Se o Luís Gonçalves acredita que os factores externos contam muito, então está no bom caminho. Estamos em Portugal, não estamos em Inglaterra e em Portugal ou te mexes bem, ganhas influência e uma voz activa nos bastidores ou então és comido vivo. Neste país, o FCPorto não pode ser o clube bonzinho que se quer dar bem com todos, pensar isso é não conhecer o contexto do país e do futebol. Se o FCPorto for bonzinho é comido vivo e é o que está a acontecer. O FCPorto tem que criar inimigos externos, não só no Benfica e no Sporting, mas também na comunicação social, tem que criar um clima intimidatório, não de violência, mas de intimidação, e isso ao longo dos últimos anos tem-se perdido, não só dentro como fora do campo.
Quanto às funções do Luís Gonçalves, não tem que perceber a complexidade do jogo, não tem que perceber a ordem no caos, tem sim que criar uma simbiose entre toda a estrutura, desde a equipa técnica, à equipa médica, ao scouting, ao Presidente, etc. Tem que funcionar como elemento agregador, tem que se mover bem no meio e logicamente perceber a dinâmica de tudo, cada elemento tem que ter uma função em prol de um bem maior. A partir daí, existindo a dinâmica de trabalho, essa simbiose e harmonia entre todos, a máquina começa a trabalhar.
Não sei se o Luís Gonçalves vai sentar-se no banco como fazia Antero, não sei se irá ser a voz do FCPorto quando for necessário defender o clube de factores externos, mas seria fundamental que o fizesse. Se não quiser ter este tipo de funções, então espero que contrate alguém que tenha esse perfil, que seja a voz na defesa do clube.