Talvez porque o golpe tinha como objetivo matar João Franco e proclamar a República e não matar o Rei e o Principe herdeiro. Ainda hoje existem várias teorias sobre esta questão e nenhuma está provada, foram presos anteriormente vários conspiradores dos quais escaparam Buiça e mais um ou dois sendo que nenhum deles eram cabecilhas.
Matar Carlos e Luís Filipe não fez acabar a Monarquia, sucedeu-lhe o filho mais novo Manuel embora por pouco tempo mas não foi assassinado e saíu do País num barco com dignidade proporcionada pelos revoltosos do 5 de Outubro.
Ele deixou uma carta tipo testamento que é comovente, ele sabia que ia morrer;
O testamento de Buíça, o homem que matou o rei D. Carlos
"Sou natural de Bouçoaes, concelho de Valpassos districto de Villa Real (Traz-os-Montes), fui casado com D. Herminia Augusta da Costa Buiça (...) Viúvo, ficaram-me de minha mulher dois filhos a saber: Elvira que nasceu em 19 de dezembro de 1900 (...) e que não está ainda baptisada nem registada civilmente por motivos contrarios da minha vontade; e Manuel que nasceu em 12 de Setembro de 1907 nas Escadinhas da Mouraria numero quatro, quarto andar, esquerdo e foi registado na administração do primeiro bairro de Lisboa no dia onze de outubro do anno acima referido. Foram testemunhas do acto Albano Jose Correia, casado empregado no commercio e Aquilino Ribeiro, solteiro, publicista. Ambos os meus filhos vivem comigo e com a avó materna nas Escadinhas da Mouraria n. 4, 4.º andar, esquerdo. Minha familia vive em Vinhaes para onde se deve participar a minha morte ou o meo desapparecimento caso se deam. Meus filhos ficam pobrissimos; não tenho nada que lhes legar senão o meu nome e o respeito e compaixão pelos que soffrem. Peço que os eduquem nos principios de liberdade, egualdade e fraternidade em que eu comungo e por causa das quaes ficarão, porventura, em breve, orfãos". O testamento de Manuel Buíça, entregue ao escritor Aquilino Ribeiro, é datado de 28 de Janeiro de 1908. O regicídio acontece quatro dias depois, a 1 de Fevereiro.
Foi um episódio triste e talvez nunca tenham colocado o seu nome numa rua porque o assassínio do Rei e do filho deixaram marcas na Sociedade.
Como diria Herman José como Diácono Remédios "não havia necessidade"