O Hóquei em Patins foi a primeira modalidade que deu ao F. C. Porto um título europeu. Foi na época de 1981/1982 com uma vitória na Taça dos Vencedores das Taças da modalidade. O adversário na final era a poderosa equipa do Sporting que era composta por mutos jogadores que nessa mesma época tinham sido campeões do mundo em Barcelos: Ramalhete, Chana, Sobrinho, etc.
Na primeira mão, disputada no Pavilhão Américo de Sá, o F. C. porto obteve uma goleada, tendo perdido apenas por um golo no jogo da segunda mão disputado no Pavilhão de Alvalade. A equpa era composta por alguns jogadores jovens, onde constava o nome de Vítor Hugo, Vítor Bruno, António Alves, Fanã, David Reis e Domingos.
Na época seguinte, esta equipa repetiu a vitória na mesma prova tendo como adversário a equipa do Benfica que era composta por jogadores como Leste, Cristiano (que, como se sabe, regressou na época seguinte ao F. C. Porto), José Carlos, Fernando Pereira, Picas e Piruças, e era treinada pelo falecido Torcato Ferreira. O nosso treinador, obreiro das duas vitórias na Taça das Taças, era o Vladimiro Brandão.
Depois de um empate a 2 golos na primeira mão disputada no Pavilhão Américo de Sá, o F. C. Porto foi ao Pavilhão da Luz vencer o troféu através da marcação de stickadas da marca de grande-penalidade, após um empate registado no tempo regulamentar e prolongamento. O autor da única stickada vitoriosa foi o Vítor Bruno que, na época seguinte jogou no Bassano, tendo regressado depois ao F. C. Porto.
Em 1982/1983, o F. C. Porto também se sagrou campeão da modalidade pela primeira vez, tendo ganho 5 títulos seguidos, sendo interrompida esta série na época de 1987/1988 em que o Sporting foi campeão devido em parte à saída, apenas por um ano, do Vítor Hugo (Novara) e Realista (Barcelona). O F. C. Porto voltaria a ganhar mais 4 títulos seguidos (até 1991/1992).
Mas foi na época de 1985/1986 que se verificou o \"ponto alto\" deta equipa que, na verdade, nunca deixou de estar \"no alto\". Foi uma época em que o F. C. Porto ganhou tudo o que eram provas oficiais. Foi a primeira Taça dos Campeões Europeus ganha pelo F. C. Porto, e que correspondeu à maior alegria que tive, até hoje, como portista. Na época de 1983/1984, em jogo da meias-finais, o F. C. Porto, depois de ter batido o \"mega-campeão\" Barcelona por 8-3 no Pavilhão Américo de Sá, foi copiosamente derrotado por 9-1 no Palau Blau Grana num jogo onde só faltou à arbitragem roubar a carteira aos nossos jogadores.
Na época seguinte (1984/1985), o F. C. Porto disputou a final da competição frente a este mesmo Barcelona. Depois de ter vencido no Pavilhão Américo de Sá por apenas um golo de diferença, a equipa foi perder ao Palau Blau Grana por dois golos num jogo que foi a prolongamento. No final da partida, a nossa equipa foi aplaudida de pé pelo público fanático de Barcelona, pelo facto de ter sido a primeira vez que alguém tinha \"posto em sentido\" a invencível (em casa) equipa catalã, que estava habituada a \"esmagar\" os seus adversários em casa no que diz respeito a jogos correspondentes às provas europeias. O Benfica e o Sporting que o digam! Na época seguinte (1985/1986), que correpondeu ao meu ano como caloiro na Universidade, o Cristiano abandonou a prática da modalidade como jogador e substituiu o Vladimiro Brandão no comando da equipa. O plantel era formado pelos seguintes jogadores:
1- Domingos Guimarães GR
2 - Carlos Realista DM
3 - António Alves DM
4 - Vítor Hugo AV
5 - Tó Neves AV
6 - António Vale DM (Capitão de Equipa)
7 - Domingos Carvalho DM
8 - Vítor Bruno AV
9 - Luís Almas AV
10 - Franquelim Pais GR
Treinador: Cristiano Pereira
A época começou com um jogo de apresentação, onde estive presente, contra o Liceu da Corunha em que o F. C. Porto venceu por 4-1 ou 4-2.
Seguiu-se a Supertaça onde o adversário era a forte equipa da Sanjoanense reforçada com o nosso ex-jogador Licínio. Para além deste, também lá jogavam o Zeca, o Miguel, e outros jogadores cujo nome não me recordo, mas que formavam uma equipa muito forte. No jogo da primeira mão disputado em São João da Madeira onde estive presente, o F. C. Porto foi derrotado por 5-2.
O ambiente era infernal e até um polícia foi agredido a soco à minha frente. No jogo da segunda mão, verificou-se um \"fenómeno\" que era a \"imagem de marca\" desta equipa: as recuperações \"quase impossíveis\" no marcador. De facto, na segunda mão disputada no Pavilhão Américo de Sá, a equipa esteve a perder por 3-2 já na segunda parte, o que nos dava uma desvantagem conjunta de 4 golos. No entanto, a equipa teve forças para virar o marcador até aos 8-3 numa recuperação sensacional.
Lembro-me que saí do Pavilhão Américo de Sá rouco e com as mão a arder de tanto aplaudir! Depois desta vitória, seguuiu-se a Taça de Portugal que era disputada na íntegra no início da época. Ainda estava no Porto de férias a quando da disputa das primeiras eliminatórias: primeiro, com a Académica da Amadora num jogo sem história disputado no Pavilhão Américo de Sá, e depois com a Juventude de Viana em eliminatória a disputar já em duas mãos.
No Pavilhão Américo de Sá, o F. C. Porto venceu por 3 golos de diferença (eu ainda estava no Porto e assisti a este jogo). Na segunda mão, a equipa perdeu em Viana por 2 golos. A final foi disputada em duas mão contra o Benfica. No Pavilhão Américo de Sá, o F. C. Porto venceu por 6-3 (salvo erro). A equipa do Benfica era constituída por jogadores como: Paulo Garrido, Vítor Rosado, Virgílio, Hernâni, Pedro Mendes, Rui Reis, Carlos Garção, etc.
Antes do jogo da segunda mão a disputar no Pavilhão da Luz, ainda se ouviam umas \"bocas\" de benfiquistas que diziam que se iam vingar da derrota na primeira mão. No entanto, em jogo que presenciei ao vivo (já estava em Lisboa), o F. C. Porto aplicou novamente a \"receita 6-3\" e garantiu o troféu.
A fase regular do Campeonato Nacional começou na semana seguinte. Tinham, tal como este ano, \"inventado\" o play-off. O campeonato começou onde tinha acabado a Taça de Portugal: no Pavilhão da Luz com um Benfica-F. C. Porto. \"Agora é que é\", diziam eles! Lá me desloquei outra vez ao Pavilhão da Luz onde voltámos a ganhar por 3 golos de diferença (agora por 5-2) depois de termos estado a perder por 1-0.
O campeonato teve diversos precalços onde veio ao de cima a já citada imagem de marca desta equipa: as \"recuperações impossíveis\". Aconteceu em São João da Madeira onde, depois de ao intervalo estarmos a perder por 5-1, o F. C. Porto virou o resultado a seu favor para 6-5 ou 7-5 na segunda parte.
Mas a recuperação mais \"impressionante\" foi no Pavilhão do Restelo onde tive a oportunidade de estar presente. Também perdíamos por 5-1 ao intervalo. Depois de termos virado novamente o resultado a nosso favor para 6-5 durante a segunda parte, o árbitro expulsou simultaneamente os dois \"Vítores\" tendo a equipa ficado a jogar dirante dois minutos com dois jogadores de campo mais o guarda-redes (não havia, na altura, a possibilidade de substituír jogadores expulsos).
Após os dois minutos onde mantivemos a vantagem graças, principalmente, à acção do Carlos Realista (era mesmo difícil tirar-lhe a bola), e só porque os dois \"Vítores\" entraram em campo dois segundos (!!!) antes do tempo de exclusão se esgotar, lá levaram os dois com o cartão vermelho ficando o F. C. Poto a jogar 5 contra 3 durante os aproximadamente 5 minutos que faltavam.
O público estava completamente \"maluco\" como, por vezes, é costume por aquelas bandas (veja-se o jogo de Andebol deste ano)! O Realista até foi agredido por um espectador! Por incrível que pareça, eles estavam revoltados com a arbitragem (tal como aconteceu no já citado jogo de Andebol onde, apesar de terem sido largamente beneficiados, não estavam contentes). Se calhar queriam que ficassemos a jogar só com o guarda-redes!
No entanto, e voltando ao jogo, durante os últimos 5 minutos o Realista \"pegou na bola\" e não mais a largou até se esgotarem os 5 minutos, assegurando assim mais uma vitória para a equipa.
Curiosamente na Páscoa desse ano, estive no Porto onde pude assistir ao F. C. Porto-Belenenses onde também estivemos a perder por 2-0. Foi interessante observar que o público que chegou atrasado e olhou para o marcador referia: \"isto já é normal por estas bandas\"! E, de facto, vencemos esse jogo com facilidade. Outro episódio \"engraçado\" foi a visita ao Pavilhão de Alvalade onde o público fartou-se de assobiar o Realista que tinha trocado o Sporting pelo F. C. Porto no final da época anterior.
Como \"jogava em casa\", o Realista respondeu com 4 golos numa vitória calma do F. C. Porto.
Na Taça dos Campeões Europeus, o nosso adversário nas meias-finais foi o Barcelona. A equipa que era, salvo erro\" hepta-campeã europeia da modalidade e contava no seu plantel com jogadores como: Vila Puig, Juan Torner, Enrique Torner, Ayats, Llonch e Pauls. Após um empate a 5 bolas no Palau Blau Grana num jogo onde o F. C. Porto comandou quase sempre o marcador, o F. C. Porto foi a primeira equipa a eliminar o Barcelona desta prova nos 7 anos anteriores ao vencer no Pavilhão Américo de Sá por 6-4 (alvo erro) num jogo em que os catalães marcaram primeiro. O adversário da final era o campeão de Itália, a equipa do Novara, onde jogavam o guarda-redes suiço Piemontesi, o Bernardini, o falecido Dal Lago, o Massimo Mariotti e o Colamaria, entre outros.
Depois de uma vitória por apenas dois golos de diferença no jogo referente à primeira mão disputada no Pavilhão Américo de Sá (6-4, salvo erro), a equipa deslocou-se ao \"inferno de Novara\" onde não faltava uma tarja onde estava escrito: \"non passa do straniero\".
O Presidente Pinto da Costa acompanhou a comitiva. Ao intervalo perdíamos por 5-1 (outra vez)! O Massimo Mariotti \"puxava\" pelo público de forma a tornar ainda mais infernal o ambiente para os nossos jogadores. Julgo que ao intervalo o Presidente Pinto da Costa se deslocou aos balnearios para incentivar os jogadores e dizer que tinha ido a Novara para ver a equipa ganhar e que, portanto, esperava uma reviravolta na segunda parte. O treinador Cristiano Pereira também \"puxou as orelhas\" aos jogadores.
O facto é que lá veio mais uma \"reviravolta impossível\" na segunda parte. Faltavam 3 minutos para acabar o jogo quando ganhávamos por 7-5 e o jogo teve que acabar ali mesmo pois o público, ao arremessar vários objectos e rolos de papel para o ringue, fez com que o árbitro, à luz dos regulamentes, desse o jogo por terminado. \"Non passa lo straniero, mas o estrangeiro passou com classe\", \"se o jogo não tivesse acabado a 3 minutos do fim, e com a força com que o F. C. Porto estava, o resultado teria sido mais volumoso\", diziam os jornais do dia seguinte!
Dado o \"dramatismo\" desta espectacular vitória e a forma como foi conseguida, aliada ao facto de eu ter uma admiração enorme por aquela equipa e sofrer muito por ela, fez com que aquela tenha sido a maior alegria que tive até hoje como portista! A equipa valia pelo seu todo mas, de facto, o Vítor Hugo era o \"mágico\". De vez em quando \"inventava\" umas jogadas que \"resultavam\" e ninguém percebia como.
Depois desta fantástica vitória, seguiu-se o play-off do Campeonato Nacional. Nas meias finais, o F. C. Porto defrontou novamente a Sanjoanense que tinha acabado de ganhar a Taça dos Vencedores das Taças. Duas vitórias levaram o F. C. Porto à final para defrontar o Benfica que entretanto eliminara o Sporting.
No Pavilhão Américo de Sá, uma vitória por 10-3. Ouvi o relato deste jogo e os \"olés\" do público às jogadas do Vítor Hugo. No segundo jogo, disputado no Pavihão da Luz onde estive presente juntamente com uma \"pequena mas boa\" falange de apoio ao F. C. Porto, mais uma vez, na primeira parte, estivemos a perder por 3-0 e 4-1. O adeptos encarnados estavam ao rubro como se não conhecessem aquela equipa do F. C. Porto e a sua \"imagem de marca\". Fizemos o 4-2 e 4-3 ainda na primeira parte e, entretanto, um portista que estava ao meu lado disse que não íamos para o intervalo a perder. De facto, no útlimo minuto da primeira parte o Vítor Bruno lá fez o 4-4. Na segunda parte foi o \"festival\"! Os benfiquistas lá tivem que \"guardar a viola\" enquanto a nossa equipa chegava aos 8-4. O pessoal portista dizia: \"pronto, já chega de brincadeira, agora vamos começar a jogar a sério\"! Depois foi gerir o tempo e o resultado. O Benfica ainda reduziu para 8-5 mas o título estava assegurado. Foi uma época brilhante a todos os níveis onde o F. C. Porto ganhou todas as provas oficiais que disputou. Apenas nos escapou, na altura do Natal onde a equipa não se encontrava no seu \"pico de forma\" o Torneio da Corunha, onde perdemos com o Vercelli de Marzella e Trussels por 4-2.
Em minha opinião as grandes equipas não se vêm nas goleadas, mas sim nos momentos decisivos, e esta era, de facto, uma grande equipa! Veremos o que é que a actual equipa faz nesta semana decisiva onde se joga o \"tudo por tudo\" da presente temporada.
Na primeira mão, disputada no Pavilhão Américo de Sá, o F. C. porto obteve uma goleada, tendo perdido apenas por um golo no jogo da segunda mão disputado no Pavilhão de Alvalade. A equpa era composta por alguns jogadores jovens, onde constava o nome de Vítor Hugo, Vítor Bruno, António Alves, Fanã, David Reis e Domingos.
Na época seguinte, esta equipa repetiu a vitória na mesma prova tendo como adversário a equipa do Benfica que era composta por jogadores como Leste, Cristiano (que, como se sabe, regressou na época seguinte ao F. C. Porto), José Carlos, Fernando Pereira, Picas e Piruças, e era treinada pelo falecido Torcato Ferreira. O nosso treinador, obreiro das duas vitórias na Taça das Taças, era o Vladimiro Brandão.
Depois de um empate a 2 golos na primeira mão disputada no Pavilhão Américo de Sá, o F. C. Porto foi ao Pavilhão da Luz vencer o troféu através da marcação de stickadas da marca de grande-penalidade, após um empate registado no tempo regulamentar e prolongamento. O autor da única stickada vitoriosa foi o Vítor Bruno que, na época seguinte jogou no Bassano, tendo regressado depois ao F. C. Porto.
Em 1982/1983, o F. C. Porto também se sagrou campeão da modalidade pela primeira vez, tendo ganho 5 títulos seguidos, sendo interrompida esta série na época de 1987/1988 em que o Sporting foi campeão devido em parte à saída, apenas por um ano, do Vítor Hugo (Novara) e Realista (Barcelona). O F. C. Porto voltaria a ganhar mais 4 títulos seguidos (até 1991/1992).
Mas foi na época de 1985/1986 que se verificou o \"ponto alto\" deta equipa que, na verdade, nunca deixou de estar \"no alto\". Foi uma época em que o F. C. Porto ganhou tudo o que eram provas oficiais. Foi a primeira Taça dos Campeões Europeus ganha pelo F. C. Porto, e que correspondeu à maior alegria que tive, até hoje, como portista. Na época de 1983/1984, em jogo da meias-finais, o F. C. Porto, depois de ter batido o \"mega-campeão\" Barcelona por 8-3 no Pavilhão Américo de Sá, foi copiosamente derrotado por 9-1 no Palau Blau Grana num jogo onde só faltou à arbitragem roubar a carteira aos nossos jogadores.
Na época seguinte (1984/1985), o F. C. Porto disputou a final da competição frente a este mesmo Barcelona. Depois de ter vencido no Pavilhão Américo de Sá por apenas um golo de diferença, a equipa foi perder ao Palau Blau Grana por dois golos num jogo que foi a prolongamento. No final da partida, a nossa equipa foi aplaudida de pé pelo público fanático de Barcelona, pelo facto de ter sido a primeira vez que alguém tinha \"posto em sentido\" a invencível (em casa) equipa catalã, que estava habituada a \"esmagar\" os seus adversários em casa no que diz respeito a jogos correspondentes às provas europeias. O Benfica e o Sporting que o digam! Na época seguinte (1985/1986), que correpondeu ao meu ano como caloiro na Universidade, o Cristiano abandonou a prática da modalidade como jogador e substituiu o Vladimiro Brandão no comando da equipa. O plantel era formado pelos seguintes jogadores:
1- Domingos Guimarães GR
2 - Carlos Realista DM
3 - António Alves DM
4 - Vítor Hugo AV
5 - Tó Neves AV
6 - António Vale DM (Capitão de Equipa)
7 - Domingos Carvalho DM
8 - Vítor Bruno AV
9 - Luís Almas AV
10 - Franquelim Pais GR
Treinador: Cristiano Pereira
A época começou com um jogo de apresentação, onde estive presente, contra o Liceu da Corunha em que o F. C. Porto venceu por 4-1 ou 4-2.
Seguiu-se a Supertaça onde o adversário era a forte equipa da Sanjoanense reforçada com o nosso ex-jogador Licínio. Para além deste, também lá jogavam o Zeca, o Miguel, e outros jogadores cujo nome não me recordo, mas que formavam uma equipa muito forte. No jogo da primeira mão disputado em São João da Madeira onde estive presente, o F. C. Porto foi derrotado por 5-2.
O ambiente era infernal e até um polícia foi agredido a soco à minha frente. No jogo da segunda mão, verificou-se um \"fenómeno\" que era a \"imagem de marca\" desta equipa: as recuperações \"quase impossíveis\" no marcador. De facto, na segunda mão disputada no Pavilhão Américo de Sá, a equipa esteve a perder por 3-2 já na segunda parte, o que nos dava uma desvantagem conjunta de 4 golos. No entanto, a equipa teve forças para virar o marcador até aos 8-3 numa recuperação sensacional.
Lembro-me que saí do Pavilhão Américo de Sá rouco e com as mão a arder de tanto aplaudir! Depois desta vitória, seguuiu-se a Taça de Portugal que era disputada na íntegra no início da época. Ainda estava no Porto de férias a quando da disputa das primeiras eliminatórias: primeiro, com a Académica da Amadora num jogo sem história disputado no Pavilhão Américo de Sá, e depois com a Juventude de Viana em eliminatória a disputar já em duas mãos.
No Pavilhão Américo de Sá, o F. C. Porto venceu por 3 golos de diferença (eu ainda estava no Porto e assisti a este jogo). Na segunda mão, a equipa perdeu em Viana por 2 golos. A final foi disputada em duas mão contra o Benfica. No Pavilhão Américo de Sá, o F. C. Porto venceu por 6-3 (salvo erro). A equipa do Benfica era constituída por jogadores como: Paulo Garrido, Vítor Rosado, Virgílio, Hernâni, Pedro Mendes, Rui Reis, Carlos Garção, etc.
Antes do jogo da segunda mão a disputar no Pavilhão da Luz, ainda se ouviam umas \"bocas\" de benfiquistas que diziam que se iam vingar da derrota na primeira mão. No entanto, em jogo que presenciei ao vivo (já estava em Lisboa), o F. C. Porto aplicou novamente a \"receita 6-3\" e garantiu o troféu.
A fase regular do Campeonato Nacional começou na semana seguinte. Tinham, tal como este ano, \"inventado\" o play-off. O campeonato começou onde tinha acabado a Taça de Portugal: no Pavilhão da Luz com um Benfica-F. C. Porto. \"Agora é que é\", diziam eles! Lá me desloquei outra vez ao Pavilhão da Luz onde voltámos a ganhar por 3 golos de diferença (agora por 5-2) depois de termos estado a perder por 1-0.
O campeonato teve diversos precalços onde veio ao de cima a já citada imagem de marca desta equipa: as \"recuperações impossíveis\". Aconteceu em São João da Madeira onde, depois de ao intervalo estarmos a perder por 5-1, o F. C. Porto virou o resultado a seu favor para 6-5 ou 7-5 na segunda parte.
Mas a recuperação mais \"impressionante\" foi no Pavilhão do Restelo onde tive a oportunidade de estar presente. Também perdíamos por 5-1 ao intervalo. Depois de termos virado novamente o resultado a nosso favor para 6-5 durante a segunda parte, o árbitro expulsou simultaneamente os dois \"Vítores\" tendo a equipa ficado a jogar dirante dois minutos com dois jogadores de campo mais o guarda-redes (não havia, na altura, a possibilidade de substituír jogadores expulsos).
Após os dois minutos onde mantivemos a vantagem graças, principalmente, à acção do Carlos Realista (era mesmo difícil tirar-lhe a bola), e só porque os dois \"Vítores\" entraram em campo dois segundos (!!!) antes do tempo de exclusão se esgotar, lá levaram os dois com o cartão vermelho ficando o F. C. Poto a jogar 5 contra 3 durante os aproximadamente 5 minutos que faltavam.
O público estava completamente \"maluco\" como, por vezes, é costume por aquelas bandas (veja-se o jogo de Andebol deste ano)! O Realista até foi agredido por um espectador! Por incrível que pareça, eles estavam revoltados com a arbitragem (tal como aconteceu no já citado jogo de Andebol onde, apesar de terem sido largamente beneficiados, não estavam contentes). Se calhar queriam que ficassemos a jogar só com o guarda-redes!
No entanto, e voltando ao jogo, durante os últimos 5 minutos o Realista \"pegou na bola\" e não mais a largou até se esgotarem os 5 minutos, assegurando assim mais uma vitória para a equipa.
Curiosamente na Páscoa desse ano, estive no Porto onde pude assistir ao F. C. Porto-Belenenses onde também estivemos a perder por 2-0. Foi interessante observar que o público que chegou atrasado e olhou para o marcador referia: \"isto já é normal por estas bandas\"! E, de facto, vencemos esse jogo com facilidade. Outro episódio \"engraçado\" foi a visita ao Pavilhão de Alvalade onde o público fartou-se de assobiar o Realista que tinha trocado o Sporting pelo F. C. Porto no final da época anterior.
Como \"jogava em casa\", o Realista respondeu com 4 golos numa vitória calma do F. C. Porto.
Na Taça dos Campeões Europeus, o nosso adversário nas meias-finais foi o Barcelona. A equipa que era, salvo erro\" hepta-campeã europeia da modalidade e contava no seu plantel com jogadores como: Vila Puig, Juan Torner, Enrique Torner, Ayats, Llonch e Pauls. Após um empate a 5 bolas no Palau Blau Grana num jogo onde o F. C. Porto comandou quase sempre o marcador, o F. C. Porto foi a primeira equipa a eliminar o Barcelona desta prova nos 7 anos anteriores ao vencer no Pavilhão Américo de Sá por 6-4 (alvo erro) num jogo em que os catalães marcaram primeiro. O adversário da final era o campeão de Itália, a equipa do Novara, onde jogavam o guarda-redes suiço Piemontesi, o Bernardini, o falecido Dal Lago, o Massimo Mariotti e o Colamaria, entre outros.
Depois de uma vitória por apenas dois golos de diferença no jogo referente à primeira mão disputada no Pavilhão Américo de Sá (6-4, salvo erro), a equipa deslocou-se ao \"inferno de Novara\" onde não faltava uma tarja onde estava escrito: \"non passa do straniero\".
O Presidente Pinto da Costa acompanhou a comitiva. Ao intervalo perdíamos por 5-1 (outra vez)! O Massimo Mariotti \"puxava\" pelo público de forma a tornar ainda mais infernal o ambiente para os nossos jogadores. Julgo que ao intervalo o Presidente Pinto da Costa se deslocou aos balnearios para incentivar os jogadores e dizer que tinha ido a Novara para ver a equipa ganhar e que, portanto, esperava uma reviravolta na segunda parte. O treinador Cristiano Pereira também \"puxou as orelhas\" aos jogadores.
O facto é que lá veio mais uma \"reviravolta impossível\" na segunda parte. Faltavam 3 minutos para acabar o jogo quando ganhávamos por 7-5 e o jogo teve que acabar ali mesmo pois o público, ao arremessar vários objectos e rolos de papel para o ringue, fez com que o árbitro, à luz dos regulamentes, desse o jogo por terminado. \"Non passa lo straniero, mas o estrangeiro passou com classe\", \"se o jogo não tivesse acabado a 3 minutos do fim, e com a força com que o F. C. Porto estava, o resultado teria sido mais volumoso\", diziam os jornais do dia seguinte!
Dado o \"dramatismo\" desta espectacular vitória e a forma como foi conseguida, aliada ao facto de eu ter uma admiração enorme por aquela equipa e sofrer muito por ela, fez com que aquela tenha sido a maior alegria que tive até hoje como portista! A equipa valia pelo seu todo mas, de facto, o Vítor Hugo era o \"mágico\". De vez em quando \"inventava\" umas jogadas que \"resultavam\" e ninguém percebia como.
Depois desta fantástica vitória, seguiu-se o play-off do Campeonato Nacional. Nas meias finais, o F. C. Porto defrontou novamente a Sanjoanense que tinha acabado de ganhar a Taça dos Vencedores das Taças. Duas vitórias levaram o F. C. Porto à final para defrontar o Benfica que entretanto eliminara o Sporting.
No Pavilhão Américo de Sá, uma vitória por 10-3. Ouvi o relato deste jogo e os \"olés\" do público às jogadas do Vítor Hugo. No segundo jogo, disputado no Pavihão da Luz onde estive presente juntamente com uma \"pequena mas boa\" falange de apoio ao F. C. Porto, mais uma vez, na primeira parte, estivemos a perder por 3-0 e 4-1. O adeptos encarnados estavam ao rubro como se não conhecessem aquela equipa do F. C. Porto e a sua \"imagem de marca\". Fizemos o 4-2 e 4-3 ainda na primeira parte e, entretanto, um portista que estava ao meu lado disse que não íamos para o intervalo a perder. De facto, no útlimo minuto da primeira parte o Vítor Bruno lá fez o 4-4. Na segunda parte foi o \"festival\"! Os benfiquistas lá tivem que \"guardar a viola\" enquanto a nossa equipa chegava aos 8-4. O pessoal portista dizia: \"pronto, já chega de brincadeira, agora vamos começar a jogar a sério\"! Depois foi gerir o tempo e o resultado. O Benfica ainda reduziu para 8-5 mas o título estava assegurado. Foi uma época brilhante a todos os níveis onde o F. C. Porto ganhou todas as provas oficiais que disputou. Apenas nos escapou, na altura do Natal onde a equipa não se encontrava no seu \"pico de forma\" o Torneio da Corunha, onde perdemos com o Vercelli de Marzella e Trussels por 4-2.
Em minha opinião as grandes equipas não se vêm nas goleadas, mas sim nos momentos decisivos, e esta era, de facto, uma grande equipa! Veremos o que é que a actual equipa faz nesta semana decisiva onde se joga o \"tudo por tudo\" da presente temporada.