forma como estamos sempre mais próximos de marcar, estamos sempre próximos de sofrer. O facto de estarmos a jogar com extremos que procuram fazer movimentos interiores e deixar a largura para os laterais, deixa-nos demasiado expostos no contra-ataque, principalmente com a idade avançada do Pepe e a lentidão do Fábio Cardoso e do David Carmo. O facto de não termos dinâmicas de posse nos ajudem a desmontar defesas recuadas, faz com que defesas que se apresentem mais recuadas e nos tirem espaços para explorar a profundidade nos causa muitos problemas, pois a equipa não consegue procurar soluções alternativas, pois claramente não estão treinadas. Daí que nos jogos da Liga dos Campeões acabemos por ter mais facilidade dada as existência de espaços do que nos jogos do campeonato.

Sobre o plantel. Vejo muitas críticas feitas ao plantel e à suposta falta de qualidade. Eu não partilho esta ideia. Acho que há posições que precisam de uns retoques (já lá vou com mais detalhe), mas olhando para o plantel do ano passado e comparando com este ano, acho que temos mais opções. Perdemos o Uribe e o Otávio (jogadores fundamentais) mas para o lugar do Uribe vieram 2 médios jovens, um titular do Boca Juniores e outro que em duas épocas foi titular de Barcelona e do Valência. Este último parece não ter resultado bem, mas na teoria foram duas belas apostas que dariam mais profundidade ao nosso plantel. Para o lugar do Otávio vieram o Ivan Jaime (melhor jovem da Liga Portuguesa e um talento que saltava à vista de todos) e regressou o Francisco Conceição, um dos maiores talentos que passou pela nossa formação nos últimos anos e que demonstra estar evoluir após um período de alguma estagnação e a querer justificar a titularidade. Acresce a isso a contratação de um dos melhores goleadores do futebol português, um jogador que nas duas épocas anteriores marcou 37 golos ao serviço do Gil Vicente e acho que foi um dos mercados mais bem pensados da história do clube. Só lamento a não concretização do negócio do Moutinho, pois era alguém que iria trazer coisas ao nosso futebol que ninguém mais dá neste momento e já foram vários os jogos em que senti falta de um jogador com as suas características.

Há contudo algumas lacunas no plantel que eram óbvias desde o início e outras que podiam ser resolvidas de uma outra forma. Vamos começar pelos centrais. Não era previsível esta lesão do Marcano, mas era óbvio que o Pepe não consegue dar resposta a uma época inteira e que apresenta problemas musculares após 3 ou 4 jogos seguidos. Fazia falta uma alternativa clara ao Pepe com condições para ser titular. O Marcano tinha na sua sombra o David Carmo que ainda apresentava esperanças de poder ser uma alternativa de qualidade pelo que a alternativa ao Pepe era a mais necessária. Sobre as laterais, fomos buscar um lateral direito internacional mexicano que não correu bem e temos o João Mário que ataca bem, mas está muitas vezes exposto defensivamente. Do lado esquerdo temos um lateral que ataca bem mas que revela grandes problemas defensivos (Wendell) e outro que até defende razoavelmente mas que no ataque a bola é quadrada (Zaidu). Isto poderia ser resolvido com uma defesa a 5, dando mais liberdade para os laterais subirem sem estarem tão expostos defensivamente. Nunca foi essa a aposta do Sérgio, mesmo quando tínhamos centrais com qualidade para o fazer (Felipe, Pepe e Militão) mas acho que dada a tendência mais ofensiva dos nossos melhores laterais (mesmo o Telles teria beneficiado com uma defesa a 5) faria desta uma opção interessante, quer fosse o João Mário ou o Pepê na direita, e mesmo o Zaidu poderia atuar como central num sistema de 3 centrais, libertando o Wendell ou mesmo o João Mendes para missões mais ofensivas, onde se destacam mais e expondo menos a equipa.

No meio-campo, estava visto que o Baró só seria opção para jogos da Taça da Liga ou afins, sobrando 4 opções para 2 lugares: Eustáquio, Grujic, Varela e Nico. O problema é que se imaginarmos que temos um médio que é mais 6/8 e outro que é mais 8/10, então claramente temos 3 opções para 6/8 e somente uma para 8/10 (Eustáquio). Neste momento o Eustáquio é o jogador mais insubstituível do plantel. A vinda do Moutinho poderia ter dado aqui mais qualidade e opções, mas acho que precisávamos de alguém para titular absoluto pois acho que o Eustáquio é curto para esse papel e o Moutinho até pela idade já não é jogador para ser titular indiscutível no Porto. Desde que saiu o Vitinha que pedimos um médio com as suas características para assumir o lugar, mas não penso que seja isso que o Sérgio pretende. Acho que ele quereria alguém mais próximo do Eustáquio ou do Herrera. Um box to box capaz de atacar e defender e que aparecesse mais vezes em zonas de finalização, e não tanto um jogador de bola no pé (penso que também foi por aí que o Moutinho não veio, mas isto é uma opinião pessoal sem conhecimento de causa).

No ataque, claramente temos opções a mais jogamos com 4 jogadores e temos (ou tínhamos) 12 jogadores para esses lugares: Taremi, Evanilson, Toni Martinez, Navarro, Namaso, Pepê, Ivan Jaime, André Franco, Galeno, Gonçalo Borges, Francisco Conceição e Gabriel Veron. Veron e Navarro entretanto já saíram e podemos discutir a qualidade individual de um ou outro jogador, mas continuo a achar que é demasiada gente. E no caso do ponta de lança, isso ainda é mais dramático por termos começado a época com 5. Sporting tem 2. Benfica 3. Real Madrid 1. Barcelona 1. City 2. Liverpool 2... Nós temos tantos (já sme Navarro) como City e Liverpool juntos. Será que faz sentido? E aproveito assim para falar nas questões das lesões.

Nós tivemos várias queixas do Sérgio relativamente ao trabalho do departamento médico no que concerne à recuperação de lesões ao longo das últimas duas épocas. Eu não sei o que se passa dentro do clube, mas a lesão do Marega que foi tratada na China marcou para mim um aspecto fundamental. Costumávamos ver os nossos antigos jogadores a pedir para serem tratados no NGC quando tinham lesões graves e esse foi o momento que (pelo menos publicamente) passamos a ter os jogadores do NGC a procurar tratamentos fora do clube. Mas isso para mim só explica parte do problema. Não é a questão de um ou dois lesionados demorarem mais tempo a recuperar de lesões ou não conseguirem recuperar completamente, mas sim a quantidade de jogadores que vão parar ao departamento médico. E isso para mim tem a ver com a preparação física. Não está esta a ser a correta? Estamos a forçar os jogadores demais nos treinos? Ou será que é uma questão de ir à bruxa? Mas claramente algo tem que mudar porque esta quantidade de lesões não é normal.

Depois quero chamar a atenção sobre a utilização de alguns jogadores. O Pepê já foi usado como DD, ED, EE, segundo avançado e até médio. Chega a ocupar 3 posições diferentes por jogo (contra o Chaves por exemplo foi EE, segundo avançado e DD ). O Franco já foi médio, extremo direito, segundo avançado, DE... Independentemente da opinião de cada um sobre a qualidade individual de cada jogador, como podemos esperar que um jogador tenha rendimento no meio de tanto caos e tanta mudança? O Pepê veio para o Porto como um dos principais desequilibradores do Brasil. Passou de fazer 15 golos e 9 assistências no Brasil para 6 golos e 5 assistências no NGC. O jogador está a desvalorizar. E não pela falta de qualidade individual pois essa é clara sempre que toca na bola, mas na minha opinião porque aquilo que lhe pedem é diferente de jogo para jogo e isso não lhe dá estabilidade para poder assentar o seu jogo e render aquilo que pode.

Há outra situação que me merece destaque que é o Taremi. A situação do Taremi lembra-me em muito a situação do Corona. Nós rejeitamos uma proposta no último ano do Corona e acabamos por ter que o deixar sair em Janeiro por uma proposta muito inferior, após 6 meses de sub-rendimento. O Taremi devia ter saído no Verão. Mas há uma coisa que discordo de muitos comentários que vejo. Não vejo falta de profissionalismo por parte do Taremi. O que vejo é uma equipa incapaz de lhe criar oportunidades de golo (não me lembro de um remate do Taremi com o Chaves por exemplo) e que o obriga a ir buscar a bola às primeiras zonas de construção. E mesmo nestes momentos faltam depois linhas de passe e obrigam-no a correr muitos metros com bola e sem soluções do que fazer a seguir. Acho que a situação do Irão pós Mundial o afectou muito pessoalmente e ao longo de 2023 viu-se um Taremi triste e cabisbaixo e acho que isso explicou muito da sua quebra de rendimento. Gostei de o ver sorrir nos últimos jogos e espero sinceramente que a sua situação familiar esteja mais estável pois é um jogador que nos deu muito e que tenho muito orgulho que vista a nossa camisola.

Sobre a nossa política de contratações, eu acho que temos que começar a olhar primeiro para o plantel. Desde que o Sérgio veio para o Porto, jogamos principalmente num sistema de 4-4-2. Eu sou defensor de voltar ao 4-3-3 ou passar para um 5-2-3, pois o 4-4-2 é muito desgastante para a dupla de meio-campo e na nossa interpretação dele, desgasta também bastante os laterais, e isso obriga a uma rotação grande e a mais jogadores no plantel. Voltar ao 4-3-3, permitiria algo mais próximo disto:

GR1
GR2
DD
DE
DD/DE
DC1
DC2
DC3
MD
MC
MO
MD/MC
MC/MO
ED
EE
ED/EE
PDL1
PDL2

Estão aqui 18 jogadores. Isto é a base quase normal da rotação de uma equipa. Juntem aqui mais 2 ou 3 jogadores e seria mais do que o suficiente principalmente tendo uma equipa B a quem se pode recorrer para fazer rotações mais extensas em jogos da Taça ou da Taça da Liga. Isto também permitiria subir o nível médio dos jogadores, pois havia menos jogadores em quem gastar.

Outra coisa que é preciso melhorar é o critério das contratações. Já se sabe que é fácil falar antes e que às vezes contratações que fazem todo o sentido falham. Mas eu olho para isto. Há 2 anos fomos buscar o Carmo por 20M e isso tirou-nos a capacidade financeira de reforçar o meio-campo. O Benfica foi buscar o Enzo por 18M. O que seria se ao invés de termos ido buscar o Carmo, tivéssemos ido buscar o Enzo e ficássemos com o Leite. Alguém acha que ficávamos mais fracos? Ou que tivéssemos ido buscar o André Almeida ao Vitória por 8M e ficarmos com os restantes 12M para reforçar outras posições? Sabemos que temos recursos financeiros escassos, antes de os gastar temos de olhar primeiro para o que temos e perceber como tirar o maior potencial desse dinheiro. Temos também que olhar para outras questões sem ser a qualidade individual do jogador. Claramente o Veron é um jogador com muita qualidade, mas alguém achava que um jogador que arranjou muitos problemas com noitadas viria para cá e iria ver a luz e deixar o álcool e mulheres e passar a deitar cedo e levantar-se cedo para ir à missa antes do treino?

Sobre a questão que levantas da Assembleia Geral e eleições, não acredito que isso esteja a ter interferência com a equipa. Acho que se olharmos para as redes sociais do clube e de páginas de adeptos... há uma polarização muito grande e que chega mesmo a troca de insultos, mas o grupo está bastante protegido disso e mesmo durante os jogos não tem faltado apoio à equipa.

Sinceramente eu não vejo o Sérgio como solução. Não acho que seja o principal problema, mas não partilho a visão dele sobre futebol e não acho que esteja a valorizar os ativos do clube conforme devia e acho que a forma como constrói os planteis e aquilo que pede dos jogadores, obriga a entrar em caminhos que não são sustentáveis financeiramente para o clube, ao nível da quantidade de jogadores que temos que dispor no plantel (a situação dos guarda-redes então é absolutamente ridícula).

Acho que precisamos de um DC e um MC (não vou sugerir nomes) e temos vários jogadores que poderiam sair no mercado de Janeiro. Acima de tudo, gostava de ver a equipa a jogar com outros princípios que sei que com o Sérgio não vou ter e acho que neste momento até seria um boost de moral para a equipa ter alguém que visse o jogo de uma outra forma. Não vou sugerir nenhum nome em específico para treinador mas não acho que as escolhas estejam limitadas entre Peseiro e Sérgio Conceição. Há mais treinadores por aí e que podem neste momento ser uma mais-valia. Mantendo o Sérgio, confesso que gostava que houvesse uma melhoria na sua equipa técnica. Podemos olhar para a equipa técnica do Mourinho e vemos que tinha lá um AVB, um Rui Faria... O AVB tinha o Vítor Pereira, Daniel Sousa... Acho que a equipa técnica do Sérgio é muito pobrezinha e que precisava de profissionais com outra qualidade, apesar de duvidar que ele lhes desse ouvidos.


Noutras situações, isto poderia esperar por Janeiro, mas num ano em que só temos duas vagas na Champions e o prémio para o ano vai subir bastante, terminar em terceiro pode representar um atraso face aos nossos rivais que demorará anos a ultrapassar, pelo que temos que acertar já. Temos jogadores com qualidade e não vejo clube nenhum do mundo onde jogadores precisem de meio ano e um ano para se adaptarem, pelo que para mim já não é um caso de adaptação, mas sim de uma equipa técnica que não é capaz de retirar o melhor dos jogadores que tem à disposição.
 

Nonnenmacher

Tribuna Presidencial
17 Dezembro 2014
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Conquistas
6
  • Maio/19
  • Agosto/19
  • Janeiro/20
  • Setembro/20
Para quê um central e um 8? Só daqui a 1 ano ou mais é que começaria a ter alguns minutos de jogo...
Não individámos mais o clube. Agora é esperar pelas eleições e rezar para que isto acabe e comecemos alguma coisa melhor.
Nem que sejam empréstimos mas são as 2 posições que eu reforçava no mercado de inverno.
 
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miguel1000

Tribuna Presidencial
30 Agosto 2017
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9,138
Uma análise muito acertada que fazes e vou tentar dar a minha opinião construtiva dos pontos que levantas.

Em primeiro lugar quero dizer uma coisa. Eu sou dos maiores críticos do Sérgio Conceição neste espaço. Mesmo de tempos em que ele tinha aqui quase uma unanimidade de apoio ao seu futebol. Nunca fui apreciador do seu futebol (sobretudo dos princípios que lhe estão subjacentes) mas acho que trouxe de volta valores fortemente ligados à identidade do NGC e que estiveram perdidos durante muito tempo. Contudo não acredito num estilo de jogo que prevê uma busca vertiginosa da profundidade resultando num jogo partido que faz com que da mesma forma como estamos sempre mais próximos de marcar, estamos sempre próximos de sofrer. O facto de estarmos a jogar com extremos que procuram fazer movimentos interiores e deixar a largura para os laterais, deixa-nos demasiado expostos no contra-ataque, principalmente com a idade avançada do Pepe e a lentidão do Fábio Cardoso e do David Carmo. O facto de não termos dinâmicas de posse nos ajudem a desmontar defesas recuadas, faz com que defesas que se apresentem mais recuadas e nos tirem espaços para explorar a profundidade nos causa muitos problemas, pois a equipa não consegue procurar soluções alternativas, pois claramente não estão treinadas. Daí que nos jogos da Liga dos Campeões acabemos por ter mais facilidade dada as existência de espaços do que nos jogos do campeonato.

Sobre o plantel. Vejo muitas críticas feitas ao plantel e à suposta falta de qualidade. Eu não partilho esta ideia. Acho que há posições que precisam de uns retoques (já lá vou com mais detalhe), mas olhando para o plantel do ano passado e comparando com este ano, acho que temos mais opções. Perdemos o Uribe e o Otávio (jogadores fundamentais) mas para o lugar do Uribe vieram 2 médios jovens, um titular do Boca Juniores e outro que em duas épocas foi titular de Barcelona e do Valência. Este último parece não ter resultado bem, mas na teoria foram duas belas apostas que dariam mais profundidade ao nosso plantel. Para o lugar do Otávio vieram o Ivan Jaime (melhor jovem da Liga Portuguesa e um talento que saltava à vista de todos) e regressou o Francisco Conceição, um dos maiores talentos que passou pela nossa formação nos últimos anos e que demonstra estar evoluir após um período de alguma estagnação e a querer justificar a titularidade. Acresce a isso a contratação de um dos melhores goleadores do futebol português, um jogador que nas duas épocas anteriores marcou 37 golos ao serviço do Gil Vicente e acho que foi um dos mercados mais bem pensados da história do clube. Só lamento a não concretização do negócio do Moutinho, pois era alguém que iria trazer coisas ao nosso futebol que ninguém mais dá neste momento e já foram vários os jogos em que senti falta de um jogador com as suas características.

Há contudo algumas lacunas no plantel que eram óbvias desde o início e outras que podiam ser resolvidas de uma outra forma. Vamos começar pelos centrais. Não era previsível esta lesão do Marcano, mas era óbvio que o Pepe não consegue dar resposta a uma época inteira e que apresenta problemas musculares após 3 ou 4 jogos seguidos. Fazia falta uma alternativa clara ao Pepe com condições para ser titular. O Marcano tinha na sua sombra o David Carmo que ainda apresentava esperanças de poder ser uma alternativa de qualidade pelo que a alternativa ao Pepe era a mais necessária. Sobre as laterais, fomos buscar um lateral direito internacional mexicano que não correu bem e temos o João Mário que ataca bem, mas está muitas vezes exposto defensivamente. Do lado esquerdo temos um lateral que ataca bem mas que revela grandes problemas defensivos (Wendell) e outro que até defende razoavelmente mas que no ataque a bola é quadrada (Zaidu). Isto poderia ser resolvido com uma defesa a 5, dando mais liberdade para os laterais subirem sem estarem tão expostos defensivamente. Nunca foi essa a aposta do Sérgio, mesmo quando tínhamos centrais com qualidade para o fazer (Felipe, Pepe e Militão) mas acho que dada a tendência mais ofensiva dos nossos melhores laterais (mesmo o Telles teria beneficiado com uma defesa a 5) faria desta uma opção interessante, quer fosse o João Mário ou o Pepê na direita, e mesmo o Zaidu poderia atuar como central num sistema de 3 centrais, libertando o Wendell ou mesmo o João Mendes para missões mais ofensivas, onde se destacam mais e expondo menos a equipa.

No meio-campo, estava visto que o Baró só seria opção para jogos da Taça da Liga ou afins, sobrando 4 opções para 2 lugares: Eustáquio, Grujic, Varela e Nico. O problema é que se imaginarmos que temos um médio que é mais 6/8 e outro que é mais 8/10, então claramente temos 3 opções para 6/8 e somente uma para 8/10 (Eustáquio). Neste momento o Eustáquio é o jogador mais insubstituível do plantel. A vinda do Moutinho poderia ter dado aqui mais qualidade e opções, mas acho que precisávamos de alguém para titular absoluto pois acho que o Eustáquio é curto para esse papel e o Moutinho até pela idade já não é jogador para ser titular indiscutível no Porto. Desde que saiu o Vitinha que pedimos um médio com as suas características para assumir o lugar, mas não penso que seja isso que o Sérgio pretende. Acho que ele quereria alguém mais próximo do Eustáquio ou do Herrera. Um box to box capaz de atacar e defender e que aparecesse mais vezes em zonas de finalização, e não tanto um jogador de bola no pé (penso que também foi por aí que o Moutinho não veio, mas isto é uma opinião pessoal sem conhecimento de causa).

No ataque, claramente temos opções a mais jogamos com 4 jogadores e temos (ou tínhamos) 12 jogadores para esses lugares: Taremi, Evanilson, Toni Martinez, Navarro, Namaso, Pepê, Ivan Jaime, André Franco, Galeno, Gonçalo Borges, Francisco Conceição e Gabriel Veron. Veron e Navarro entretanto já saíram e podemos discutir a qualidade individual de um ou outro jogador, mas continuo a achar que é demasiada gente. E no caso do ponta de lança, isso ainda é mais dramático por termos começado a época com 5. Sporting tem 2. Benfica 3. Real Madrid 1. Barcelona 1. City 2. Liverpool 2... Nós temos tantos (já sme Navarro) como City e Liverpool juntos. Será que faz sentido? E aproveito assim para falar nas questões das lesões.

Nós tivemos várias queixas do Sérgio relativamente ao trabalho do departamento médico no que concerne à recuperação de lesões ao longo das últimas duas épocas. Eu não sei o que se passa dentro do clube, mas a lesão do Marega que foi tratada na China marcou para mim um aspecto fundamental. Costumávamos ver os nossos antigos jogadores a pedir para serem tratados no NGC quando tinham lesões graves e esse foi o momento que (pelo menos publicamente) passamos a ter os jogadores do NGC a procurar tratamentos fora do clube. Mas isso para mim só explica parte do problema. Não é a questão de um ou dois lesionados demorarem mais tempo a recuperar de lesões ou não conseguirem recuperar completamente, mas sim a quantidade de jogadores que vão parar ao departamento médico. E isso para mim tem a ver com a preparação física. Não está esta a ser a correta? Estamos a forçar os jogadores demais nos treinos? Ou será que é uma questão de ir à bruxa? Mas claramente algo tem que mudar porque esta quantidade de lesões não é normal.

Depois quero chamar a atenção sobre a utilização de alguns jogadores. O Pepê já foi usado como DD, ED, EE, segundo avançado e até médio. Chega a ocupar 3 posições diferentes por jogo (contra o Chaves por exemplo foi EE, segundo avançado e DD ). O Franco já foi médio, extremo direito, segundo avançado, DE... Independentemente da opinião de cada um sobre a qualidade individual de cada jogador, como podemos esperar que um jogador tenha rendimento no meio de tanto caos e tanta mudança? O Pepê veio para o Porto como um dos principais desequilibradores do Brasil. Passou de fazer 15 golos e 9 assistências no Brasil para 6 golos e 5 assistências no NGC. O jogador está a desvalorizar. E não pela falta de qualidade individual pois essa é clara sempre que toca na bola, mas na minha opinião porque aquilo que lhe pedem é diferente de jogo para jogo e isso não lhe dá estabilidade para poder assentar o seu jogo e render aquilo que pode.

Há outra situação que me merece destaque que é o Taremi. A situação do Taremi lembra-me em muito a situação do Corona. Nós rejeitamos uma proposta no último ano do Corona e acabamos por ter que o deixar sair em Janeiro por uma proposta muito inferior, após 6 meses de sub-rendimento. O Taremi devia ter saído no Verão. Mas há uma coisa que discordo de muitos comentários que vejo. Não vejo falta de profissionalismo por parte do Taremi. O que vejo é uma equipa incapaz de lhe criar oportunidades de golo (não me lembro de um remate do Taremi com o Chaves por exemplo) e que o obriga a ir buscar a bola às primeiras zonas de construção. E mesmo nestes momentos faltam depois linhas de passe e obrigam-no a correr muitos metros com bola e sem soluções do que fazer a seguir. Acho que a situação do Irão pós Mundial o afectou muito pessoalmente e ao longo de 2023 viu-se um Taremi triste e cabisbaixo e acho que isso explicou muito da sua quebra de rendimento. Gostei de o ver sorrir nos últimos jogos e espero sinceramente que a sua situação familiar esteja mais estável pois é um jogador que nos deu muito e que tenho muito orgulho que vista a nossa camisola.

Sobre a nossa política de contratações, eu acho que temos que começar a olhar primeiro para o plantel. Desde que o Sérgio veio para o Porto, jogamos principalmente num sistema de 4-4-2. Eu sou defensor de voltar ao 4-3-3 ou passar para um 5-2-3, pois o 4-4-2 é muito desgastante para a dupla de meio-campo e na nossa interpretação dele, desgasta também bastante os laterais, e isso obriga a uma rotação grande e a mais jogadores no plantel. Voltar ao 4-3-3, permitiria algo mais próximo disto:

GR1
GR2
DD
DE
DD/DE
DC1
DC2
DC3
MD
MC
MO
MD/MC
MC/MO
ED
EE
ED/EE
PDL1
PDL2

Estão aqui 18 jogadores. Isto é a base quase normal da rotação de uma equipa. Juntem aqui mais 2 ou 3 jogadores e seria mais do que o suficiente principalmente tendo uma equipa B a quem se pode recorrer para fazer rotações mais extensas em jogos da Taça ou da Taça da Liga. Isto também permitiria subir o nível médio dos jogadores, pois havia menos jogadores em quem gastar.

Outra coisa que é preciso melhorar é o critério das contratações. Já se sabe que é fácil falar antes e que às vezes contratações que fazem todo o sentido falham. Mas eu olho para isto. Há 2 anos fomos buscar o Carmo por 20M e isso tirou-nos a capacidade financeira de reforçar o meio-campo. O Benfica foi buscar o Enzo por 18M. O que seria se ao invés de termos ido buscar o Carmo, tivéssemos ido buscar o Enzo e ficássemos com o Leite. Alguém acha que ficávamos mais fracos? Ou que tivéssemos ido buscar o André Almeida ao Vitória por 8M e ficarmos com os restantes 12M para reforçar outras posições? Sabemos que temos recursos financeiros escassos, antes de os gastar temos de olhar primeiro para o que temos e perceber como tirar o maior potencial desse dinheiro. Temos também que olhar para outras questões sem ser a qualidade individual do jogador. Claramente o Veron é um jogador com muita qualidade, mas alguém achava que um jogador que arranjou muitos problemas com noitadas viria para cá e iria ver a luz e deixar o álcool e mulheres e passar a deitar cedo e levantar-se cedo para ir à missa antes do treino?

Sobre a questão que levantas da Assembleia Geral e eleições, não acredito que isso esteja a ter interferência com a equipa. Acho que se olharmos para as redes sociais do clube e de páginas de adeptos... há uma polarização muito grande e que chega mesmo a troca de insultos, mas o grupo está bastante protegido disso e mesmo durante os jogos não tem faltado apoio à equipa.

Sinceramente eu não vejo o Sérgio como solução. Não acho que seja o principal problema, mas não partilho a visão dele sobre futebol e não acho que esteja a valorizar os ativos do clube conforme devia e acho que a forma como constrói os planteis e aquilo que pede dos jogadores, obriga a entrar em caminhos que não são sustentáveis financeiramente para o clube, ao nível da quantidade de jogadores que temos que dispor no plantel (a situação dos guarda-redes então é absolutamente ridícula).

Acho que precisamos de um DC e um MC (não vou sugerir nomes) e temos vários jogadores que poderiam sair no mercado de Janeiro. Acima de tudo, gostava de ver a equipa a jogar com outros princípios que sei que com o Sérgio não vou ter e acho que neste momento até seria um boost de moral para a equipa ter alguém que visse o jogo de uma outra forma. Não vou sugerir nenhum nome em específico para treinador mas não acho que as escolhas estejam limitadas entre Peseiro e Sérgio Conceição. Há mais treinadores por aí e que podem neste momento ser uma mais-valia. Mantendo o Sérgio, confesso que gostava que houvesse uma melhoria na sua equipa técnica. Podemos olhar para a equipa técnica do Mourinho e vemos que tinha lá um AVB, um Rui Faria... O AVB tinha o Vítor Pereira, Daniel Sousa... Acho que a equipa técnica do Sérgio é muito pobrezinha e que precisava de profissionais com outra qualidade, apesar de duvidar que ele lhes desse ouvidos.


Noutras situações, isto poderia esperar por Janeiro, mas num ano em que só temos duas vagas na Champions e o prémio para o ano vai subir bastante, terminar em terceiro pode representar um atraso face aos nossos rivais que demorará anos a ultrapassar, pelo que temos que acertar já. Temos jogadores com qualidade e não vejo clube nenhum do mundo onde jogadores precisem de meio ano e um ano para se adaptarem, pelo que para mim já não é um caso de adaptação, mas sim de uma equipa técnica que não é capaz de retirar o melhor dos jogadores que tem à disposição.
Baralhaste e distorceste algumas coisas no início e meio, mas concordo PLENAMENTE com os 4 últimos parágrafos.
 
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FCPORTO SEMPRE

Superior
30 Novembro 2023
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Baralhaste e distorceste algumas coisas no início e meio, mas concordo PLENAMENTE com os 4 últimos parágrafos.
boa tarde
sou sócio á quase 50 anos e já comi muita sardinha e também muito camarão.vejo aqui alguns que só comeram camarão. É evidente que nem tudo está bem, mas também não é preciso dizeram tal mal do nosso clube. Viva o FCPORTO
 
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fjpfcp

Obrigado por Tudo Presidente!!!!
26 Março 2012
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boa tarde
sou sócio á quase 50 anos e já comi muita sardinha e também muito camarão.vejo aqui alguns que só comeram camarão. É evidente que nem tudo está bem, mas também não é preciso dizeram tal mal do nosso clube. Viva o FCPORTO
Bem vindo e prepara te que aqui no Portal vais ler alguns que acreditam que antes do Conceição so se comia Lagosta Azul😅😅😅
 
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