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Mergulhando no baú da história do NOSSO clube, eis que encontro esta autêntica \"pérola\" que, sucintamente, nos relata o quão difícil e penoso, se tornou a conquista do primeiro tri do FC PORTO. E também a constatação, caso fosse necessário, do ódio que a \"corte\" sempre nutriu pelo irredutível clube da Mui Nobre, Invicta e Leal cidade do Porto.
A HISTÓRIA AGITADA DOS TRI PERDIDOS
Parte 1
Desde a longínqua época de 1940/1941 que o FC Porto sonhava com a conquista do terceiro campeonato consecutivo. Quase 40 anos mais tarde, na temporada de 1979/80, os portistas deixaram fugir de novo o tri e, tal como na primeira vez, o Sporting ficou para a história dos números como o clube que impediu a consagração do FC Porto. Em 1986/87, quando os Dragões foram considerados a melhor equipa do mundo, o Benfica conseguiu impedir o pleno azul e branco. E, em 1993/94, os encarnados voltaram a tirar o pão da boca do FC Porto.
Em 1997, apesar das inúmeras polémicas levantadas sobre a equipa portista, os técnicos e dirigentes, o FC Porto conseguiu, finalmente, conquistar o tri-campeonato. Não se julgue, no entanto, que este foi o único em que o futebol português, e em particular, a equipa das Antas, viveu sob um clima de densas nuvens Negras. Uma análise mais aprofundada da história das épocas em que o FC Porto falhou a conquista do terceiro título consecutivo demonstra que, em todos esses anos, o campeonato passou por múltiplas agitações.
Alguns dos que viveram de perto essas emoções falavam já de uma espécie de maldição que impediria, para sempre, os portistas de alcançarem o mítico tri. Dez anos depois de ter conseguido o título de Campeão Europeu, o FC Porto gravou a ouro mais uma página do seu centenário património.
1940/1941: FPF IRRADIA PRESIDENTE PORTISTA
Depois de ter conquistado os campeonatos de 1938/39 e 1939/40, o FC Porto sonhava, pela primeira vez, com o seu terceiro título consecutivo. Mas já na época do bi a prova teve que ser alargada de forma a repor a justiça, após uma decisão da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) contrária à da Associação de Futebol do Porto, que colocava o Leixões no Nacional, em detrimento dos portistas. A ilógica da determinação federativa era tal que a formação de Matosinhos recusou o lugar, alegando que a equipa que deveria estar por direito na fase final era o FC Porto. E o FC Porto, com Mihaly Siska no comando técnico, provou, então, que era melhor equipa nacional.
Na temporada de 1940/41, a FPF radicalizou as suas acções de forma a serem mais eficazes. Ângelo César, presidente do FC Porto, utilizava já naquela altura um discurso (idêntico àquele que viria a ser retomado por Pito da Costa) contra os poderes instituídos em Lisboa, contra as arbitragens que prejudicavam constantemente as equipas do Norte, favorecendo, por outro lado, as do Sul. E quando se levantou a grande polémica que marcou a época de 39/40, Ângelo César clamava por justiça, mais do que nunca.
Para não voltarem a ser incomodados e ainda, por cima, obrigados a conceder-lhe razão, os senhores da FPF irradiaram o presidente portista. Os portistas elegiam simbolicamente Ângelo César para presidente da Assembleia Geral, mas o grito da revolta ecoava por toda a cidade. Por coincidência (?), desde que a voz incómoda de César foi amordaçada, começaram então as arbitragens que de forma descarada prejudicavam sucessivamente o FC Porto, como se pode constatar na consulta de qualquer jornal da época.
Logo no primeiro jogo entre os grandes, o Sporting recebeu os portistas e ganhou por concludente 5-1. Como se não bastasse o resultado ser tão equilibrado, o sportinguista João Cruz lesionou gravemente o guarda-redes portista Bela Andrasik, que foi evacuado para o Hospital de são José. Henrique Rosa, o homem que de negro vestido, pintou a sua actuação de verde e branco, encarregou-se de consentir o terceiro golo na sequência de um fora de jogo claríssimo e validou o quarto tento, quando o guardião Andrasik se contorcia com dores no chão graças a duas fracturas nos ossos da face -, depois da agressão de João Cruz.
A guerra Norte-Sul adensou-se ainda mais quando Carlos Pereira, a meio da época, optava por jogar no Unidos FC, um clube de Lisboa que lhe ofereceu o dobro do vencimento que auferia no FC Porto e ainda 30contos (150 euros, na moeda actual) de luvas. A equipa portista, sempre comandada por Siska, ainda conseguiria fechar o campeonato com uma vitória de 5-2 sobre o Benfica, mas a derrota consentida no Lima, ante o Sporting tinha-a já atirado irremediavelmente para fora da rota do tri, naquele em que seria mais tarde recordado como o ano em que os árbitros viraram anjos negros.
A HISTÓRIA AGITADA DOS TRI PERDIDOS
Parte 1
Desde a longínqua época de 1940/1941 que o FC Porto sonhava com a conquista do terceiro campeonato consecutivo. Quase 40 anos mais tarde, na temporada de 1979/80, os portistas deixaram fugir de novo o tri e, tal como na primeira vez, o Sporting ficou para a história dos números como o clube que impediu a consagração do FC Porto. Em 1986/87, quando os Dragões foram considerados a melhor equipa do mundo, o Benfica conseguiu impedir o pleno azul e branco. E, em 1993/94, os encarnados voltaram a tirar o pão da boca do FC Porto.
Em 1997, apesar das inúmeras polémicas levantadas sobre a equipa portista, os técnicos e dirigentes, o FC Porto conseguiu, finalmente, conquistar o tri-campeonato. Não se julgue, no entanto, que este foi o único em que o futebol português, e em particular, a equipa das Antas, viveu sob um clima de densas nuvens Negras. Uma análise mais aprofundada da história das épocas em que o FC Porto falhou a conquista do terceiro título consecutivo demonstra que, em todos esses anos, o campeonato passou por múltiplas agitações.
Alguns dos que viveram de perto essas emoções falavam já de uma espécie de maldição que impediria, para sempre, os portistas de alcançarem o mítico tri. Dez anos depois de ter conseguido o título de Campeão Europeu, o FC Porto gravou a ouro mais uma página do seu centenário património.
1940/1941: FPF IRRADIA PRESIDENTE PORTISTA
Depois de ter conquistado os campeonatos de 1938/39 e 1939/40, o FC Porto sonhava, pela primeira vez, com o seu terceiro título consecutivo. Mas já na época do bi a prova teve que ser alargada de forma a repor a justiça, após uma decisão da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) contrária à da Associação de Futebol do Porto, que colocava o Leixões no Nacional, em detrimento dos portistas. A ilógica da determinação federativa era tal que a formação de Matosinhos recusou o lugar, alegando que a equipa que deveria estar por direito na fase final era o FC Porto. E o FC Porto, com Mihaly Siska no comando técnico, provou, então, que era melhor equipa nacional.
Na temporada de 1940/41, a FPF radicalizou as suas acções de forma a serem mais eficazes. Ângelo César, presidente do FC Porto, utilizava já naquela altura um discurso (idêntico àquele que viria a ser retomado por Pito da Costa) contra os poderes instituídos em Lisboa, contra as arbitragens que prejudicavam constantemente as equipas do Norte, favorecendo, por outro lado, as do Sul. E quando se levantou a grande polémica que marcou a época de 39/40, Ângelo César clamava por justiça, mais do que nunca.
Para não voltarem a ser incomodados e ainda, por cima, obrigados a conceder-lhe razão, os senhores da FPF irradiaram o presidente portista. Os portistas elegiam simbolicamente Ângelo César para presidente da Assembleia Geral, mas o grito da revolta ecoava por toda a cidade. Por coincidência (?), desde que a voz incómoda de César foi amordaçada, começaram então as arbitragens que de forma descarada prejudicavam sucessivamente o FC Porto, como se pode constatar na consulta de qualquer jornal da época.
Logo no primeiro jogo entre os grandes, o Sporting recebeu os portistas e ganhou por concludente 5-1. Como se não bastasse o resultado ser tão equilibrado, o sportinguista João Cruz lesionou gravemente o guarda-redes portista Bela Andrasik, que foi evacuado para o Hospital de são José. Henrique Rosa, o homem que de negro vestido, pintou a sua actuação de verde e branco, encarregou-se de consentir o terceiro golo na sequência de um fora de jogo claríssimo e validou o quarto tento, quando o guardião Andrasik se contorcia com dores no chão graças a duas fracturas nos ossos da face -, depois da agressão de João Cruz.
A guerra Norte-Sul adensou-se ainda mais quando Carlos Pereira, a meio da época, optava por jogar no Unidos FC, um clube de Lisboa que lhe ofereceu o dobro do vencimento que auferia no FC Porto e ainda 30contos (150 euros, na moeda actual) de luvas. A equipa portista, sempre comandada por Siska, ainda conseguiria fechar o campeonato com uma vitória de 5-2 sobre o Benfica, mas a derrota consentida no Lima, ante o Sporting tinha-a já atirado irremediavelmente para fora da rota do tri, naquele em que seria mais tarde recordado como o ano em que os árbitros viraram anjos negros.