A conferência de imprensa do treinador do benfica ontem foi das coisas mais nojentas que tive o desprazer de assistir nos últimos tempos.
Realce para ameaça encapotada onde refere que há 6 milhões de portugueses que seguem aquilo que ele(s) diz(em), e que por isso não o queiram acicatar (senão...).
Pois bem.
Caro Rui,
Foste passando no teu primeiro ano de benfica, o clube do teu coração, uma imagem de "gentleman saloio". Alguém que tentava não ligar às provocações constantes de Jorge Jesus (outro saloio), quando na verdade nos lembramos que o mote foi dado por ti. Tu é que provocaste a equipa do Sporting em primeiro lugar.
Mas a máscara caiu definitivamente. A de gentleman, para que não restem dúvidas, que o azeite vem sempre ao cimo.
Meu caro, no futebol, a virtude está em ser o melhor dentro das 4 linhas, com o pressuposto de haver condições iguais para todos os que disputam uma competição. Durante meses foste levado ao colo, sem que isso tivesse amplificação na comunicação social, a qual, como bem sabemos, está agrilhoada, vendida e rendida.
Posto isto.
Vires falar agora de prejuízos para o teu clube é revelador do desespero que por aí reina.
Mas pior. Vires ameaçar de uma forma mais ou menos velada, com o argumento saloio e arruaceiro de que "se quiserem porrada, eu levo os meus (6 de milhões de) amigos" é cobarde.
Portugal não é só Lisboa.
E Portugal não é só o benfica, por muito que nos tentem vender esse "pensamento único".
Ainda está presente na memória dos portugueses episódios como o very light, os inúmeros casos de doping, o presidente preso, o Calabote, as gravações do apito dourado criteriosamente seleccionadas, os autocarros incendiados, os atletas barbaramente agredidos, os vouchers a árbitros e observadores, a falta de verdade desportiva do Eusébio, o Calabote, as revelações de Coroado e Marco Ferreira e o tráfico de cocaína dentro do estádio da Luz.
Como vês, caro Rui, o país, que não é só o pensamento totalitarista, bafiento e medíocre que nos tentam impingir.
E, se me permites, três conselhos:
Põe a tua equipa a jogar à bola.
Arranja um fato do teu tamanho.
Vai ameaçar o caralho.