Sem duvida.
Mas ha ali alguma coisa que nao clica, percebes?
Nao consigo sentir o orgulho que sinto pelos restantes medalhados. Mas e algo meu, naturalmente.
Intuo alguns factores de desconfiança. A incomum celeridade do processo, o estatuto de estrela de Pichardo, a guerra clubística... os diferentes entendimentos de nacionalidade e tal.
... julgo que se deveria interrogar o sistema e não o atleta. Porquê a hospitalidade fácil para uns, nem que seja formal, e agressões mortais para outros, quando todos poderão ser cidadãos úteis ao país? Uns trarão know-how em determinada área, outros noutras, ou eventualmente poderão adquiri-lo cá... Nuns casos produzimos talento, noutros acolhemos... Pichardo, ainda assim, debandou de um país onde as liberdades individuais se encontram limitadas. Parece-me debatível falar-se a este respeito em marcantilização ou contratação de um atleta, que teria necessariamente de ser acolhido por alguém. Ah, mas Pichardo poderia escolher... pois ainda bem para ele. Pena que não possa ser assim com outras pessoas. Que malefícios trouxe Pichardo para o país e para o atletismo português?
O feito desportivo de Pichardo nestes JO ultrapassa os dos restantes atletas da comitiva portuguesa. O espírito olímpico será o da façanha desportiva, da comunhão supra e transnacional, de algo que excede fronteiras e congrega nações... haverá algum neste caso.
Claro que se compreende esse sentimento pessoal do colega.