Acho sempre engraçado ver pessoas que dizem abominar a religião e em particular os muçulmanos a defender a reivindicação territorial de Israel que tem como base essencialmente um argumento religioso de interpretação literal dos textos da Torá, " a Terra de Israel prometida por Deus ao povo judeu. O argumento histórico de que os judeus têm uma presença contínua na região é absolutamente destruído pela genética que demonstra que os palestinianos são geneticamente mais próximos das comunidades judaicas que mantiveram presença na palestina.
Trata-se do genocídio mais bem documentado dos nossos tempos, com imensos judeus por todo o mundo a manifestarem-se contra as atrocidades cometidas pelo governo zionista de Israel, com jornais israelitas a admitirem que se trata de genocídio, com instituições como a ONU, a Amnistia Internacional ou a Human Rights Watch com pessoas no terreno, muitos mortos pelas tropas israelitas, que organizaram material que prova claramente o genocídio de palestinianos levado a cabo pelo exército israelita. Radiografias de crianças baleadas na cabeça, médicos assasinados, presos e torturados, jornalistas assassinados. Dezenas de milhares de crianças mortas, centenas de crianças que tiveram de ser amputadas sem recurso a anestesia porque Israel vetou a entrada de anestésicos em Gaza. Camiões de ajuda humanitária alvo de bombardeamentos por parte da IDF. Enfim, todo um conjunto de atrocidades contra civis que representam o completo falhanço moral do ocidente. Não só pelo contínuo apoio direto prestado por países como os EUA e o Reino Unido, como pelo silêncio ensurdecedor da esmagadora maioria dos países do ocidente, tirando a Espanha, mas principalmente a Irlanda.
A Federação Russa não joga qualquer existência no conflito com a Ucrânia porque a Federação Russa já ganhou o conflito e cada dia que passa a posição negocial da Ucrânia torna-se cada vez mais frágil. Isto num conflito que foi claramente provocado pelos EUA/NATO com a expansão contínua para leste até à fronteira com a Rússia. A narrativa de que os russos queriam reconquistar a Ucrânia e avançar pela Europa é das narrativas mais estúpidas que alguém se lembrou de criar. Isto quando existem uma série de memorandos, documentos, telefonemas e testemunhas que provam claramente o envolvimento dos EUA/NATO no golpe de estado de 2014 na Ucrânia. Uma evidência clara, é o telefonema da Victoria Nuland para o Geoffrey Pyatt, poucos dias antes da "revolução" de Maidan, onde ambos discutiam quem é que os EUA queria para novo primeiro-ministro da Ucrânia, o Geoffrey Pyatt avançou com o Klitchko, prontamente a Victoria Nuland recusou e disse que seria melhor para os EUA que fosse Arseniy Yatsenyuk. Este último acabou por ser o novo primeiro-ministro após a operação de mudança de regime em Fevereiro de 2014.
Queres mais evidências? O memorando do antigo embaixador americano em Moscovo e que foi o diretor da CIA durante a administração Biden. Memorando confidencial que foi revelado pela wikileaks enviado para diversas divisões do governo americano e da NATO, dando conta de que toda a classe política na Russia considerava que a expansão da NATO era uma linha vermelha e que os russos viam isso como uma séria ameaça à sua segurança nacional. Pudera, ninguém diria que estabelecer bases militares americanas junto à fronteira com a Rússia seria uma ameaça à integridade territorial do país. E o argumento de que a NATO é meramente uma organização militar defensiva cai por terra se nos lembrarmos dos bombardeamentos durante mais de 70 dias seguidos a Belgrado, mesmo depois de já existir um acordo para a paz, tudo porque a NATO/EUA queriam estabelecer a maior base militar no Kosovo. E assim foi.
Tens até uma famosa declaração do ex-líder da NATO, Jens Stolttenberg, filmado a afirmar que os russos queriam assinar um tratado com a NATO para que esta não se expandisse mais para leste ao qual a NATO recusou perentoriamente, e passado uns tempos após a invasão russa, o Stolttenberg foi um dos primeiros a dizer que isto não tinha nada a ver com a expansão da NATO abraçando a falsa narrativa que se espalhou como um vírus pela Europa e pelos EUA.
Mas poderíamos estar aqui o dia todo. Poderíamos falar das NGO's ligadas ao governo americano e CIA, e que servem de fachada para promover e financiar mudanças de regime e golpes de estado em países estrangeiro. Tens o exemplo claro da USAID e da NED que são ONGs de "promoção da democracia e desenvolvimento económico" e que estiveram envolvidas em dezenas de operações secretas de mudança de regime por diversos países desse mundo fora.
Poderíamos também falar das recentes declarações do Boris Johnson onde admitiu que os EUA/NATO estavam a travar uma guerra proxy contra a Rússia e que os ucranianos eram só os nossos "proxies". Contrariando, quase que sem querer, largos meses de narrativas de que os ucranianos estavam a travar uma luta existencial porque os russos os queriam conquistar. Há tanto material que estaria aqui horas a apresentar tudo.
Sobre o conflito Israelo palestiniano não podia estar me mais a cagar para folclores de Terras Prometidas e de sinfonias do " Rio até ao mar"
Até a religião é dos maiores estercos da Humanidade.
O que me interessa é História e essa é clara inequívoca.
Aquele território nunca foi auto determinado logo aí aquele território foi sempre de quem o conquistou.
Mais recentemente ( 150 anos a esta parte ) há uma série de acontecimentos que determinam o actual estado de coisas mas em linhas gerais é simples:
- acordo para duplo estado, um dos lados assina o outro não.
- o lado que não assina inicia 2 guerras convencionais( quando ainda havia equilíbrio) e perde as guerras.
- a História diz quem perde desaparece e é assimilado, quem ganha prevalece.
Agora nestes tempos esquisitos que vivemos queremos reescrever a História.
Ok pessoas morrem todos os dias.
Sobre o " falhanço moral" do Ocidente, é engraçado porque um dos lados não tem moral.
Mas nós aqui achamos que temos de nos julgar por uns padrões acima de outros.
Por isso é que hoje o mundo ocidental é um lugar de palermas e de frouxos que infelizmente faz com que apareçam palermas como Trumps, Melonis e os Orbans
Sobre a Rússia estou a parafrasear Medvedev.
Ele disse que se a Rússia perder estrategicamente o conflito, a Federação desmorona se.
E faz sentido pelo sentido econômico da coisa.
Os países da esfera da URSS hoje em dia integrados na UE são economias emergentes onde os salários e o nível de vida explodiram nos últimos 15 anos.
A Romênia e Bulgaria tem salários mínimos de 730 e 580 EUR, a Lituânia tem salário mínimo.acima do tuga.
Porque a Ucrânia tem de se contentar com 280 € mês se associar ao Ocidente tem um maior mercado para comercializar as suas riquezas e com isso melhorar exponencialmente as suas vidas?
Mas isto é como tudo na História, a Rússia vai obviamente defender a sua esfera de influência e percebe que está a bater a sua porta a mudança económica e que as pessoas já não se.contentam com o mínimo dos mínimos se o potencial é superior.
A Rússia ainda não foi despachada porque tem armas nucleares porque até já precisou de reforços norte coreanos.
Antes dos EUA falir, vai falir a Federação Russa porque apesar dos EUA serem um país de grandes assimetrias, a Federação Russa tem uma amplitude de rendimentos superior e a médiana salarial dos EUA é imensamente superior à mediana russa.